Prezado leitor,
Hoje chegamos ao fim do primeiro semestre de 2025. Por esse motivo, preparei uma retrospectiva indicando quais papéis (ações e units) se destacaram nos primeiros seis meses do ano, sob diferentes óticas. No estudo, considerei os retornos diários totais (isto é, com base nos preços ajustados a proventos), tendo como data de corte o dia 26 de junho de 2025, de forma que houvesse tempo hábil para elaboração das análises. Todos os dados foram retirados da plataforma Quantum Axis.
Desempenho geral do mercado
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, apresentou tendência de alta ao longo do primeiro semestre de 2025. Após fechar 2024 na casa dos 120 mil pontos, o índice valorizou cerca de 14% nos primeiros seis meses do ano corrente, tendo renovado máximas históricas (em termos nominais) em meados de maio, a partir de quando apresentou leve correção. Dos 84 papéis que fazem parte do índice, 60 apresentaram valorização no primeiro semestre. Nesse período, destaca-se a significativa entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira.
Maiores retornos
Para compor a amostra desta análise específica, considerei os constituintes do Índice Brasil Amplo (IBrA B3), indicador de desempenho dos ativos negociados no mercado à vista que atendem critérios mínimos de liquidez e presença em pregão. Trata-se de um índice mais abrangente do que o Ibovespa: a carteira teórica do IBrA é composta hoje por 166 ativos em comparação com os 84 previamente mencionados do Ibovespa.
No primeiro semestre de 2025, dez papéis apresentaram, até a data de corte, retornos superiores a 100%:
Das dez empresas acima mencionadas, apenas duas fazem parte do Ibovespa -- Cogna (BVMF:COGN3) e YDUQS (BVMF:YDUQ3). Ambas, inclusive, atuantes no setor educacional, que se destacou no período, com quatro representantes dentre os principais retornos -- Ânima (BVMF:ANIM3) e Ser Educacional (BVMF:SEER3) fecham a lista. Tal desempenho conjunto indica uma reprecificação geral no setor, potencialmente em função, dentre outros motivos, de uma expectativa de proximidade do fim do ciclo de alta das taxas de juros. Moura Dubeux (BVMF:MDNE3) e C&A (BVMF:CEAB3) fazem parte de outros setores (construção civil e varejo, respectivamente) que também podem se beneficiar de um eventual fim de ciclo de alta da meta da Selic.
Outras empresas da lista apresentaram relevantes notícias ao longo dos seis primeiros meses do ano. A Méliuz (BVMF:CASH3) adotou o Bitcoin como seu principal ativo de tesouraria. A Oncoclínicas (BVMF:ONCO3) viu seus acionistas entrarem em uma disputa por controle, tendo a gestora Latache aumentado sua partipação na companhia. A Movida (BVMF:MOVI3) atingiu resultados que surpreenderam o consenso de mercado, com ganhos nos preços e de eficiência operacional, enquanto a Serena Energia (BVMF:SRNA3) caminha para um fechamento de capital, após recente Assembleia Geral Extraordinária.
Menores volatilidades
Em termos de volatilidade (aqui medida pelo desvio padrão dos retornos diários totais e apresentada em base anualizada), Santos Brasil (BVMF:STBP3) e Wilson Sons (BVMF:PORT3), ambas de logística portuária, destacaram-se, assim como ativos do setor de energia, historicamente estável. Itaú (BVMF:ITUB4) Unibanco (BVMF:ITUB3), Fras-Le (BVMF:FRAS3) e Itaúsa (BVMF:ITSA4) completam a lista das empresas com menor volatilidade no semestre.
Ativos mais negociados
No gráfico a seguir, são apresentadas as medianas dos volumes financeiros diários dos ativos mais negociados no primeiro semestre de 2025 (de acordo com esse parâmetro):
Vale (BVMF:VALE3) e Petrobras (BVMF:PETR4) (em específico, preferenciais) se destacaram dos demais papéis, por terem sido os únicos com volume financeiro diário superior a R$ 1 bilhão. A título de curiosidade e para ordem de grandeza, dentre os ativos que fazem parte do IBrA, as ações da DASA (BVMF:DASA3) foram as que apresentaram menor volume financeiro diário no primeiro semestre, negociando em torno de R$ 1 milhão por dia. Já dentre os que constituem o Ibovespa, os menos negociados -- Petz (BVMF:PETZ3), Raizen (BVMF:RAIZ4) e Pão de Açúcar (BVMF:PCAR3) -- transacionaram em torno de R$ 25 milhões por dia.
Maiores valores de mercado
Com base nos preços de fechamento do dia 26 de junho, Petrobras e Itaú Unibanco seguem sendo as empresas com maior valor de mercado da B3 (BVMF:B3SA3), com a Vale fechando o pódio. Weg (BVMF:WEGE3), que ao fim do ano passado ameaçava a posição da mineradora, acumula uma desvalorização de aproximadamente 18% em 2025, tendo sido ultrapassada por BTG Pactual (BVMF:BPAC11) e Ambev (BVMF:ABEV3), que apresentaram relevantes altas até então no ano (cerca de 55% e 16%, respectivamente).
Espero que o resumo lhe tenha sido útil e agregue para suas decisões de investimento futuras. Por favor, fique à vontade para compartilhar seus comentários com relação aos pontos aqui trazidos, deixar sugestões para novas análises e/ou dividir suas perspectivas quanto ao semestre que se inicia amanhã.
Uma ótima semana!