A crise política causada pela polêmica gravação envolvendo o Presidente da República atingiu em cheio o mercado financeiro ao por em xeque as reformas que garantiriam a solvência do nosso governo no longo prazo. A quinta-feira negra, dia que ficará para história, foi marcada por pânico que levou o Ibovespa a cair 10%. O que se seguiu ao circuit breaker e depois no pregão da sexta foram movimentos de compra, mas que não foram suficientes pra compensar o panic selling. O fato é que o choque ainda não passou, a volatilidade ainda deve permanecer alta. Ainda não sabemos se foi apenas um lapso ou se a confiança foi realmente abalada.
IBOV após a quinta-feira negra (gráfico dinâmico aqui)
O viés é neutro. O índice está no meio do caminho. A queda de quinta fez o IBOV perder a linha de base do canal que funcionou durante todo o ano de 2016 (laranja), referência para a tendência de alta. A alta da sexta fez o índice retrair 38% de toda a queda e testar o canal agora como resistência, com o candle largando uma sombra pra cima. O fechamento se deu exatamente sobre um suporte intermediário que ganhou muita importância nos 62k. Em análise de fevereiro, havia sugerido o IBOV a 58k (à época estávamos próximos dos 69k). Em um primeiro momento caímos até 62k mas depois houve retomada, quase inviabilizando essa possibilidade. Agora voltou a ser algo plausível.
O Driver será a política, mais uma vez. A incerteza favorece vendas e cautela mas uma resolução mais rápida que o esperado pode trazer o otimismo de volta ao mercado. o fechamento de hoje, agora com os fatos um pouco mais claros e sem o efeito surpresa, será decisivo para indicar qual será a tendência do IBOV.
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Disclaimer: Isso é apenas um comentário sobre análise técnica e não constitui nenhuma espécie de aconselhamento financeiro.