A Petrobras (SA:PETR4) divulgou o seu resultado do 4T16, que trouxe novidades positivas em termos de números no resultado, como na questão do endividamento, que apesar de ainda ser elevado, já mostra queda.
Em 2016 a produção média de petróleo da empresa no Brasil atingiu 2.144 mil barris por dia (bpd), 0,75% acima do resultado do ano anterior e em linha com a meta de 2.145 mil bpd prevista para o período.
As vendas de derivados no mercado doméstico atingiram 2.001 mil bpd, uma queda de 4%, enquanto as exportações de petróleo e derivados aumentaram 13%, alcançando 634 mil bpd. Vale (SA:VALE5) destacar que a empresa passou a ser exportadora líquida, em função do aumento das exportações em 6% e da redução das importações em 30%.
As vendas líquidas do 4T16 atingiram R$ 70 bilhões, -17% sobre o faturamento do 4T15. No acumulado de 2016 as vendas líquidas ficaram em R$ 283 bilhões, -12% sobre 2015. As diferentes medidas implementadas pela gestão de Pedro Parente, já trouxeram resultados positivos na apuração do saldo Ebitda, que no 4T16 atingiu R$ 25 bilhões, +31% sobre o mesmo período de 2015, reflexo das maiores margens de diesel e gasolina e dos menores gastos com importações e participações governamentais. Já no acumulado de 2016 o saldo atingiu R$ 89 bilhões, +16% sobre 2015, com influencia dos fatores citados anteriormente. A margem Ebitda no 4T16 atingiu 35% contra 22% no 4T15.
O resultado financeiro, tanto no 4T16 como no acumulado do ano de 2016 foi influenciado principalmente pela queda na cotação do dólar, o que trouxe impacto positivo na linha final do resultado. Assim, o lucro líquido do 4T16 atingiu R$ 2,5 bilhões, superando as projeções do mercado. Vale lembrar que no 4T15 o resultado final contabilizado ficou negativo em R$ 37 bilhões em função da contabilização de baixa de ativos.
Um ponto que chamou a atenção no resultado do 4T16 foi a posição do endividamento da empresa, que apesar de ainda ser fator de preocupação, já mostrou que a gestão atual da empresa está pondo ordem na casa.
O endividamento bruto do Sistema Petrobras recuou 22% e o endividamento líquido reduziu 20%, ambos em relação a 2015, decorrentes em parte pela apreciação do real em 16,5% e da amortização de dívidas, utilizando recursos advindos dos desinvestimentos praticados.
A dívida líquida em dezembro/2016 ficou em R$ 314 bilhões (US$ 96 bilhões), contra R$ 392 bilhões em 2015 (US$ 100 bilhões). O índice dívida líquida sobre Ebitda ajustado recuou de 5,1x em 2015, para 3,5x em 2016, devido à redução do endividamento e ao aumento do Ebitda ajustado. Decorrente do elevado valor apresentado os próximos passos serão a amortização de parcela deste endividamento com venda de ativos, no qual aguardamos um valor importante com a alienação do controle da BR Distribuidora. A geração de caixa tende a evoluir e alongamento/barateamento de dívidas deve ocorrer nos próximos anos, lembrando que o prazo médio de vencimento atual da dívida ficou em 7,5 anos.
A confirmação do bom resultado mostra um momento de transição para a Petrobras, o que deve promover revisões positivas para a recomendação e preço justo por parte dos analistas de investimento e maior confiança por parte dos investidores.