Foi por muito pouco que o mercado não acertou o número do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal. A diferença de 0,2% no PCE foi principalmente resultado do arredondamento para cima de um valor de 0,18%. O dado atingiu 2,3% em maio e foi anunciado pelo BEA (Escritório de Análises Econômicas) nesta sexta-feira (27).
Como esperado após os dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no início deste mês, observamos apenas um fluxo limitado de tarifas no lado dos bens de consumo em maio, com eletrodomésticos e brinquedos apresentando alguns aumentos. Enquanto isso, ainda não há indícios de repasses tarifários nas estatísticas de inflação em grandes categorias, como veículos automotores.
Esses dados contidos sobre a inflação não mudarão a preferência da maioria do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que reiterou sua preferência esta semana por aguardar para ver quanto dos aumentos tarifários serão repassados aos consumidores nos próximos meses. Embora também esperássemos que já víssemos um pouco mais de repasses nas estatísticas de inflação, ainda esperamos que esses impactos se manifestem de forma mais significativa nos próximos meses.
Apesar da possibilidade de um corte na taxa dos Fundos Federais já em setembro, o que seria uma boa notícia, acreditamos que isso provavelmente exigirá uma piora mais significativa do mercado de trabalho.
Mesmo que o volume de gastos tenha caído ligeiramente (-0,1%) e ficado abaixo das expectativas, não deveríamos dar muita importância a esses números, pois essa queda provavelmente se deve principalmente ao aumento nos gastos no início deste ano, quando os consumidores tentaram comprar produtos antes das tarifas; a redução nos gastos ocorreu no lado dos bens, enquanto os gastos com serviços aumentaram.
Parece que a queda muito maior do que a esperada na renda pessoal (-0,4% contra 0,3% esperado) foi impulsionada principalmente pela recuperação dos aumentos observados no mês passado nos pagamentos de benefícios da previdência social.