Garanta 40% de desconto
💰 Tenha ideias profissionais de carteiras de investidores superbilionários no InvestingProCopiar carteira

Petrobras: Uma Empresa em Guerra

Publicado 16.03.2015, 11:47

Muitos investidores continuam na dúvida sobre qual o melhor momento para comprar ações da Petrobras.

Em face da forte queda no preço das ações, para o investidor inexperiente, pode parecer uma barganha adquirir um pedaço do ícone do capitalismo brasileiro.

Porém o investidor que se faz essa pergunta deve antes de tudo entender que, não somente na bolsa de valores, tudo tem seu preço e seu valor.

Quero que você se atenha a um fato, que a empresa tornou público a pedido da CVM, no dia 11 de março e que revela o clima de guerra e a “des-governança” pela qual passa a companhia.

A eleição do novo presidente, o Senhor Aldemir Bendine, foi marcada por intensa discórdia entre os conselheiros independentes.

Dos nove conselheiros da Petrobras, seis são nomeados pelo governo. O nome de Bendine foi indicado pela Presidente Dilma e teve a aprovação dos 6 conselheiros indicados pela presidente.

Os outros 3 conselheiros restantes, o Senhor Silvio Pinheiro, José Monforte e Mauro Cunha apresentaram voto contrario a eleição de Bendine. Mas o mais estarrecedor foram as justificativas expressas na ATA da reunião do dia 27 de janeiro de 2015.

Tal “rebelião” foi iniciada depois que a Presidente Dilma vetou a inclusão, no balanço da companhia, um calculo de perdas derivadas dos esquemas de desvios de recursos da ordem de R$88,6 bilhões, isso mesmo, esse é o número.

Ao que parece Dilma achou o número grande demais!

Esse número foi determinado por consultorias independentes contratadas por ordem do próprio conselho da Petrobras, que concordou inclusive com o método de cálculo.

Para que você saiba, a companhia não tem, ainda, o seu balanço de 2014 auditado e reconhecer corretamente os desvios é prerrogativa para que os auditores assinem o documento.

Ao vetar, Dilma coloca em risco a saúde financeira da empresa. Caso a Petrobras não publique seu balanço até junho de 2015 ela poderá ter a cobrança de suas dívidas antecipadas, o que seria um duro golpe para o seu já apertado caixa.

Em comunicado a diretoria da empresa prefere procurar os credores e tentar postergar a entrega do balanço a reconhecer que houve desvios e a magnitude dos mesmos.

Voltando a reunião de 27 de janeiro são estarrecedoras as declarações dos conselheiros independentes rebelados.

Silvio Pinheiro simplesmente diz que: “A difícil situação por que passa a Petrobras deve-se principalmente às indicações politicas, à falta de caráter e ética de alguns poucos empregados, sem falarmos no papel criminoso de algumas empreiteiras...”

Já o conselheiro José Monforte manifestou-se da seguinte forma: “...a forma como são conduzidos assuntos críticos para a companhia, por parte do acionista controlador, ferem os mais comezinhos princípios da boa governança. As ações são conduzidas como se uma estatal fosse e não uma empresa de capital misto.”

Monforte completa: “...o comitê de sucessão é um organismo inoperante no sistema de governança da empresa e, em razão disso, não se deu ao trabalho de cumprir a sua obrigação regimental de produzir um plano de sucessão. Notadamente, atitude temerária...”

O conselheiro completa que a negligencia e desrespeito com que o controlador, entende-se o governo, trata os preceitos da boa governança e aspectos ligados ao funcionamento do conselho de administração, estão gerando danos irreparáveis ao patrimônio dos acionistas da companhia.

Já Mauro Cunha disse que a companhia está vivendo uma piada ruim e ainda em tom de ironia ele cita o fato de a Petrobras ser “uma empresa de petróleo em que nenhum conselheiro é especialista em petróleo”.

Essa ata expõe um dos maiores problemas em ser sócio de uma empresa de capital misto, sendo o controlador a União.

Ela desnuda como as decisões do controlador, o Presidente da República, tem claro cunho político. Seria um enorme desgaste assumir um rombo de R$88,6 bilhões originado em desvios.

O Presidente da Republica também não pode correr o risco de ter no controle da empresa um Diretor Presidente que não se submeta aos interesses da União, mesmo que suas decisões sejam contrárias aos interesses dos acionistas minoritários e a geração de valor para os mesmos.

Essa ATA é uma aula de Governanças às avessas e mostra porque as ações da Petrobras estão sendo negociadas a preços baixos.

Ele apenas reflete o valor gerado para a empresa pelas decisões tomadas pelo controlador. Valor esse bem negativo.

E aí! Ainda quer ser sócio dessa companhia?

Referências:

Link da ATA da reunião do conselho de administração do dia 27 de janeiro cujos assuntos tratados foram: Eleição de diretores da Petrobras e designação do Diretor de Relações com Investidores; Eleição de membro do Conselho de Administração da Petrobras; Eleição do Presidente da Petrobras. Clique Aqui!

Link do comunicado onde a Petrobras afirma a tentativa de postergar, com credores, a entrega do balanço auditado: Clique Aqui!

Gustavo Lobo é analista de ações e autor do Ebook Os 7 Pilares do Investidor de Sucesso. Você pode efetuar o download gratuito do Ebook Nesse Link!

Anúncio de terceiros. Não é uma oferta ou recomendação do Investing.com. Leia as nossas diretrizes aqui ou remova os anúncios .

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.