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Onde investir: Conheça 3 investimentos atrelados à inflação

Publicado 29.06.2023, 10:10

Você já deve ter notado que a mesma quantia financeira compra menos itens com o passar dos anos, certo? A principal responsável por isso é a inflação, que afeta os preços de produtos e serviços — e ela também se relaciona com os investimentos.

Devido ao impacto que a inflação causa no valor da moeda, pode afetar diretamente a sua estratégia de investimento. Ao mesmo tempo, o mercado financeiro tem produtos que podem ajudá-lo a se proteger dos impactos inflacionários.

Quer aprender como evitar que seu patrimônio perca poder de compra com a inflação? Veja 3 investimentos atrelados a esse indicador!

O que é inflação e como ela funciona?

A inflação corresponde a um aumento generalizado e contínuo dos preços em uma economia. Com isso, ela afeta o valor da moeda e leva à perda do poder de compra com o passar do tempo. 

Na prática, a inflação pode acontecer por diversas razões, como aumento da demanda, queda da oferta, aumento dos custos dos insumos e outras questões. No Brasil, o principal indicador para medi-la é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

Como a inflação impacta os investimentos?

Agora que você sabe o que é a inflação, vale entender que ela causa diversos efeitos na economia. Um dos principais é o aumento do grau de incerteza. Como consequência, o Banco Central (Bacen) intervém, tendo o controle de inflação como um dos pilares da política monetária.

Para manter o avanço dos preços sob controle, uma das ferramentas é a Selic, a taxa básica de juros da economia. Com a inflação em alta, a Selic é ampliada. Isso diminui o acesso ao crédito, reduz o consumo e ajuda a frear o avanço inflacionário.

Para quem investe, o movimento tem consequências diretas. Se a Selic estiver alta, as aplicações financeiras da renda fixa se tornam mais atraentes. Com a Selic em baixa, a renda fixa perde atratividade — e a bolsa de valores pode ficar mais interessante, por exemplo.

Porém, existe outro efeito para considerar, que envolve a rentabilidade real. No mercado financeiro, esse é o resultado do retorno de um investimento descontada a inflação. Se essa taxa estiver elevada, qualquer investimento fica menos rentável de modo real e pode até ser negativo.

Como se proteger da inflação?

Mesmo que a inflação afete os investimentos, as oportunidades do mercado financeiro podem ser a alternativa para quem deseja se proteger dos impactos inflacionários. Para isso acontecer, você pode recorrer aos investimentos atrelados à inflação — que rendem sempre além da taxa.

Ou seja, com esse tipo de aplicação financeira você garante um desempenho acima do avanço inflacionário, qualquer que seja ele. Logo, tem a certeza de que terá um ganho real, o que ajuda a proteger o poder de compra.

3 Investimentos atrelados à inflação

Já que investir para superar a inflação é uma forma de se proteger, vale a pena conhecer quais são as oportunidades disponíveis nesse sentido. Todas elas são de renda fixa, mas apresentam características gerais diferentes.

Para saber qual escolher, considere seu perfil de investidor e seus objetivos financeiros. Veja a seguir quais são 3 tipos de investimentos atrelados à inflação!

1. Tesouro IPCA+

O Tesouro IPCA+ é um título público emitido pelo Tesouro Nacional que serve para captar recursos para o Governo Federal. Em troca, há o pagamento de uma rentabilidade híbrida — composta por uma taxa prefixada (chamada de spread) mais a variação do IPCA.

A segurança é a maior do mercado, pois títulos públicos têm o chamado risco soberano. Isso é possível porque o Tesouro garante integralmente os títulos e o Governo é considerado bom pagador. Também é o único autorizado a emitir dinheiro, dificultando o calote.

A liquidez desse título é diária, porque o Tesouro também garante a recompra dos títulos. Contudo, títulos atrelados à inflação sofrem a chamada marcação a mercado. Esse é um mecanismo de precificação diária dos títulos e considera o comportamento da taxa de juros.

Então, dependendo do período de resgate antecipado, os títulos podem ser negociados a preços menores que os de compra, o que levaria a perdas. Portanto, para garantir a obtenção da rentabilidade contratada, é preciso levar os títulos até o vencimento.

Existem diversas alternativas de Tesouro IPCA disponíveis. De modo geral, elas são de médio a longo prazo. Além disso, você pode decidir entre os títulos de Tesouro IPCA+ que pagam a rentabilidade no vencimento ou os que pagam cupons semestrais.

2. Títulos privados de rendimento híbrido

Além dos títulos públicos, é possível recorrer a outras aplicações financeiras atreladas à inflação. Isso porque a renda fixa privada também apresenta possibilidades com rendimento híbrido, oferecendo uma taxa fixa além do que o indicador de inflação render.

Entre as opções mais seguras, estão o certificado de depósito bancário (CDB), a letra de crédito imobiliário (LCI) e a letra de crédito do agronegócio (LCA). Esses são investimentos emitidos por instituições financeiras que utilizam os recursos para suas atividades e projetos.

Os três são protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que paga os investidores em caso de falência do emissor. Porém, o limite de proteção é de R$ 250 mil por CPF e instituição, com teto de R$ 1 milhão e que é renovável a cada 4 anos.

Existem também os títulos do crédito privado, como debêntures, certificado de recebíveis imobiliários (CRI) e certificado de recebíveis do agronegócio (CRA). As debêntures são títulos de dívidas de empresas, enquanto CRI e CRA são emitidos por securitizadoras.

A diferença é que eles não têm proteção do FGC e têm maior risco de crédito ou de calote. Ao mesmo tempo, oferecem maior potencial de retorno. Também vale saber que LCI, LCA, CRI e CRA são isentos de Imposto de Renda, o que pode favorecer o retorno líquido.

3. Fundos de inflação

Os fundos de inflação são veículos de investimento coletivo, cuja participação depende da aquisição de cotas. Os recursos do fundo são movimentados por um gestor profissional, que investe conforme a estratégia definida.

No caso dos fundos de inflação, o investimento é feito, prioritariamente, em títulos públicos atrelados ao IPCA. Eles podem ser opções para quem busca acessibilidade e praticidade para investir e proteger o dinheiro da perda de poder de compra.

Como você viu, esses 3 investimentos atrelados à inflação podem ajudá-lo a se proteger do avanço dos preços e seus impactos. Para escolhê-los, analise seu perfil de investidor e seus objetivos a fim de tomar decisões alinhadas.

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