Quanta gente, ah, quanta alegria!
Os juros de equilíbrio
Bolsas asiáticas encerraram esta quinta-feira em alta, especulando que o Fed não vai mais elevar juros em 2016.
Além disso, o BC chinês ofertou US$ 23 bi no mercado aberto, valorizando o yuan (voltarei a este ponto em breve).
E além disso tudo (ufa!), Mario Draghi afirmou que não está nem um pouco preocupado com efeitos colaterais de sua política de relaxamento monetário.
Viva o carnaval dos mercados!
Faço minhas as palavras de Bill Gross.
Os BCs globais parecem acreditar que existe uma taxa de juros tão baixa, mas tão baixa, que simplesmente fará a liquidez monetária transbordar em crescimento econômico.
Basta apenas descobrir quão baixo é tão baixo; lembrando que já estamos em terreno negativo.
Armadilha de liquidez
Prometi que voltaria à China, e voltei.
O país se colocou numa bela armadilha. Não consegue desvalorizar o yuan, pois, sempre que faz isso, os outflows de USD aumentam, a Bolsa derrete e o FMI pressiona.
Ao mesmo tempo, para segurar o yuan valorizado, tem que sacrificar metas de PIB e desovar bilhões de reservas internacionais.
Estamos num período temporário em que, por conta dessa armadilha, há preferência por sustentar o yuan. Até porque ainda restam US$ 3 bi de reservas.
Mas acredite: US$ 3 bi não duram para sempre.
Quando a China vacilar com o yuan, petróleo volta a cair e dólar volta a subir em relação aos emergentes.
Gosto bastante da ideia de comprar dólares abaixo de R$ 3,90.
Pra ver a banda passar
Além dos riscos chineses, há os riscos brasileiros, é claro.
Limite plurianual para alta de gastos públicos me soa como outra grande piada.
No modelo ventilado por Nelson Barbosa, o superávit primário varia dentro de uma banda.
Pronto, está feita a bagunça, pois bandas existem apenas para serem violadas pelo Governo Dilma.
Vide o caso de Copombini com as metas de inflação.
O rei peladão
É impressionante como a frequência dos emails que recebemos se correlaciona com os medos que a guinada à esquerda provoca.
No momento, abro de 15 a 20 emails por dia manifestando temores quanto a uma hipótese de calote dos títulos públicos.
Bill Gross, novamente: nenhum país consegue emitir dívida a 6-7% de juros reais com crescimento negativo do PIB; é uma sentença de morte.
Estamos estudando essa hipótese, já há alguns meses, e ela aparece implícita na fala dos melhores economistas brasileiros.
Só que alguém, 100% independente, precisa falar a verdade com todas as letras.
O rei soberano está nu.
Dividendos no Empiriscope
Tradicionalmente, investidores brazucas idolatram títulos públicos e não dão bola para os dividendos das empresas listadas.
Deveria funcionar ao contrário, certo Luis Barsi?
Para hoje, preparamos um Empiriscope especial sobre dividendos.
Dividendos bons e dividendos maus.
Acompanhe pelo nosso Twitter, 15h.
É também uma ocasião legal para conhecer o Carlão, responsável por nossa série de Vacas Leiteiras.
Carlão poderia estar tranquilamente entre os personagens de A Grande Aposta.