Junte-se a +750 mil investidores que copiaram as ações das carteiras dos bilionáriosAssine grátis

Quando Pagar Caro Por Uma Ação Realmente Vale a Pena

Publicado 28.09.2013, 03:36
FAZI
-

Estou há uns dez dias de carro (semi) novo. Comprei do Caio, meu sócio aqui na Empiricus. Os postos de gasolina da região da Lapa têm me agradecido. Paguei um pouco mais caro do que eu considerava no orçamento inicial. Mesmo assim, estou feliz. Topei pagar um pouco mais caro. “Você é financista e aceitou pagar mais caro que queria por um bem?”

Sim. Talvez eu esteja diante do problema clássico de Domain Dependence – eu só seria capaz de fazer bons cálculos sobre finanças dentro de um domínio específico, imitando médicos muito críticos aos hábitos de seus pacientes e, ao mesmo tempo, consumidores de dois maços de Marlboro vermelho por dia.

É possível que eu seja capaz de fazer valuations criteriosos para as ações, mas não o seja para o caso de minhas compras pessoais.

Reconheço isso, embora sinceramente não ache que seja o caso. Eu sei que paguei um pouco mais caro frente às minhas pretensões iniciais. Mas o fiz por um motivo conhecido e racional: prêmio por menor risco.
O Caio, apesar de um grande barbeiro, cuidava do carro com carinho e amor. Embora não seja mais um bebê, o veículo tem apenas 14 mil quilômetros rodados e cheira a novo. Só falta o plástico no banco.

Assim, eu evito incorrer no problema clássico dos carros usados. Você entra no webmotors.com, encontra uma barganha com 20% de desconto frente ao preço de tabela e compra. Dois meses depois, deixou 30% do carro no mecânico, no clássico problema formalizado pelo George Akerlof, em “market for lemons” – seu carro usado pode ser azedo como um limão.

Meu negócio com o Caio foi uma decisão estritamente financeira e, ao menos até agora, posso dizer com alguma certeza: acertada.

Imagina que você não quis comprar ações da AmBev há cinco anos. “Estão caras demais, o crescimento dos volumes já não deve ser mais tão grande e o valuation já embute as vantagens competitivas.” Nesse caso, você perdeu a chance de ter seu capital multiplicado por mais de 4x, em curto intervalo de tempo.

Quem colocou R$ 10 mil em AMBV4 em 1º de outubro em 2008 tem hoje R$ 41,8 mil. Já se você pôs os mesmos R$ 10 mil há dez anos, teria hoje nada menos do que R$ 122 mil. E o mais interessante: houve um único ano de queda para ação, em 2008, quando simplesmente tudo caiu – daí nem vale contabilizar como exceção à regra.

O caro pode ficar ainda mais caro. Muitas vezes, é assim mesmo que acontece e representa grandes oportunidades de multiplicação de valor. Nosso relatório especial de hoje trata exatamente disso: as ações que podem funcionar como AmBevs pelos próximos anos. Vantagens competitivas destacadas, sólido crescimento de lucros de longo prazo, margens altas, alavancagem sob controle e altas barreiras à entrada. Precisa ser caro mesmo.

O relatório faz parte da seção Top Top Empiricus, que merece assinatura. Ela traz sempre uma relação das melhores ações dentro de um determinado critério relevante. Hoje ela fala das poucas ações caras que valem a pena. Já listamos as maiores barganhas, os melhores dividendos, os resultados mais fortes. É bem legal acompanhar.

Talvez você não saiba, mas quando Akerlof foi agraciado com o prêmio Nobel, ele veio para o Brasil. Ele me ligou convidando para uma baladinha. Aceitei o convite do velho amigo. Ele se entupiu de caipirinha.

#INSIGHT DO DIA

Olha, eu topo pagar caro por coisa boa. Não tenho problema com isso. Agora, comprar roupa da GAP no JK Iguatemi já me parece demais. Não é fast fashion barato? Pode, sim, ser uma ameaça à Hering no médio prazo, mas, sinceramente, acho uma baita idiossincrasia brasileira ter que ir até o JK pra comprar roupa da GAP.

Por isso, não me preocupo tanto com a dinâmica competitiva – quatro lojas por enquanto e 35% mais caro frente ao valor lá fora não assustam muito. Minha restrição em Hering decorre das dificuldades de se migrar para um modelo grande, com maiores exigências de moda, necessidade de atualização constante da coleção com muita escala, logística mais difícil e gerenciamento do estoque. Não é mais tão caro, mas também não é uma barganha.

As tais vantagens competitivas de longo prazo não aparecem tão claras aqui. Então, é o caso de esperar por valuation mais convidativo.

#DIRETO DA MESA

“Felipe, não era você que não gostava da MMX? Vai ter que assumir o erro em recomendar ALL...Meu short agradece. kkkkkk” Obrigado pela simpatia, caro M.P. Conte sempre conosco.

ALL era, é e continuará sendo um dos cases preferidos da Empiricus mesmo se vier a comprar ativos da MMX em Corumbá. Primeiro porque já traz recursos certificados e ajuda a atrair investidor estratégico para a Vetria, que é algo fundamental.

Além disso, traz diversificação às receitas, aumenta em cerca de 4x a capacidade de carga geral, sem demanda capex inicial. A princípio - é claro, maiores considerações dependem do valuation do negócio -, acho notícia positiva para ALL. Boa sorte no seu short. Vai precisar.

Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.