Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Os fretes rodoviários de grãos no Brasil podem permanecer acima dos níveis do ano passado no segundo semestre de 2025, mantendo o ritmo do primeiro semestre, quando subiram até 21pc em relação aos níveis do ano anterior. O cenário se deve à demanda potencialmente maior impulsionada pela produção recorde de soja e milho no ciclo 2024-25.
Mesmo com o atraso na colheita de milho inverno — fator importante para o mercado logístico —, as vendas de grãos para a safra 2024-25 em Mato Grosso, o maior estado produtor do Brasil, estão acima do ciclo anterior. Para a soja, uma produção recorde compensa as vendas que estão atrasadas em relação ao ano anterior.
Isso resulta em maior demanda pelo serviço de transporte e contribui para valores médios mais altos de fretes rodoviários de grãos em 2025, semelhantes aos níveis de 2023, quando uma produção recorde de 154,3 milhões de toneladas (t) de grãos impulsionou a demanda por serviços de transporte e aumentou os fretes rodoviários.
Os preços caíram em 2024 devido ao clima desfavorável que prejudicou o desenvolvimento das lavouras, reduzindo a produção de soja para 147,7 milhões de t, em comparação com a estimativa inicial de mais de 162 milhões de t, enquanto os preços internacionais mais baixos também desencorajaram produtores a negociar seus volumes.
O avanço da colheita aumenta a concorrência por caminhões disponíveis, contribuindo para o aumento dos fretes rodoviários de grãos nos corredores de exportação. Participantes do mercado relataram que a concorrência é maior com as fazendas onde ocorre a colheita, que utilizam caminhões para transportar a produção até os armazéns.
A procura pelo serviço logístico rodoviário no mercado interno também pesa nessa equação, pois o milho atende à demanda de usinas de etanol e do setor de proteína animal. Há também concorrência com a soja, pois a produção neste ciclo foi recorde e os volumes continuam sendo exportados. Os embarques de soja começam a cair em julho, após atingirem o pico entre março e junho.
Os fretes de grãos nos corredores de exportação do Arco Norte apresentaram os maiores aumentos no ano, graças à maior demanda por embarques pelos portos da região.
Outro dado fundamental para os fluxos logísticos é que o Arco Norte não deve sofrer interrupções devido ao clima seco, mas os fretes rodoviários de grãos devem permanecer estáveis devido à maior demanda. A região sofreu com os baixos níveis dos rios em 2023 e 2024, o que prejudicou a navegação. Em 2025, com o fim do fenômeno climático La Niña, participantes do mercado não esperam uma seca tão severa na região.
Os fretes rodoviários de grãos com destino aos portos do Sul e Sudeste subiram de forma menos significativa devido à menor demanda e à concorrência com o transporte via ferrovia.