Panorama das yield-bearing stablecoins em 2025

Publicado 18.06.2025, 14:15

As yield-bearing stablecoins representam uma diferenciação no mercado de stablecoins  para incluir rendimento aos detentores. Algo que normalmente é possível apenas aos  emissores de stablecoins. 

Diferente das tradicionais, como USDT ou USDC, que apenas mantêm paridade com o  dólar, essas stablecoins oferecem aos seus detentores a capacidade de gerar rendimento  passivo, funcionando como uma espécie de conta remunerada on-chain, combinando  segurança, liquidez e eficiência de capital. 

Essas stablecoins surgem em resposta direta à crescente demanda do mercado por  produtos que integrem ativos digitais, finanças descentralizadas (DeFi) e ativos do mundo  real (RWA), trazendo novos modelos de geração de yield, seja via renda fixa tradicional,  seja via mecanismos DeFi avançados. 

Os 4 Modelos de Geração de Yield

1. RWA-Backed (Ativos do Mundo Real) 

Stablecoins 100% lastreadas em ativos tradicionais, como títulos do tesouro americano,  fundos de mercado monetário ou crédito privado tokenizado.  

O rendimento vem do yield desses ativos, transferido diretamente para os detentores on chain. 

Esses ativos representam a ponte mais direta entre DeFi e TradFi, trazendo segurança,  previsibilidade e rendimento via ativos off-chain. 

Exemplos: 

Ondo (USDY) – Lastreada em U.S. Treasuries, com yield proveniente dos juros  desses títulos; 

• OpenEden (USDO) – Lastreada em U.S. Treasuries e contratos de recompra,  repassando o yield dos ativos aos holders; 

Ethena (USDTb) – indexada ao fundo tokenizado da BlackRock (BUIDL); • Usual (USD0) – lastreada em T-Bills tokenizados de diversas plataformas;

• BlackRock (NYSE:BLK) (BUIDL) – próprio token do fundo de treasuries da BlackRock; • Agora (AUSD) e Noble (USDN) – backed por reservas de T-Bills e cash equivalents; • Anzen (USDz) – atrelada a crédito privado tokenizado; 

• Cygnus (cgUSD) – stablecoin rebasing, ajustando saldo para refletir yield dos T Bills; 

Frax (frxUSD) – parcialmente colateralizada por BUIDL e ativos do Superstate. 

2. Basis Trades / Arbitrage Strategies 

Modelos mais sofisticados, baseados em operações delta neutras, funding rate arbitrage e  cross-exchange trading.  

São stablecoins que geram rendimento sem exposição direcional ao risco de preço dos  criptoativos. 

Esse segmento depende diretamente da saúde do mercado de derivativos, sendo mais  sensível à compressão de spreads em mercados maduros. 

Exemplos: 

• Ethena (USDe) – hoje a maior, opera com delta hedging em derivativos; • Elixir (deUSD) e Resolv (USDR) – neutralizam risco de ETH via perp futures; • Falcon (USDf) – usa arbitragem de funding rate, staking e LP; 

• AsterDEX (USDF) – backed em ativos cripto e short futures; 

• Hermetica (USDh) – hedged em Bitcoin via short perp futures; 

• YieldFi (yUSD) – combina arbitragem, funding rate e yield farming; • Multipli (xUSD) – foco em arbitragem em CEXs e funding rate. 

3. Lending / Debt-Backed Stablecoins 

Stablecoins geradas através de modelos de empréstimos colateralizados (CDP) ou via  pools de crédito. O yield vem dos juros pagos por tomadores ou de taxas de estabilidade. 

É a vertente mais tradicional no DeFi, mas que agora incorpora novos protocolos CeDeFi,  multichain e mais robustos.

Exemplos: 

Curve (crvUSD) – overcollateralized com peg mantido via LLAMMA; • Aave (GHO) – colateralizado dentro da Aave V3; 

Sky (DAI/USDS) – evolução do DAI, com modelo de Savings Rate embutido; • Avalon (USDA) – CeDeFi CDP, usando BTC e outros ativos; 

Liquity (BOLD) – colateral ETH + yield de taxas de estabilidade; 

• ListaDAO (lisUSD) e Bucket (BUCK) – modelos CDP em BNB Chain e Sui,  respectivamente; 

• MIM (Abracadabra) – yield via interest e liquidation fees; 

Syrup (SyrupUSD) – lastreada em empréstimos institucionais via Maple Finance; • Felix (feUSD) – fork da Liquity na Hyperliquid; 

• Reserve (USD3) – backed por basket de tokens yield-bearing como pyUSD e sDAI; 

• Superform (superUSDC) – vault que auto-aloca USDC nas melhores  oportunidades DeFi. 

4. Mixed Yield Sources 

Stablecoins híbridas que combinam múltiplas fontes de yield: RWAs, DeFi, CeFi, staking,  LPs e outros. Buscam diversificação de risco e eficiência na geração de retorno. 

São modelos que tendem a capturar uma gama mais ampla de oportunidades, mitigando a  dependência de um único mercado ou estratégia. 

Exemplos: 

• Reservoir (rUSD) – backed por RWAs e vaults de DeFi; 

• Coinshift (csUSDL) – combinação de T-Bills + lending DeFi (via Morpho); 

• Midas (LYTs) – stablecoins institucionais, compostas por estratégias ativas em RWA  e DeFi; 

• Upshift (upUSDC) – yield de LP, lending e staking; 

• Perena (USD* [é listada com asterisco mesmo]) – Solana-native, que gera yield a  partir das taxas do próprio AMM.

Conclusão

O surgimento das yield-bearing stablecoins representa uma diferenciação que inclui os  detentores de stablecoins na partilha de rendimento que antes se concentrava para os  emissores.  

Elas oferecem retorno real, liquidez imediata, transparência on-chain e acesso global. 

Porém, todo yield carrega risco. Seja risco de contraparte, falhas nos mecanismos de  arbitragem, stress no mercado de derivativos, insolvência de credores ou falhas de  compliance em RWAs. 

O investidor que busca esse tipo de ativo precisa compreender profundamente de onde  vem o yield, qual a fonte, quais os riscos estruturais e como o protocolo gere eventos  extremos. 

Fontes: Coinmarket Cap, Insight4vc

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