Garanta 40% de desconto
💎 WSM subiu +52.1% desde que foi selecionada por nossa estratégia de IA em dezembro. Acesse todas as açõesAssine agora

Retrospectiva 2018 - Soja: Com Safra Recorde, Preço Sobe Por Disputa Comercial

Publicado 12.01.2019, 11:05
Atualizado 14.05.2017, 07:45

Apesar do início tardio do semeio, a temporada 2017/18 de soja registrou produção superior à anterior. Ainda assim, de acordo com informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os preços se sustentaram ao longo de 2018, influenciados pelo intenso ritmo das exportações da oleaginosa e dos derivados. As vendas externas, por sua vez, foram favorecidas pela disputa comercial entre os Estados Unidos e a China.

O cultivo da safra brasileira foi iniciado em ritmo lento, devido ao tempo seco no Centro-Sul. Por outro lado, o clima favoreceu o desenvolvimento das lavouras, o que, somado ao maior nível tecnológico, resultou em maior produtividade e em produção recorde – de 120,3 milhões de toneladas, 5% acima da temporada anterior e a maior do mundo, segundo o USDA.

Os Estados Unidos, por sua vez, colheram 120,03 milhões de toneladas na temporada 2017/18 (colheita ainda em 2017), 2,7% a mais que na safra passada. Já a Argentina (terceiro maior produtor mundial de soja) teve forte quebra na produção, totalizando apenas 37,8 milhões de toneladas de soja, 17,2 milhões de toneladas (31,27%) a menos que na temporada anterior, de acordo com o USDA. Com isso, a oferta mundial na temporada 2017/18 somou 339,46 milhões de toneladas, 2,81% inferior à de 2016/17.

No Brasil, os prêmios de exportação para soja em grão estavam operando na casa de 60 centavos de dólar por bushel em meados de fevereiro/18 para embarque em maio/18. A partir de março, os prêmios subiram de forma mais intensa, chegando a US$ 2,00/bushel no início de abril, para o produto a ser embarcado maio/18. Com a greve dos caminhoneiros no final de maio, os prêmios ganharam ainda mais força, inclusive puxado pela boa demanda externa, atingindo, em julho, a casa dos US$ 2,70/bushel para embarques em setembro/18, outubro/18 e novembro/18.

Por outro lado, os preços na Bolsa de Chicago (CME Group) despencaram ao longo de 2018, diante da menor demanda chinesa pelo produto norte-americano. A situação foi se complicando com a chegada da colheita da temporada 2018/19 – os valores externos registraram o mínimo em setembro/18. A partir de então, houve ligeira recuperação, e os preços se sustentaram em dezembro, após uma trégua entre Estados Unidos e a China, quando o país asiático retomou as compras de soja norte-americana.

No geral, as exportações brasileiras foram favorecidas, com embarques expressivos inclusive no último trimestre do ano, o que não é comum. Em 2018, o Brasil embarcou 83,86 milhões de toneladas de soja, um recorde, 23% acima do volume exportado em 2017, segundo dados da Secex. Do total embarcado em 2018, 82,4% tiveram como destino a China. A receita total obtida pelas vendas do grão foi US$ 33,29 milhões, 29,5% a mais que a recebida em 2017.

Os embarques de farelo de soja também foram recordes em 2018, totalizando 16,89 milhões de toneladas, 19,2% acima do volume do ano anterior, ainda de acordo com a Secex. Os principais compradores de farelo do Brasil foram Holanda, Tailândia e a Coreia do Sul. A receita obtida pelas vendas externas do farelo de soja foi de US$ 6,7 milhões, 34,9% superior à de 2017.

Referente ao óleo de soja, os embarques somaram 1,34 milhão de toneladas de janeiro a dezembro, aumento de 9,7% frente a 2017. O recebimento pelas vendas externas deste derivado foi de US$ 956,52 mil, 4,8% superior ao de 2017, segundo a Secex.

Produtores brasileiros, atentos ao contexto externo, se retraíram nas vendas do grão, na expectativa de ganhar uma parcela dos mercados argentino e norte-americano. O desinteresse nas vendas levou muitos deles a apoiarem a paralisação de caminhoneiros, que aconteceu nas últimas semanas de maio. A greve prejudicou as transações nacionais e o abastecimento interno, interrompendo o processamento de indústrias.

Nesse cenário, produtores pecuários que precisaram de farelo se viram diante de valores bastante elevados – em maio, a margem de lucro da indústria foi a maior em três anos, de US$ 75,66/tonelada. Com isso, demandantes passaram a adquirir apenas lotes pequenos do derivado de soja, ao passo que a indústria teve dificuldades em comprar o grão, diante dos elevados preços dos fretes. Assim, em outubro, a margem de lucro da indústria foi a menor em três anos, passando a ficar negativa, em US$ 21,36/tonelada.

Na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, o valor médio do farelo de soja subiu 29,8% de 2017 para 2018, e o do óleo de soja, expressivos 4,1%. Quanto ao grão, a média do Indicador da soja ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá foi de R$ 84,43/saca de 60 kg em 2018, 18,4% acima do de 2017. O Indicador CEPEA/ESALQ Paraná teve forte alta de 18,6% no mesmo comparativo, com média a R$ 78,55/sc de 60 kg em 2018. Ambas as médias anuais dos Indicadores são as maiores desde 2016, em termos reais (IGP-DI de novembro/18). Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações da oleaginosa subiram 18% tanto no mercado de balcão (preço pago ao produtor) quanto no de lotes (negociações entre empresas).

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.