O Samba da Lupatech (E o Novo Rumor X)

Não há um dado relevante sequer na agenda econômica brasileira. Dos poucos que haviam na agenda internacional, alguns de maior destaque simplesmente não foram divulgados por conta da paralisação parcial do governo do Tio Sam (exemplo o Retail Sales, das vendas do varejo americano). Para agravar o estado de marasmo e visão turva desta sexta-feira, falta visibilidade também quanto aos potenciais desfechos da rodada de negociações para chegarem a um acordo sobre o teto da dívida americana. Obama e Boehner sentaram para conversar, o que é algo, mas até agora não há consenso. Pelo menos, o risco de calote costuma ser mais menor enquanto os cidadãos ainda estão à mesa.

O que dizem os resultados

Nessa expectativa de elevação do teto do orçamento do governo, as bolsas americanas sobem. Sobem com isso, mas com a temporada de resultados corporativos como pano de fundo. O banco JP Morgan trouxe um prejuízo de US$ 380 milhões, e assiste a suas ações subirem. Já o Wells Fargo registrou recorde de lucro líquido em nove meses (US$ 16,3 bilhões), mas vê suas ações caírem. A expectativa faz toda diferença, sabe?

Bolha, que bolha?

Muita gente questiona como as bolsas americanas estão em patamares recordes diante de tanta incerteza relacionada à sua economia. Aproveitando a deixa da temporada de resultados corporativos por lá, há um argumento favorável (ao rali das bolsas), na correlação histórica entre o índice S&P 500 e o crescimento do lucro das empresas. Tudo em seu devido lugar. O gráfico é emprestado do Louis Basenese, do nosso parceiro gringo WallStreetDaily:

Defina riqueza...

Na sua opinião, qual das alternativas abaixo se encaixa melhor no conceito de riqueza? 1) Ser rico é ter um milhão de dólares num banco sediado nas Ilhas Cayman. 2) É viver exclusivamente de renda. 3) É ter patrimônio suficiente para satisfazer as necessidades materiais próprias e daqueles pelos quais você se sente responsável. 4) É ter uma saúde impecável. Cada um tem a sua ideia própria de riqueza. A série especial de previdência do Rodolfo traz um guia de como medir a sua riqueza, como construí-la e como conduzir uma aposentadoria sustentável. Hoje chegou à sua terceira (de trinta) edições. Quem perdeu as anteriores, mande um email aqui, que o pessoal vai resolver o seu problema. Não adianta ter nas mãos a receita da dieta “perfeita” para emagrecer se você desmaia consumindo 500 calorias por dia. Desmaiar não é legal. Não vale a pena desmaiar em troca de uns quilinhos a menos.

Comprando logística na Bolsa

O Diego, assinante do PRO, quer investir em logística através da Bolsa. Diante disso, ele me perguntou: “na área, qual você considera top, ALL ou JSL? Ou tem alguma outra fora do meu radar?” Como tem muita gente com dúvida sobre as boas opções de logística da Bolsa, boa parte delas realmente fora do radar, compartilho com vocês as opções que separei para o Diego:

+ JSL: acho muito boa, empresa redonda. Já não é mais uma barganha, mas tem bastante crescimento intrínseco e um modelo de negócio bem robusto.

+ Tegma: também é opção, está em preço atrativo e voltou a ter um dividendo interessante, mas resultados de curto prazo são desafiadores, por capturarem o trabalho de integração das adquiridas (pressão sobre as margens). De todo modo, penso que o grosso já foi feito.

+ Log-In: uma aposta de perfil de risco mais acentuado, e que necessita um pouco de paciência. É uma ação para comprar agora e acompanhar a migração da operação da empresa de navios afretados por próprios (o que reduzirá bem seu custo operacional e dará outra escala à operação), mas exige horizonte longo para ver resultados efetivos disso. Legal que a empresa faz o investimento da frota própria com incentivo fiscal (AFRMM).

+ Ecorodovias também pode ser uma opção com pé em logística. Tem rodovia, tem porto (Tecondi) e os Ecopátios logísticos, com o negócio de desembaraço aduaneiro. Funciona mais ou menos como um híbrido de concessionária de rodovias (previsibilidade de receitas e proteção à inflação) com uma pimenta extra, associada ao desenvolvimento dos negócios de logística e maturação do porto. Não são todas, mas algumas boas opções.

Girl power (revisited)

Após a homenagem à Yellen e à Hillary no M5M de ontem, hoje a revista Fortune soltou a sua homenagem, elegendo a brasileira Graça Foster a mulher mais poderosa do mundo fora dos EUA. Estranhamente, não encontrei a Anitta na relação.

O samba da Lupatech

Depois de uma escalada contundente, baseada no rumor de que a a companhia estaria prestes a anunciar o aporte em seu capital, que supostamente colocaria GP e Vinci como controladores da empresa,enfim o Fato Relevante de Lupatech saiu do forno. O único problema é que ele não trouxe exatamente o evento esperado: a companhia anunciou o calote de US$ 6,8 MM nos juros sobre o bônus perpétuo. Para não dizer que não tocou no assunto da especulação, Lupatech esclareceu ainda desconhecer qualquer negociação em curso como a sugerida pela imprensa. Evidentemente, se houver a tal reestruturação há grande potencial de alta nas ações. Porém, não há visibilidade alguma sobre isso. Qualquer aposta em LUPA3 seria um tiro no escuro. Depois da escalada, o tombo. As ações, que ainda somam 74% de alta no mês, caem 30% no pregão.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.