A Opep e seus aliados só irão se reunir em 4 de dezembro, mas rumores a respeito dos planos do cartel para a produção já estão ocupando as manchetes e movimentando o mercado.
Na segunda-feira, o Wall Street Journal informou que os delegados da Opep estariam discutindo um aumento nas cotas de produção de 500.000 barris por dia (bpd). A notícia, ao lado de reportagens de que China poderia impor restrições contra a Covid em partes de Pequim, fez a cotação o barril do Brent e do WTI cair mais de US$ 5. Os preços voltaram a se recuperar depois que o ministro do petróleo da Arábia Saudita negou a intenção de aumentar a produção.
A próxima reunião da Opep também ocorre na véspera das controversas políticas de sanções e de teto de preços do G7 ao petróleo da Rússia transportado por mar, as quais devem entrar em vigor no dia 5 de dezembro. O G7 ainda não divulgou qual será o teto de preços, mesmo com a expectativa de colocá-lo em vigor daqui a menos de duas semanas. É pouco provável que as sanções do G7 sejam influenciadas por qualquer medida aprovada pela Opep e seus aliados na véspera.
Apresentamos abaixo algumas questões às quais os investidores devem estar atentos em relação à próxima reunião da Opep.
- Membros da Opep, como Iraque, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, estão registrando uma demanda maior por parte de países europeus. Os países do G7 precisam substituir o petróleo da Rússia com o óleo de outras regiões, e o Iraque, a Arábia Saudita e os Emirados são alguns dos poucos países com capacidade ociosa. Um pequeno aumento das cotas de produção, como o relatado pelo Wall Street Journal, poderia permitir que o Iraque, a Arábia Saudita e os Emirados conseguissem atender aos pedidos.
- A Opep+ pode revisar seu nível de oferta na próxima reunião. O grupo ainda está usando as cotas referenciais acordadas no fim de 2016. Essas cotas se baseavam nas taxas de produção dos países a partir de outubro de 2016 e já estão defasadas. Muitos países não conseguem mais produzir tanto petróleo quanto em 2016, e também há mais países que estão conseguindo fazer mais extrações do que naquele período. O Iraque já solicitou uma revisão das suas cotas, na medida em que possui capacidade ociosa para usar. Esse tipo de revisão individual é pouco comum no âmbito da Opep. Em julho de 2021, a organização revisou para cima a cota referencial dos Emirados, após o país atrasar a reunião por uma semana inteira. No entanto, seria benéfico para o mercado uma revisão de todas as cotas referenciais da Opep, de modo a refletir a capacidade de produção atual, como sinalizou o ministro do petróleo saudita no mês passado.
Há rumores de que, assim que as sanções à Rússia forem implementadas, a Opep+ deixará de ser uma força relevante para o mercado, pois a produção do país seria afetada. É muito pouco provável que isso venha a acontecer, mesmo que a produção petrolífera russa caia 1,4 milhão de barris por dia (mbpd), segundo projeções da Agência Internacional de Energia, continuando a ser uma importante fonte de petróleo para países não pertencentes ao G7. Provavelmente haverá um período de ajuste, como o mercado testemunho em março e abril de 2022, mas a Rússia permanecerá sendo um importante player no cenário global.
Os laços entre a Arábia Saudita e a Rússia mantiveram-se fortes, e os sauditas entendem que a Opep tem mais influência no mercado com a presença dos russos na aliança. Mesmo que haja uma queda de produção petrolífera na Rússia por algum tempo, os players mais relevantes da Opep, como Arábia Saudita e Emirados, sabem que a participação de Moscou como aliada da organização oferece benefícios no longo prazo. Por isso, farão o que for necessário para manter o país envolvido, apesar das sanções.
Publicado originalmente em inglês em 23/11/2022
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