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Rali Recorde no Cobre Faz China Provocar Maior Correção de Preços em 15 Meses

Publicado 29.06.2021, 10:28
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Publicado originalmente em inglês em 29/06/2021

Como maior país consumidor de commodities do mundo, a China pode se dar ao luxo de deixar os preços das matérias-primas subirem quando não prejudicam sua economia ou fazê-los despencar quando ocorre o contrário.

É justamente o que estamos vendo no cobre, que atingiu máximas recordes em maio e, logo depois, registrou sua pior correção desde março de 2020, diante da determinação de Pequim de não ser assolada pela inflação no preço do mais importante metal industrial.

As empresas estatais chinesas receberam a ordem de controlar seus riscos e limitar a exposição a mercados estrangeiros de commodities, afirmou a Bloomberg em um comentário recente. Paralelamente, os estoques governamentais de cobre, alumínio e zinco serão liberados aos fabricantes, a fim de colocar um freio nos preços desses metais.

Cobre diário

Gráficos: cortesia de SK Dixit Charting

Cerca de 20.000 toneladas de cobre irão a leilão público em 5-6 de julho na primeira rodada de uma liberação incomum de estoques da Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégias de Pequim. A China também fará a remessa do cobre disponível internamente para destinos no exterior, na tentativa de arrefecer os preços internacionais. As exportações chinesas de cobre subiram pelo terceiro mês em maio, registrando seu valor mais alto desde março do ano passado, segundo dados oficiais.

Cobre semanal

O impacto de tudo isso foi uma queda de 9,5% no cobre futuro negociado na Bolsa de Metais de Londres (LME) e na Comex de Nova York.

Na pré-abertura desta terça-feira em Londres, o cobre estava um pouco abaixo de US$9.295 por tonelada, contra o fechamento de US$10.275 e a máxima de US$10.746 de 10 de maio.

O cobre na Comex estava a US$4,23 por lb contra o fechamento de US$4,68 no mês passado e a máxima histórica de US$4,89 em 10 de maio.

A última vez em que o cobre se desvalorizou tanto assim foi em março de 2020, no início da pandemia de cobre, quando registrou uma queda de quase 12%.

As máximas recordes de maio no cobre foram a gota d’água para a China, pois os fabricantes começaram a reduzir as operações para cortar custos. O diferencial crescente entre os índices de preços ao consumidor e de preços ao produtor mostrou que muitos fabricantes acabaram arcando com essa alta nos custos.

Os preços aos produtores subiram 9% em maio em relação ao início do ano, ritmo mais forte desde 2008.

As taxas de tratamento exigidas pelas refinarias de cobre chinesas para transformar concentrados em metal atingiu a mínima recorde de US$ 30,54 por tonelada em abril, sugerindo que as margens estavam sendo comprimidas para fazer os produtos chegarem aos consumidores.

A atual escada de vendas planejadas de metal na China acabou estimulando alguma atividade especulativa no mercado, segundo reportagem da Bloomberg em meados de junho.

E afirmou ainda:

“A dimensão dos estoques estratégicos de metais de Pequim é guardada a sete chaves, de modo que qualquer compra na esperança de preços maiores pode se deparar com um vendedor que tem um armazenamento incomensurável do metal para manter os níveis suprimidos”.

Mesmo assim, há indícios de que a demanda chinesa por metais é tão forte que seria difícil conseguir manter os preços mais baixos por mais tempo.

Nos três meses encerrados em maio, o investimento da China em ativos fixos de infraestrutura foi quase três vezes maior que os níveis do ano passado, muito acima de qualquer volume já visto, segundo a reportagem.

A Trading Economics também concluiu que as tentativas da China de reduzir os preços do cobre no longo prazo poderiam não dar certo, ao dizer que, apesar das manobras de Pequim, o metal não despencou devido aos gastos governamentais para retomada econômica ao redor do mundo.

A consultoria nova-iorquina disse ainda:

“As perdas foram limitadas pelos trilhões de estímulos econômicos para respaldar a recuperação pós-Covid, incluindo fundos para infraestrutura e transição para um mundo livre de carbono, o que impulsionou a demanda".

“Ao mesmo tempo, a falta de investimento por parte de grandes mineradoras e a desaceleração da produção durante a pandemia fez com que os estoques atingissem níveis inéditos nos últimos quinze anos".

A perspectiva técnica diária do Investing.com mantém indicação de “Forte venda” no metal, com possíveis alvos entre US$9280 9216 por tonelada em Londres, e entre US$4251 e 4196 na Comex no curto prazo.

O analista técnico Sunil Kumar concorda com a perspectiva do Investing.com, afirmando que o cobre pode estar em modo de correção após sua modesta corrente descendente.

Segundo Dixit:

“Os preços estão presos em uma consolidação ente US$4,40 e 4,10. O IFR diário sinaliza continuação da correção, com alvo em US$4,08 inicialmente e possível extensão até US$3,97”.

“Pelo lado da alta, uma reação pode gerar um repique limitado entre 4,33 e 4,41. O cobre está tentando formar uma reversão de topo, o que pode pressionar um pouco mais os preços antes de qualquer tentativa de alta".

Aviso de isenção: Barani Krishnan utiliza diversas visões além da sua para oferecer aos leitores uma variedade de análises sobre os mercados. A bem da neutralidade, ele apresenta visões e variáveis de mercado contrárias. O analista não possui posições nos ativos e commodities sobre os quais escreve.

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