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Em um cenário de crescente complexidade regulatória, exigências sociais mais refinadas e avanços tecnológicos acelerados, a governança deixou de ser apenas um conjunto de boas práticas para se tornar uma verdadeira estratégia de negócio. No mercado financeiro, especialmente em câmbio e meios de pagamento, a governança eficaz não é apenas desejável — ela é indispensável.
Governar bem, hoje, é como montar um quebra-cabeça: exige visão ampla, atenção aos detalhes e, sobretudo, integração. A primeira peça desse quebra-cabeça é o conhecimento profundo do próprio negócio. Isso significa ter clareza sobre suas fontes de receita e despesa, entender o comportamento de seus clientes, conhecer seus diferenciais competitivos e ter um plano estratégico sólido. No mercado de câmbio, por exemplo, decisões acertadas dependem de uma visão integrada que considere os riscos e as oportunidades que envolvem moeda estrangeira, fluxos internacionais e oscilações políticas e econômicas externas.
Mas não basta olhar apenas para dentro. A governança também exige saber quem são os clientes, os parceiros e os colaboradores da empresa. Vai além do cumprimento de regras regulatórias como o “Know Your Client”: trata-se de uma estratégia de relacionamento e inteligência comercial. Visitar parceiros, manter canais ativos de informação e construir diferenciais conjuntos são ações que geram valor mútuo. Da mesma forma, conhecer e engajar os colaboradores — aqueles que operam os processos e interagem com os sistemas — é determinante para um ambiente produtivo e transparente.
O ambiente externo, naturalmente, também precisa ser monitorado. No câmbio, especialmente, as variações são sensíveis a mudanças globais de política monetária, conflitos geopolíticos, regulamentações internacionais e transformações tecnológicas. Uma governança eficiente prevê, ajusta e antecipa respostas a essas oscilações. Empresas que não olham para o mundo ao redor correm o risco de tomar decisões obsoletas frente a um mercado cada vez mais volátil.
Nesse sentido, a integração entre processos, sistemas e pessoas é o pilar central. Processos bem desenhados trazem eficiência e padronização. Sistemas robustos garantem que a informação circule com qualidade e agilidade. E as pessoas — do operacional à alta gestão — são as que fazem com que os objetivos sejam atingidos. Qualquer desequilíbrio entre esses três elementos compromete a governança como um todo.
Por fim, não se pode falar de governança sem considerar o papel do conselho e da alta liderança. O engajamento dessas instâncias é o que garante que as boas intenções saiam do papel e se transformem em práticas contínuas. É nessa conexão entre governança técnica e alinhamento estratégico que se constrói uma organização preparada para crescer com sustentabilidade e confiança.
No mercado de câmbio e meios de pagamento, essa integração se torna ainda mais crítica. A velocidade das operações, a necessidade de adaptação tecnológica e a complexidade regulatória e tributária impõem desafios específicos. A governança, nesse caso, precisa ser ao mesmo tempo sólida e ágil, capaz de garantir conformidade sem engessar o negócio. O futuro da governança não está apenas nos manuais ou nas auditorias — está na capacidade de juntar todas as peças, alinhá-las a uma visão estratégica e fazer com que elas funcionem em harmonia. Isso vale para bancos, fintechs, corretoras e para qualquer empresa que queira sobreviver — e prosperar — em um mundo cada vez mais exigente.