A transformação provocada pelo Open Finance no Brasil já é inegável no universo do consumidor final. Com mais de 62 milhões de consentimentos ativos até janeiro de 2025 — um crescimento de 44% em relação ao ano anterior — conforme a pesquisa da Febraban, o país demonstra um avanço significativo na adoção desse modelo. Porém, um segmento com potencial ainda pouco explorado pelos bancos e fintechs é o das pequenas e médias empresas (PMEs), que representam mais de 90% dos negócios ativos no país, segundo os dados do SEBRAE. A integração de dados financeiros via Open Finance pode — e deve — ser o motor de um novo ciclo de rentabilização da carteira PJ, oferecendo soluções personalizadas, crédito mais preciso e uma nova experiência financeira.
A chave para isso está em ir além da simples agregação de dados. É necessário transformar informações brutas em inteligência aplicada. Nesse contexto, modelos como o BFM (Business Financial Management), que estruturam e interpretam os dados transacionais das empresas em tempo real, ganham protagonismo como catalisadores de valor para instituições financeiras.
De dados dispersos a decisões inteligentes
Hoje, a jornada financeira de uma PME passa por múltiplos canais: bancos, adquirentes, ERPs, marketplaces, plataformas de pagamento. Esse ecossistema fragmentado gera um volume imenso de dados — mas com pouca usabilidade se não houver estruturação.
Com o avanço da regulamentação e adoção do Open Finance, os bancos passaram a ter acesso a uma base rica de dados, com consentimento, mas muitos ainda enfrentam o desafio de traduzir isso em produtos relevantes e oportunidades de negócio reais. É aí que entra o BFM: uma camada de inteligência que interpreta entradas e saídas, reconhece padrões e oferece recomendações automatizadas com base no comportamento financeiro da empresa.
Esse modelo permite uma visão de 360º da saúde financeira do cliente PJ, com atualização diária e contextualização de dados que vão muito além do extrato. Isso viabiliza desde a oferta personalizada de produtos até um score de crédito mais justo, sensível ao momento real da empresa — e não apenas aos dados de meses anteriores.
A rentabilização da carteira PJ passa pela personalização proativa da oferta bancária. Em vez de empurrar linhas de crédito genéricas, o banco pode, por exemplo, identificar que um cliente teve aumento de receita nos últimos três meses, está com contas a receber programadas e poderia antecipar recebíveis com taxas mais competitivas.
Da mesma forma, o comportamento financeiro analisado pelo BFM pode sinalizar momentos ideais para oferta de capital de giro, renegociação de dívidas ou até aquisição de serviços não financeiros, como seguros ou soluções de gestão. Tudo isso de forma contextual e no canal certo.
O resultado é uma experiência bancária muito mais fluida, relevante e rentável — tanto para o cliente, que sente o banco como parceiro estratégico, quanto para a instituição, que aumenta o consumo de produtos, reduz a inadimplência e fideliza o relacionamento.
Open Finance e Pix 2025: novas camadas de integração
A evolução do Open Finance, combinada às novidades previstas para o Pix em 2025, deve aprofundar ainda mais essa transformação. O Pix Garantido e o Pix Crédito, por exemplo, prometem ampliar a oferta de meios de pagamento empresariais com liquidez, segurança e rastreabilidade, o que pode gerar novas trilhas de dados transacionais com enorme valor estratégico para os bancos.
Além disso, o consentimento dinâmico — previsto nas próximas fases do Open Finance — permitirá que as empresas tenham experiências mais contínuas e seguras, eliminando fricções operacionais e viabilizando jornadas cada vez mais automatizadas.
O futuro é colaborativo, contextual e baseado em dados
A revolução do Open Finance não é apenas tecnológica — é, sobretudo, uma mudança de mentalidade. O banco que se posicionar como parceiro de negócios, e não apenas como provedor de produtos financeiros, terá vantagens competitivas importantes num cenário de margens pressionadas e competição com fintechs e plataformas.
É nesse contexto que o BFM se consolida como a ponte entre o Open Finance e a personalização real para empresas. Ao reunir, estruturar e interpretar os dados de forma inteligente, ele habilita jornadas contextualizadas que geram valor imediato para o cliente PJ — e, consequentemente, fortalecem o relacionamento e a rentabilidade para as instituições financeiras.
Em um setor cada vez mais orientado por dados, quem traduz informação em ação relevante sai na frente.