Dólar afunda no exterior após dados decepcionantes de emprego nos EUA
Entre abril e junho de 2025, o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos cresceu 3,0 % no ritmo anualizado, superando projeções de 2,4 % feitas por economistas. No mesmo período, o índice de preços ao consumidor acumulou alta de 2,7 % em doze meses até junho, abaixo dos valores apontados anteriormente. Nesse ambiente, as empresas que compõem o S&P 500 devem ter registrado crescimento de cerca de 5 % no lucro por ação ajustado, bem inferior aos 6,4 % antes mencionados e distante da média histórica de 10 %.
O sistema bancário americano destacou-se pela estabilidade. Os principais bancos superaram expectativas ao combinar receitas de serviços financeiros, como private banking e gestão de ativos, com ganhos em operações de trading. Esse desempenho confirma a solidez do crédito ao consumidor e reforça o papel dos bancos na manutenção da liquidez e do investimento interno, especialmente diante das incertezas no comércio internacional.
O setor de tecnologia manteve um forte ritmo de expansão. As empresas de TI do S&P 500 registraram alta de cerca de 18 % no lucro por ação, enquanto o segmento de comunicação cresceu 32 %, ambos impulsionados pelos investimentos em inteligência artificial e serviços de nuvem.
Em contraste, o setor de energia enfrentou forte retração. A Exxon Mobil (NYSE:XOM) deve reportar queda de 27 % em seus lucros ajustados, para 6,67 bilhões de dólares, e a Chevron (NYSE:CVX) queda de 33 %, para 3 bilhões de dólares, pressionadas pela redução nos preços do petróleo e do gás natural.
Em resumo, embora o crescimento econômico tenha sido robusto e a inflação esteja controlada, os lucros corporativos avançaram de forma moderada. Bancos e empresas de tecnologia sustentam o otimismo, ao passo que as petroleiras enfrentam margens comprimidas. Para investidores, o desafio consiste em buscar rendimentos estáveis enquanto acompanham de perto as decisões do Federal Reserve, as possíveis novas tarifas comerciais e a volatilidade dos preços de commodities.
Principais destaques individuais
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CVS Healt (NYSE:CVS): surpreendeu com EPS de US $ 1,81 ante US $ 1,46 esperados, apoiado por forte desempenho no segmento de farmácias e serviços de saúde.
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JPMorgan (NYSE:JPM): reportou lucro por ação de US $ 4,20, 10 % acima das estimativas, beneficiando-se do aumento das receitas de trading em renda fixa.
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Meta Platforms (NASDAQ:META): publicou crescimento de receita de 11 %, acima do consenso, destacando-se pela expansão de anúncios em Reels e novas parcerias de IA.
Setores defensivos e oportunidades de diversificação
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Saúde e consumo básico: empresas de utilities e alimentação registraram avanços moderados, com margens mais estáveis em função de demanda inelástica.
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Imobiliário e infraestruturas: apesar do ambiente de juros mais altos, REITs de logística continuam atraentes, beneficiados pela demanda por centros de distribuição.
Perspectivas para o 3º trimestre de 2025
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Federal Reserve: atenção redobrada ao comunicado de setembro, que pode sinalizar manutenção ou corte gradual de juros.
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Tarifas e geopolitica: o progresso (ou retrocesso) nas negociações entre EUA e principais parceiros comerciais definirá a dinâmica de custos industriais.
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Energia limpa: investimento em renováveis e ações de transição energética deverão ganhar força, configurando um hedge contra a volatilidade dos preços do petróleo.
O segundo trimestre reforça a tese de um mercado norte-americano guiado tanto pelo dinamismo de setores de ponta quanto pela cautela em segmentos mais sensíveis a ciclos de commodities e políticas externas. Para o investidor, manter uma carteira balanceada entre crescimento (tech e financeiro) e proteção (defensivos) poderá ser a chave para navegar neste ambiente de moderada expansão e riscos persistentes.