Chegando ao final da primeira quinzena de 2023, muitas posições e decisões começaram a ser traçadas pelos grandes fundos e instituições financeiras. Após divulgação dos dados de PIB e PMIs nos últimos dias, reforça ainda mais a importância de medidores de inflação Norte Americana, como o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que será divulgado amanhã(12/01).
Desde o último trimestre de 2022, este índice resultou em uma variação inferior às expectativas e agradou o mercado, sinalizando que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) está, até então, de certa forma conseguindo domar o monstro da inflação. Vagas de emprego sendo geradas de forma controlada, crescimento lento e preços tentando ser segurados. Outro indicador de saúde econômica são os dados de desemprego semanalmente divulgados que vêm apontando uma redução no número de pessoas sem carteira de trabalho assinada.
No entanto, historicamente, sabemos que um valor divulgado de IPC muito distorcido das projeções econômicas é capaz de balançar o mercado de câmbio de maneira agressiva, com oscilações importantes de mais de 100 pp e dar um novo rumo de curto e médio prazos para a paridade Real X Dólar.
Nos patamares atuais negociados, Dólar futuro enquanto estiver abaixo da região de 5,290 sempre se mostrará resiliente aos fatores políticos e econômicos internos nesta fase de transição, apontando para importantes suportes e novas regiões de preço há muito trabalhadas em 5,096 e mais abaixo o já conhecido 4,80 e 4,60. É muito plausível pensarmos em negociações nesta faixa de preço ainda que o cenário macroeconômico seja desfavorável, nossa característica de país fornecedor de commodities certamente ainda pode se favorecer e num cenário em que não tenhamos que elevar ainda mais nossa Taxa de Juros, a Bolsa brasileira estará mais atrativa ainda, com grandes empresas recebendo capital externo e favorecendo a paridade Real X Dólar.
Incertezas e ameaças à economia local e global sempre estarão no radar, porém, estamos percebendo pouco a pouco que os acontecimentos dos protestos relacionados aos três poderes, pouco ou nada desestabilizaram a valorização da nossa moeda, indicando portanto uma preocupação muito mais relevante com o manejo da dívida pública e o risco fiscal. Estaremos enfim deixando de olhar para trás onde as preocupações políticas tomavam mais a atenção dos grandes investidores e passamos a mirar em projeções e resultados estruturais da nossa economia?
Colaboração: Marcos Alexandre Pinto