Investing.com – Os preços do petróleo recuaram mais de 2% nesta quarta-feira, 17, refletindo a valorização do dólar, o excesso de oferta e os dados decepcionantes do PIB da China.
Foi o terceiro dia seguido de baixa para o West Texas Intermediate (WTI), que fechou em US$ 70,72 o barril, uma queda de 2,3%. O movimento foi influenciado por uma conjunção de fatores, sendo três deles os mais relevantes.
A moeda americana se fortaleceu no dia, após o mercado reagir à expectativa de que os cortes nas taxas de juros sejam adiados até junho pelo Federal Reserve, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco da Inglaterra (BoE).
Christopher Waller, integrante do Fed, mudou seu discurso de novembro e disse que os cortes dependem da ausência de um aumento da inflação. Além disso, o cenário econômico ficou mais tenso com a divulgação das vendas no varejo dos EUA.
Esses acontecimentos elevaram o Índice Dólar acima de vários patamares técnicos importantes e agora ele está sendo negociado perto de 103.
Os preços do petróleo também sofreram pressão após o relatório mensal da Opep na quarta não trazer novidades. A situação parece mais complicada ao analisar o relatório, que projeta uma recuperação e um déficit apenas para o final de 2025. Isso mostra que a organização reconhece as dificuldades em manter os atuais níveis de preço para 2024, diante das circunstâncias desfavoráveis para qualquer ajuste significativo para cima.
Na semana, os preços do petróleo já acumulam perdas, que foram agravadas pelas revelações de que a Rússia descumpriu seus cortes de produção, aumentando o desequilíbrio entre oferta e demanda.
O terceiro fator negativo para os mercados de petróleo foi a divulgação dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre da China. A divulgação mostrou que o PIB nos últimos três meses de 2023 cresceu 5,2%, abaixo das estimativas de consenso de 5,3%. No ano, o PIB ficou em 5,2%, acima do aumento de 3% em 2022.
Apesar dos desafios mencionados, o WTI caiu apenas 2,3% na segunda-feira, enquanto o Brent recuou 2%, para US$ 76,68 o barril.
Os preços do WTI têm oscilado nas últimas semanas, perdendo mais de 6,6% desde que superaram os US$ 75 no final de dezembro. No entanto, os desafios recentes foram compensados pelos principais impulsionadores dos preços, como os conflitos navais e aéreos no Mar Vermelho, que estão causando interrupções significativas no transporte.
A resistência de US$ 74 se mantém firme, resistindo às tentativas recentes de rompê-la. Em caso de tensões crescentes, US$ 80 se torna um alvo notável, seguido de US$ 84, caso sejam registrados fechamentos diários sustentados acima de US$ 80. Por outro lado, o suporte de US$ 67 agora é um ponto de atenção.
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(Este artigo foi publicado originalmente em inglês no site The Tokenist e traduzido pela redação do Investing.com Brasil)