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Safra de Soja Pode Bater Novo Recorde; Câmbio Favorável a Preços Brasil

Publicado 08.01.2016, 10:22

Com a rentabilidade da temporada 2015/16 atrativa, podendo ser maior que a da anterior, a soja se mantém competitiva em relação a outras culturas, seguindo na liderança em área cultivada no Brasil. Assim, a próxima safra deve bater novo recorde de produção. No final de dezembro, os preços no mercado interno estavam maiores que os de 2014, mas em dólar, bem menores. Segundo levantamentos do Cepea, até dezembro, cerca de 40% de toda a produção da oleaginosa já havia sido comercializada.

No final do último mês, o cultivo de soja estava na reta final, especialmente na região denominada de “Matopiba”, ao mesmo tempo que a colheita no Paraná e em Mato Grosso se aproximava. As poucas chuvas em várias regiões do Cerrado brasileiro entre final de novembro e dezembro, no entanto, causam preocupação.

Em dezembro, a Conab divulgou estimativa de que a soja ocupe 33,2 milhões de hectares na temporada 2015/16, crescimento acumulado de 45,9% nos últimos 10 anos-safra. No mesmo período, a produtividade deu um salto de 27,6%, tomando-se como referência os números previstos para a temporada atual (3.087 kg/ha), o que elevou a oferta em 86,2%, caso sejam confirmadas as 102,5 milhões de toneladas previstas para a safra corrente – todos números recordes.

Da oferta nacional, a estimativa da Conab é de que 44,5 milhões de toneladas sejam processadas internamente e 57,5 milhões de toneladas da soja em grão, exportadas – também recordes. O processamento interno deve gerar 31,19 milhões de toneladas de farelo, sendo que 15,5 milhões de toneladas devem ser consumidas internamente e volume equivalente, exportado. Também devem ser gerados 7,9 milhões de toneladas de óleo de soja, com 6,4 milhões de toneladas sendo direcionadas ao mercado interno e 1,4 milhão de toneladas, exportadas.

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No geral, produtores brasileiros apostam que o dólar permanecerá em níveis elevados. De acordo com levantamentos da equipe de custos agrícolas do Cepea, considerando-se a compra de todos os insumos para a cultura da soja a preços de novembro/15 e a venda de toda a produção no mesmo mês, mantendo-se a tecnologia adotada na safra 2014/15, a rentabilidade média seria de 17,2% sobre o custo total. Em novembro de 2014, o rendimento era de 12,5%. Para esses cálculos, foram considerados os custos e receitas das regiões de Carazinho (RS), Londrina (PR), Cascavel (PR), Dourados (MS), Rio Verde (GO), Sorriso (MT), Primavera do Leste (MT), Uberaba (MG) e Barreiras (BA).

Com tais parâmetros, produtores têm se apressado para negociar. Levantamentos do Cepea apontam que cerca de 40% da produção esperada já foi vendida; o Imea indica 55,3% para Mato Grosso (em face de 34% há ano) e o Deral/Seab, 33,4% para o Paraná (contra 10% no final de 2014).

Na última quinzena de dezembro na Bolsa de Chicago (CME Group), o contrato Jan/16 estava cerca de 15% menor que o ano anterior, dificultado a competitividade da soja brasileira. O contrato Nov/16 estava apenas cerca de 2% maior que o Jan/16, indicando que não deve haver mudança expressiva nos patamares naquela Bolsa ao longo ano.

A situação é semelhante para os contratos FOB exportação. Tomando-se como referência as cotações em Paranaguá (PR), os negócios realizados na primeira quinzena deste mês para embarque entre fevereiro e julho de 2016 tiveram média de US$ 19,80/sc de 60 kg, com poucas variações entre os meses. Assim, apesar de os preços recebidos pelos produtores estarem em 18% maiores que no ano anterior e no mercado disponível, 20% superiores, em 2016, provavelmente a taxa de câmbio continuará sendo o fator de maior causa de oscilação de preços.

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Segundo último Boletim Focus do Banco Central, o dólar pode ter média de R$ 4,21 no final de 2016, o que tenderia a elevar os preços internos. Nesta semana, o dólar futuro na BM&FBovespa (SA:BVMF3) aponta valores na casa de R$ 4,08 para Mar/16 e de R$ 4,15 para Maio/16, níveis que também seriam favoráveis a vendedores brasileiros.

No cenário mundial, conforme o relatório do USDA, a produção de soja deverá ser de 320,11 milhões de toneladas na temporada 2015/16. Deste total, só os Estados Unidos produziram 108,35 milhões de toneladas e o Brasil, pouco mais de 100 milhões de toneladas - todos volumes são recordes. A Argentina, por sua vez, deve produzir 57 milhões de toneladas de soja, abaixo apenas do colhido na safra passada. O consumo da China deve crescer 7,5% e as importações devem atingir 80,5 milhões de toneladas – também o maior volume da história.

Para o segmento dos derivados, a estimativa do USDA é de que a produção mundial de farelo de soja seja de 214,63 milhões de toneladas, das quais 63,57 milhões seriam produzidas na China, 40,7 milhões nos Estados Unidos, 32,57 milhões na Argentina e 30,96 milhões de toneladas no Brasil. As exportações de farelo dos Estados Unidos devem ceder 9,9%, estimadas em 10,75 milhões de toneladas, enquanto os embarques na América do Sul devem crescer: 7,9% na Argentina (30,8 milhões de toneladas) e 8,41% no Brasil (15,6 milhões de toneladas).

De óleo de soja, a produção mundial deve crescer 4,3% na temporada 2015/16, segundo o USDA. Desse total, 14,36 milhões de toneladas devem ser produzidas na China, 9,91 milhões de toneladas nos Estados Unidos, 7,96 milhões de toneladas na Argentina e 7,68 milhões de toneladas no Brasil. As importações da Índia devem ser 19,7% superiores às da temporada passada.

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ALGODÃO: Fundamentos são positivos para cotonicultura em 2016

Fundamentos indicam que o preço da pluma no Brasil pode seguir firme em 2016. Para o primeiro semestre, a cotação pode encontrar suporte no dólar elevado, que favorece as exportações brasileiras em detrimento da venda doméstica, e no bom volume já comercializado da safra 2014/15. Outro fator que pode influenciar o preço interno nos primeiros meses deste ano é a baixa disponibilidade da pluma de tipos acima do 41-4. No segundo semestre, estimativas já indicam queda nas ofertas brasileira e mundial da safra 2015/16, cenário que pode deixar a relação suprimento/demanda mais ajustada.

Do lado da demanda, indústrias nacionais consultadas pelo Cepea indicam dificuldade em absorver as altas nos custos de produção ocorridas em 2015, especialmente da matéria-prima e de energia, e repassá-las aos produtos derivados. Nesse cenário, e considerando-se as fragilidades econômica e política nacionais, compradores devem estar ainda mais cautelosos nas aquisições neste ano.

Nos grandes estados produtores, área de cultivo deve diminuir, especialmente na Bahia, devido ao aumento dos custos de produção da safra 2015/16 e à dificuldade na obtenção de crédito. Tradings, por sua vez, que adquiriram pluma das safras 2014/15 e 2015/16 antecipadamente, esperam maiores preços para 2016.

Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgados em dezembro/15 estimam queda de 3,8% na produção brasileira de pluma na safra 2015/16 frente à temporada anterior, com o total estimado em 1,503 milhão de toneladas. A redução na área plantada deverá ser de 1,6% frente à temporada 2014/15, passando para 960,6 mil hectares.

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Ainda segundo a Conab, em Mato Grosso, a colheita esperada é de 925,7 mil toneladas, elevação de apenas 0,4%. A Companhia estima aumento de 4,3% na área cultivada (586,9 mil hectares) no estado, mas retração de 3,7% na produtividade. A Conab indica que o ritmo adiantado de comercialização da safra de algodão mato-grossense pode levar o produtor a aumentar a área de pluma em detrimento da soja. Além disso, essa elevação poderá ser resultado da substituição do milho, que pode ter a janela de plantio da segunda safra comprometida pela escassez de chuvas na região. Já na Bahia, segundo maior estado produtor, a produção pode cair 10,4% (indo para 389,3 mil toneladas) e a área semeada, 9,6%.

Quanto ao câmbio, a valorização do dólar frente ao Real, por um lado, permite que o excedente da produção de pluma brasileira seja exportado a preços mais atrativos, mas, por outro, aumenta o custo dos insumos importados.

Segundo informações da equipe de custos agrícolas do Cepea, o montante desembolsado na compra de insumos entre janeiro e novembro de 2015 subiu 22% em Mato Grosso, comparado ao levantamento de 2014 (jan-nov). O custo do cultivo do algodão no principal estado produtor brasileiro, considerando-se a primeira e a segunda safras, teve média de R$ 7.520,14/ha em 2015 frente aos R$ 6.163,94/ha de 2014.

Levantamentos também primários do Cepea mostram que contratos para exportação da pluma 2015/16 captados em dezembro/15 tiveram média de US$ 0,6727/lp para embarques no segundo semestre de 2016, aumento de 3,69% frente à média dos dados captados para embarque no segundo semestre de 2015 (referente à safra 2014/2015), de US$ 0,6488/lp.

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A estimativa de exportação para a safra 2014/15, segundo a Conab, é de 790 mil toneladas, mas em 2016 o volume deverá ser 6,33% menor (740 mil toneladas), influenciado pela expectativa de menor consumo chinês. Para a 2015/16, a Companhia projeta oferta total de pluma (estoque inicial + produção + importação) de 1,9 milhão toneladas e demanda total (consumo interno + exportação) de 1,54 milhão de toneladas. Dessa maneira, a previsão de disponibilidade para o período deverá ser suficiente para abastecer a indústria nacional e honrar compromissos de exportação pelo curto período de aproximadamente três meses.

Dados do Icac de 1º de dezembro apontaram redução no consumo da China e Paquistão, enquanto Turquia, Bangladesh e Índia apresentam aumento. Assim, o consumo mundial de algodão na safra 2015/16 poderá ser de 24,37 milhões de toneladas, apenas 0,54% maior que na anterior, conforme o Icac. O estoque chinês poderá estar próximo de 12 milhões de toneladas.

Segundo o relatório de dezembro/15 do USDA, deve haver retração de 12,9% na produção mundial da safra 2015/16 frente à temporada 2014/15, totalizando 22,58 milhões de toneladas. A pressão deverá vir da redução na produção na China, Estados Unidos e Paquistão. O estoque mundial previsto para 2015/16 é de 22,7 milhões de toneladas, 6,8% menor que em 2014/15, mas entre os três maiores desde a temporada 1960/61. Já a importação foi estimada em 7,696 milhões de toneladas, 1% menor que na temporada anterior, apesar do aumento das compras externas do Paquistão, Vietnã e Bangladesh. A pressão veio, especialmente, da retração das importações da China.

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