Reta final de uma das mais polarizadas campanhas presidenciais de nossa História. Se olharmos com cuidado, a campanha virou uma espécie de plebiscito (petismo e antipetismo), simbolizado nas figuras dos candidatos Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Prova disso foram as manifestações ocorridas no sábado, em Copacabana e na Cinelândia, no Rio, bem como em diversas cidades do país, a favor e contra o candidato do PSL.
As pesquisas de intenção de voto de sexta-feira, do Datafolha, de domingo, da CNT/MDA, e a de segunda, do Ibope, reforçam o cenário de polarização. Bolsonaro segue na frente e abriu vantagem no Ibope, enquanto nas demais pesquisas fica em empate técnico com Haddad.
Neste post da série “De olho nas eleições”, o economista Alexandre Espirito Santo destaca a questão da rejeição, a ausência de uma terceira via e as probabilidades do cenário eleitoral, a pouquíssimos dias das urnas. Confira abaixo:
– Terceira via: Diferentemente do que muitos analistas projetavam há poucos meses, não parece que há nem houve, em praticamente nenhum momento da campanha, uma terceira via com reais condições de chegar ao segundo round. Logo após a definição de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não concorreria, o quadro se delineou para a composição atual.
– Rejeição: Chamou a atenção a disparada no índice de rejeição do candidato petista. De alguma forma já era esperado esse aumento (o ex-presidente Lula tinha elevada rejeição), mas o pulo de 27% para 38%, em uma semana, surpreendeu.
– Ruídos internos: Importante enfatizar os “ruídos internos” na campanha de Bolsonaro. Semana passada, seu candidato a vice, General Mourão, disse que o 13º salário dos trabalhadores é uma “jabuticaba brasileira”, o que foi explorado pelos adversários, inclusive no debate de domingo da TV Record. Para piorar, integrantes de sua campanha se mostram insatisfeitos com a condução de alguns temas pelo guru econômico, Paulo Guedes, como a Reforma da Previdência. Talvez esses ruídos nem sejam tão determinantes no primeiro turno, mas para o acirradíssimo segundo turno que se avizinha, podem fazer bastante diferença.
PROBABILIDADES
Em relação à semana passada, alteramos significativamente nossas probabilidades. Acreditamos que Bolsonaro e Haddad possuem, ambos, 95% de chances de passarem para o segundo turno. Dentro dessa lógica, a probabilidade de o segundo round ficar entre os dois está em 90% (de 64% semana passada). Somente algum acontecimento para lá de improvável poderia alterar esse quadro.
Em relação à hipótese de a eleição ser definida já em 1º turno, cremos que, nas condições presentes, as chances são baixas. Como as pesquisas indicam que a disputa efetivamente está restrita aos dois candidatos líderes, será pouco provável que a maioria dos eleitores apele para o tradicional voto útil agora, deixando-o para o segundo turno.
Todavia, como essa campanha tem se diferenciado das últimas e apresentado algumas surpresas, não se pode descartar que, na última hora, aconteça algo semelhante ao ocorrido em SP, há dois anos, quando João Dória “atropelou” os demais candidatos nos últimos dias, vencendo em 1º turno. Acreditamos que essa possibilidade seria em torno de 10%. Pouco provável… mas EXISTE!
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