Os contratos futuros do café tiveram uma semana de queda significativa nos mercados internacionais, recuando para os menores valores em 14 anos. O recuo foi estimulado pela percepção de agentes de que há melhoras na perspectiva para a safra 2020 do Brasil, com o clima, até o momento, não impactando os cafezais.
De acordo com esses agentes, as precipitações ocorridas nas últimas semanas no cinturão cafeeiro do país induziram a abertura de floradas, o que, conforme especulam, pode ser benéfico para o desenvolvimento de uma boa colheita.
Por outro lado, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, alerta que é muito cedo para quaisquer prognósticos a respeito da safra 2020.
"É necessário o acompanhamento do clima muito de perto, pois essas floradas que abriram precisam de chuvas contínuas para o pegamento e o futuro vingamento em chumbinhos", explica.
O tempo, porém, deve voltar a ficar firme em todo o Sudeste a partir deste final de semana, devido à atuação de uma massa de ar seco, que inibe a formação de nuvens carregadas.
Segundo a Somar Meteorologia, a previsão é que a temperatura permaneça em ascensão na principal região cafeeira do Brasil, com possibilidade de leve chuva apenas na faixa litorânea do Espírito Santo.
O dólar comercial também impactou o desempenho das commodities. A moeda encerrou o pregão de ontem a R$ 4,1236, acumulando ganho de 1,6% no acumulado da semana.
Na segunda-feira, 7, a divisa registrou sua maior variação diária desde 19 de setembro, influenciada por denúncia que poderia agregar detalhes ao processo de impeachment do presidente dos EUA, Donald Trump.
Também favoreceram o movimento do dólar durante a semana as tensões comerciais entre os norte-americanos e a China, além da frustração com a adesão de investidores estrangeiros ao IPO da joalheria brasileira Vivara (SA:VIVA3) e a deflação do IPCA de setembro, de 0,04%, que induz a possibilidade de novos cortes da taxa Selic.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro 2019 do contrato "C" acumulou desvalorização de 550 pontos na semana, encerrando o pregão de ontem a US$ 0,9350 por libra-peso. Na ICE Europe, o vencimento novembro 2019 do café robusta fechou a US$ 1.257 por tonelada, com perdas semanais de US$ 35.