A economia americana evidenciou outra rodada de indicadores positivos, em especial no segmento imobiliário, e as moedas dos países latinos atualmente considerados em melhor momento que o Brasil sofreram desvalorização frente à moeda americana.
Então, porque o nosso real que vem estaqueado por um lastro de sustentação da ordem de US$ 91,0 Bi de contratos de swaps cambiais para manter a sua credibilidade perante investidores e detentores de posicionamentos expostos em moeda americana resistiu bravamente, mostrando uma sustentabilidade que não encontra bons fundamentos na realidade presente.
Enquanto o peso mexicano desvalorizava 0,03% ante o dólar; o peso chileno 0,69%; o peso colombiano 0,72% e o new sol do Peru 0,36%, o nosso real se valorizava 0,32% e sinalizava poder romper para baixo o piso de R$ 2,25.
Há coerência? Claro que não! A perspectiva para o 2º semestre na área cambial é de carência de fluxos cambiais favoráveis, intensificação de saída de recursos especulativos adentrados ao inicio do ano e retração dos IED´s em decorrência do baixo crescimento e inflação sugerirem postura cautelar por parte dos investidores estrangeiros em conta capital, por ser prudencial em ano eleitoral conhecer os novos planos do novo governo, assim considerado o atual se reeleito ou o novo que for eleito, pois mudanças deverão ocorrer por se tratar de algo imperativo.
Temos destacado que os comportamentos do câmbio e da Bovespa e juros longos não devem evidenciar simetria.
O câmbio tem antes de tudo superar os obstáculos de curto/curtíssimo prazo dentro deste semestre, que vai pressionar gerando alta do preço, para depois na medida em que o país reconquiste atratividade perante o mercado internacional, promova o desmonte do “front de defesa” do preço do real desde agosto de 2013, para então voltar a operar com baixíssima intervenção da autoridade monetária.
A Bolsa se movimenta agora com foco na perspectiva de médio/longo prazo de que o país reencontre o caminho para o desenvolvimento e assim ações de segmentos estratégicos e que vinham tendo o preço afetado por compressão dos preços, etc. voltando a serem grandes geradores de resultados, assim como outros com a retomada do crescimento.
O dólar tenderá ao que acreditamos, primeiramente ter seu preço apreciado durante a superação dos obstáculos que se configuram inevitáveis antes do processo recuperatório de fluxos cambiais positivos que permitirão gradualmente a reversão da intervenção promovida pelo BC.
Atipicidades da natureza que estamos presenciando sem fundamentos, até porque nem os eleitorais sustentam este movimento no curto prazo, sugerem que possa estar ocorrendo um movimento especulativo indutor à apreciação do real contra todos os fatores para que sejam aumentadas as apostas numa forte apreciação do dólar dentro deste semestre.
A oferta continua do BC dos contratos de “swaps cambiais” para rolagem e adicionalmente mais 4.000 contratos pode estar sendo estrategicamente utilizado pelos especuladores.
É preciso que a autoridade monetária fique atenta para que não surja um novo problema além dos desafios que se pressupõe encontrará à frente no mercado cambial.
A divulgação do ganho de R$ 20,0 Bi pela autoridade monetária nas operações de “swaps cambiais” é algo puramente pontual e só foi possível com a manutenção do preço da moeda americano em estado de depreciação fomentado pela própria colocação destes instrumentos financeiros e, também e não menos importante, o relevante fluxo de ingressos absolutamente fortuito e não previsto de capitais especulativos direcionados aos mercados de renda fixa e variável para ganhos de oportunidade, em razão do espaço aberto pela manifestação época do FED de que postergaria as medidas de mudança da politica monetária americana.
A autoridade tem US$ 91,0 Bi destes contratos de “swaps cambiais” “em ser” no mercado e o volume tende a superar os US$ 100,0 Bi, até porque não se vê forma de reversão no quadro atual. Assim, uma mudança no preço da moeda americana de R$ 2,25 para R$ 2,40 poderá custar muito ao caixa da autoridade monetária.
No câmbio para colocar-se a “casa em ordem” dependemos muito mais da reação dos estrangeiros em relação ao Brasil, o que mesmo assim não poupará a necessidade de um período considerável para reacomodar toda a intervenção havida pelo BC no mercado, enquanto que na Bovespa dependemos mais de atitudes internas e dependentes dos próprios governantes.
Portanto, entendemos que não há absolutamente nenhuma razão para este movimento de apreciação do real num contexto global em que as moedas latinas dos países que estão à nossa frente nas análises de seus “status” atuais sofrem depreciação frente à moeda americana.
Há evidência bastante crível que ocorre movimento de especulação.