Vejam nos 3 Gráficos abaixo o comportamento dos estrangeiros em relação ao mercado de ações no Brasil.
A força da posição dos estrangeiro é vista principalmente quando olhamos os saldos trimestrais e anuais.
Vejam que ali no período 1993-1999-2000, há uma fraca posição dos estrangeiros, a despeito da estabilização monetária produzida pelo Plano Real. Isso se deve em grande parte a recorrentes crises entre os países emergentes, como a Crise do México em 1994, a Crise da Ásia em 1997 e a moratória da Rússia em 1998.
A Década de 90 foi marcada por uma forte aversão aos países emergentes; dúvidas e especulações se voltavam para quem seria "a bola da vez"; moedas dos países emergentes eram "atacadas" ampliando os focos de aversão.
O Brasil não foi diferente; de 94 ao início de 1999 o país era alvo de frequentes especulações sobre a maxi-desvalorização do dólar, em face das Crises acima expostas.
O Brasil resiste até o início de 1999, quando finalmente deixa o câmbio flutuar.
Vale o registro que, além dos riscos "em si" de uma maxi-desvalorização, o câmbio era a "âncora principal" do Plano Real para controlar a hiperinflação; o Brasil, no período hiperinflacionário era uma economia fortemente indexada ao dólar.Mexer no câmbio, num curto espaço de tempo, representava um risco imenso.
Enfim, a década certamente representou uma década de aversão aos países emergentes; o saldo dos estrangeiros em ações no Brasil, abaixo identificado espelha isso.
Os anos 2000, a despeito da Bolha da Internet e o 11 de setembro, registram uma atmosfera menos hostil aos países emergentes.
O mundo volta a engatar boas taxas anuais de crescimento:
Vejam abaixo as taxas da Zona do Euro, Estados Unidos e China de 1995 a 2008. No quarto gráfico, as exportações de produtos básicos do Brasil nos últimos 40 anos e a explosão em 2005-2006
China
USA
Zona Euro
Exportações Brasil preços 40 anos - produtos básicos
Com o pano de fundo acima, isto é, uma inflação controlada, começando a surfar o crescimento mundial e a explosão das commodities, o Brasil começa a receber saldos cada vez maiores dos estrangeiros já ali por volta de 2004-2005.
Vejam abaixo a explosão dos saldos trimestrais e anuais dos estrangeiros em ações. As quedas pontuais acontecem basicamente no Crash de 2008-2009 a reboque da quebra do Lehman Brothers.
Há que se registrar algumas curiosidades:
O Brasil é beneficiado, como todo o mundo, com a abissal injeção de liquidez produzida pelos Bancos Centrais do mundo inteiro, assim como pela queda da taxa de juros americana após dez-2008.
Isso é verificado pelos repiques dos saldos no período 2009-2010. Vejam que mesmo com a Bolsa não rompendo o topo de 74.000 pontos de 2008, os saldos dos estrangeiros, tanto na base mensal, trimestral omo na anual, são maiores no periodo 2009-2010 do que em 2008
No entanto, nos últimos 18-24 meses, os saldos caem fortemente.
O mundo continua provendo liquidez aos mercados, as taxas de juros americanas continuam no "fundo do poço" entre 0-0,25%, contudo, o saldos dos estrangeiros em ações no Brasil cai.......e cai muito
As observações sobre os dados publicados pelo IPEA são :
Conta financeira - investimentos estrangeiros em carteira - ações
Frequência: Mensal de 1995.01 até 2012.12
Fonte: Banco Central do Brasil, Boletim, Seção Balanço de Pagamentos (BCB Boletim/BP)
Unidade: US$ (milhões)
Comentário: Quadro: Investimentos estrangeiros em carteira. Obs.: Metodologia do Manual do Balanço de Pagamentos do FMI (5ª ed., 1993).
Atualizado em: 23/01/2013
Mensal
Trimestral
Anual