Muitos investidores buscam oportunidades de potencializar a rentabilidade do seu capital. Porém, isso geralmente significa aumentar proporcionalmente os riscos de prejuízo. Para proteger seus investimentos de renda variável e elevas as chances de rendimento, os derivativos podem ser úteis.
Além disso, esses instrumentos financeiros despertam ainda o interesse de especuladores. Afinal, seu funcionamento no mercado gera possibilidades de lucro no curto prazo. Assim, os traders podem buscar ganhos com a oscilação dos preços no mercado à vista em relação aos derivativos.
Quer entender como os derivativos podem proteger seus investimentos ou possibilitar ganhos alavancados? Então confira a seguir o que são e como funcionam esses contratos e quais os principais mercados de operação na bolsa de valores!
O que são derivativos?
O mercado de derivativos oferece aos investidores oportunidades diferenciadas de participarem da bolsa. Esses instrumentos financeiros são chamados de derivativos porque se tratam de contratos que derivam de determinado ativo-objeto.
Alguns derivativos dizem respeito a commodities, como café, soja, boi gordo, petróleo etc. Mas também existem diversos contratos de negociação de ações, moedas e até mesmo de taxas de juros ou indicadores financeiros. Por exemplo, a inflação ou o Ibovespa.
Os derivativos podem ser operados na bolsa de valores ou no mercado de balcão. Sua principal característica é o acordo entre duas partes sobre as condições de uma negociação futura. Em outras palavras, todo derivativo diz respeito ao futuro dos preços de seu mercado relativo.
Quais são os principais mercados de derivativos da bolsa?
O mercado à vista é o mais conhecido por muitos investidores e especuladores. Nele, podem ser negociados em tempo real ações, alguns fundos de investimentos e outras possibilidades. Já os instrumentos derivados dos ativos são negociados em mercados distintos.
Entenda, a seguir, os principais derivativos da bolsa e seus respectivos mercados!
Mercado a termo
No mercado a termo, os investidores assumem o compromisso de realizar uma negociação no futuro. O “termo” desse acordo se trata de um valor mobiliário, uma quantidade e uma data de vencimento — quando o contrato deverá ser executado.
Dessa forma, as partes sabem no ato desse compromisso como se dará a negociação de determinado veículo financeiro, independentemente das condições do mercado. Logo, a operação corresponde a uma trava do preço do ativo, que envolve o pagamento de uma taxa de juros.
Mercado de opções
O mercado de opções também funciona como um acordo de transação futura, como no mercado a termo. Porém, a diferença é que essa transação não é obrigatória. O objeto negociado nesse mercado é a opção ou o direito de realizar ou não a transação no futuro.
Dessa forma, quem compra uma opção se torna titular do acordo, enquanto que quem vende é chamado de lançador da opção. O lançador se compromete a comprar ou vender certa quantidade do ativo em questão a um preço determinado, se assim o titular o desejar.
Para isso, o titular paga um prêmio pelo direito adquirido. Se a opção for levada até o vencimento sem ser acionada pelo titular, o acordo expira. Caso contrário, o lançador é obrigado a executar a negociação a que estava comprometido.
Mercado futuro
No mercado futuro as partes também se comprometem com um preço futuro, determinado no ato do acordo. A diferença, entretanto, é que não há compra ou venda, mas posicionamento em relação ao preço dos ativos.
Enquanto uma parte acredita na valorização do ativo, por exemplo, outra pode se posicionar na desvalorização. Os resultados se dão com ajustes diários. Assim, as diferenças entre o preço combinado em contrato e do mercado à vista são apuradas no fim de cada pregão.
Diante disso, são creditados ou debitados valores na sua conta de acordo com o seu posicionamento. Ao fim do prazo do contrato futuro, seu resultado final será a soma dos ajustes diários realizados durante o período.
Mercado de swaps
Por fim, o mercado de swaps tem duas particularidades importantes sobre seu contrato de negociação. Primeiro, uma vez firmado o acordo, o derivativo não pode ser transferido a outro investidor. Segundo os objetos de um swap não são ativos, mas taxas e indicadores.
Por meio do swap, as partes podem se comprometer a trocar suas referências de rentabilidade. Ou seja, se uma operação de negócio ou investimento tem determinado índice de referência, por exemplo, a inflação, esse índice pode ser trocado por outro.
Para que servem os derivativos?
Como você viu, a dinâmica operacional dos derivativos tem uma estrutura comum: duas partes participam de uma determinada operação, com preços e prazos estabelecidos previamente. Mas por quais razões os investidores poderiam ter interesse em negociar preços e indicadores futuros?
Confira agora os dois principais motivos que conduzem investidores ao mercado de derivativos!
Hedge
Um dos intuitos que leva investidores a entrarem nesse mercado é a proteção de seu patrimônio, ou hedge. Isso porque a modalidade de operação com derivativos permite estabelecer uma trava nos preços de um ativo.
Originalmente, o mercado futuro, por exemplo, surgiu para proteger produtores de commodities. Nele, um agricultor poderia garantir a compra de sua produção a um preço determinado e se proteger das oscilações do mercado.
Ainda que, com o tempo, as liquidações tenham deixado de ser físicas e passado a ser apenas financeiras, o hedge continua sendo possível. E também protege investidores da bolsa de valores contra quedas em ações e outros cenários.
Os contratos de swap também permitem hedge, favorecendo que uma importadora com despesas em dólar, por exemplo, troque a taxa de variação dos seus custos de câmbio para inflação. Com isso, a empresa tem a oportunidade de preservar sua lucratividade contra uma alta da moeda americana.
Especulação
Outra razão muito comum que move capital no mercado de derivativos é a especulação. Por meio das diferentes modalidades de contratos, é possível obter lucros expressivos a partir da compra e venda de opções, futuros e outros contratos.
Como o preço dos contratos é geralmente inferior ao dos ativos do mercado à vista, os derivativos são uma alternativa frequente para traders. Inclusive, eles permitem alavancagem — que significa operar com mais valor do que tem em caixa.
Agora você sabe o que são derivativos e como eles derivam de outros investimentos na bolsa. Se você tem interesse em aproveitar as possibilidades que eles oferecem, lembre-se de considerar cuidadosamente suas estratégias, objetivos e perfil de investidor!