Abrasileirando 2016
Na briga pela lanterna
Bloomberg fez um ranking dos prováveis “growth losers” de 2016 - países que ficarão no Z4 do crescimento.
A Venezuela nos salvou da lanterna, por pouco. Continuamos bonitos na zona de rebaixamento.
A rigor, se depender do Focus publicado ontem, temos chances reais de recuperar a lanterna até o fim do ano.
Por aqui, houve quem alertasse para a venezualização do Brasil.
Por lá, temem um abrasileiramento da Venezuela.
O populismo do Z4
Ganha um ponto quem identificar fatores comuns à maioria das nações do ranking.
Para facilitar o exercício, devemos subdividi-los em dois grupos.
Japão, Finlândia e Suíça enfrentam as dificuldades estruturais do crescimento de países já desenvolvidos e amadurecidos.
Os demais figuram na outra ponta: subdesenvolvidos e imaturos.
Um fator comum está, obviamente, nos governos populistas.
No caso da Argentina, algo a ficar para trás.
Choque do petróleo
As situações específicas de Venezuela e Rússia inspiram especial preocupação com o petróleo.
O barril registra hoje seu sétimo recuo consecutivo, ameaçando romper o suporte de US$ 30 em Nova York.
Tem muita gente boa de commodities achando que o barril pode chegar a US$ 20.
O petróleo é grande o suficiente para provocar uma crise de endividamento em proporção global.
E o mesmo pode ser dito da China.
Aliás, a China - sozinha - é diretamente responsável por 12% do consumo de petróleo do mundo inteiro.
Soberania nacional
Com o derretimento do petróleo, aumenta a pressão para Petrobras (SA:PETR4) reduzir o preço doméstico da gasolina.
Por ora, a postura oficial é de manutenção dos preços, mesmo que isso implique perda de market share.
Até pouco tempo atrás, o maior risco corporativo em nosso radar era BTG.
Petrobras ultrapassou na reta dos boxes e assumiu a liderança.
BTG poderia representar um problema para o sistema financeiro.
Petrobras não é setorial, mas sim soberana.
Tem carta para você
Todo o setor público nacional precisa se reinventar se não quiser quebrar.
Orçamento ético base zero. É um mandamento universal.
Nosso estrategista-chefe, Felipe Miranda, defende a máxima: “todo início de ano tenho de me reinventar”.
Não é apenas uma questão de querer ou tentar. É de necessidade mesmo.
Para isso, Felipe está se dedicando exclusivamente a um processo de autoavaliação, tragando-nos junto com ele.
O que falta ao meu leitor e a mim?
Como posso melhorar a ponto de oferecer algo definitivo?
Confira nesta carta que ele acabou de escrever.