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Saiba Tudo Sobre The Merge, Principal Atualização da Rede Ethereum

Publicado 24.08.2022, 17:44

Recentemente o mercado passou a se comportar de forma “inusual”. O volume semanal de negociação de ETH no mercado atingiu, na semana passada, seu nível mais alto desde 2018, superando também o pico que vimos na recente liquidação iniciada em maio, quando chegou a 55% do volume de negociação. De acordo com um relatório da Kaiko Research, o ether saiu de 38% para 57% de participação nesse aspecto frente ao bitcoin. Esse volume tem crescido exponencialmente em mercados futuros, na contramão do bitcoin que segue crescendo no mercado spot.


Fonte: Kaiko Research

Com a queda de preços do ether para abaixo dos US$ 1600 vista no final da semana passada e a consequente liquidação de apostadores de alta nos mercados futuros, o “open interest” denominado em ETH chegou a seu patamar mais baixo do mês. No entanto, voltou a subir com bastante força nos últimos dias. Movimento parecido foi visto com relação ao “funding rate” de perpétuos de ETH.

The Merge: O que é e quando vai ocorrer?

O grande catalisador desse forte movimento do ether no mercado em pleno contexto de adversidade macroeconômica é a expectativa em torno da tão aguardada atualização da rede Ethereum, o Merge. Para quem não sabe, o mecanismo de consenso da rede será alterado da atual Prova de Trabalho (“Proof-of-Work”) para Prova-de-Participação (“Proof-of-Stake”). Hoje, a “Mainnet” da Ethereum opera no primeiro modelo citado, dependendo de forte poder computacional para validar as transações e manter a rede íntegra, o que gera um alto gasto energético.

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Para realizar essa transição, uma outra rede chamada Beacon Chain vem rodando simultaneamente, desde 2020, com a utilização de Proof-of-Stake para garantir sua integridade. Nesse modelo, os validadores precisam bloquear seus ETH para participar do processo de validação e propositura de blocos.

O que ocorrerá, portanto, como o próprio nome sugere, será a fusão entre as duas redes: uma fusão que contemplará a camada de execução de contratos inteligentes, dApps, Accounts e saldos da mainnet atual (Em outras palavras, da Ethereum como a conhecemos hoje), com a camada de consenso de Proof-of-Stake que vem operando atualmente na Beacon Chain.


Fonte: rattibha.com

Houve uma longa estrada até chegarmos no momento atual onde o próximo passo é essa implementação na rede principal que, ao que tudo indica, ocorrerá no dia 15 de setembro. Para isso, mais de um ano de testes foi realizado em diversas “testnets”: Ropstein, Sepolia e Goerli. Agora, a dificuldade total final da rede foi ajustada para “58750000000000000000000”, o que significa que há um número exato e fixo de hashes a ser alcançado e, uma vez feito isso, ocorrerá o Merge. Naturalmente, portanto, a data dependerá do hashrate da rede, mas a estimativa se dá na data supracitada.

Trilema das blockchains e o que motiva as mudanças na Ethereum?

Se você não está tão por dentro do cenário, pode estar se perguntando: “Mas para que essa modificação toda?”

Pois bem, existe um trilema proposto por Vitalik Buterin – por sinal, co-fundador da Ethereum – que estabelece que as blockchains não conseguem alcançar simultaneamente os três pontos a seguir: Escalabilidade, segurança e descentralização. Dessa forma, é preciso que algum desses aspectos seja parcialmente sacrificado em detrimento dos outros ao se desenvolver uma blockchain. Tanto no caso do Bitcoin quanto da Ethereum, o sacrifício aconteceu em cima da “escalabilidade”.

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A rede da Ethereum, por vezes, se mostra muito congestionada, fazendo com que os usuários precisem pagar altas taxas para ter suas transações pinçadas do “mempool” pelos mineradores para serem validadas e integradas aos blocos. Isso gera, basicamente, uma espécie de leilão e fomenta mecanismos de MEV. Quem paga mais, está dentro.

Com a mudança no mecanismo de consenso para Proof-of-Stake, abre-se a possibilidade para implementações de soluções que melhorem essa questão da escalabilidade, como o uso integrado de Sharding e Rollups – que fazem parte da próxima etapa do Roadmap, o The Surge. Além disso, diminui-se drasticamente o gasto energético utilizado. Hoje, a rede gasta 112 TWh/ano, comparável ao consumo da Holanda. Além disso, a pegada de Carbono da Ethereum é de 53MT/ano CO2, comparável à de Cingapura.


Fonte: Ethereum.org

Outra implementação importante será na política monetária da rede, que hoje não é muito estável. Atualmente, temos mais ETH sendo emitidos nesse exato momento do que tínhamos em 2019, por exemplo, alcançando uma inflação de 2.5%, tendo em vista que, enquanto o Merge não acontece, a rede está “gerando” ethers para suprir tanto a “mainnet” quanto a Beacon Chain.

Com o Merge, a emissão de ethers deve cair mais de 90%. Aliando esse aspecto com as políticas monetárias implementadas pela EIP 1559, a ideia é que esse percentual caia para próximo de 0 ou até mesmo torne a Ethereum deflacionária. Mas passados estes aspectos mais consolidados das mudanças, temos visto muitas discussões e desinformações acontecendo acerca da fusão. Vejamos:

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1) Descentralização


Fonte: Dune Analytics - @Hildobby

Por um lado, faz sentido falar em uma suposta descentralização indireta dado o fato de que teremos a implementação do mecanismo de “shardings” previsto no Roadmap, o que facilita que qualquer pessoa possa se tornar um “node” sem precisar de grande poder computacional para validar as transações nesses “shards”. Isso possibilitaria, em tese, que fosse necessário apenas um notebook ou smartphone para tanto.

Por outro lado, já percebemos uma concentração dos depósitos de ETH na Beacon Chain nas mãos de poucos “players” ainda antes de o Merge ocorrer. Apenas quatro entidades juntas já somam 60.7% do total em “stake”, lembrando que o necessário para ter controle sobre a rede é de 67%. Hoje, Lido tem 30.9%, Coinbase (NASDAQ:COIN) 14.7%, Kraken 8.4% e Binance 6.7%. Isso tem gerado grande medo por parte dos mais libertários tendo em vista que esses players são “entidades” que podem ser atingidas pela regulação.

2) “Serão necessários 32 ETH para rodar um node” - Errado

Há basicamente dois tipos de nodes: aqueles que podem propor blocos e aqueles que não. Na primeira modalidade estão os mineradores (no PoW) e os validadores (no PoS), e eles representam a minoria do total de nodes em uma rede. Estes sim precisam se comprometer economicamente com o staking de, nesse caso, pelo menos 32 ETH. No entanto, para rodar um node que não proponha blocos e que só integre a rede sincronizando sua própria cópia auto-verificada da Ethereum, qualquer indivíduo é livre e independente para fazê-lo.

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3) “Ethereum vai reduzir gas fee” - Errado

As taxas de gas são refletem um produto da demanda em relação à capacidade da rede, e o Merge não mudará nenhum parâmetro que afete diretamente essa capacidade ou o “throughput”. O que se pretende fazer no decorrer do tempo é gerar escalabilidade a partir de diversas soluções de 2ª camada, como Shardings e Rollups, por exemplo, desafogando a rede e, por consequência, diminuindo essas taxas.

4) “Velocidade das transações irá aumentar” – Verdadeiro, mas nem tanto...

Embora existam algumas pequenas alterações, a velocidade da transação permanecerá basicamente a mesma na camada 1. A velocidade de uma transação pode ser medida de várias maneiras, incluindo o tempo de inclusão da transação em um bloco e o tempo de finalização da mesma. Ambos mudarão um pouco, mas não de uma maneira que os usuários notarão. Hoje, usando PoW, temos um novo bloco a cada 13.3 segundos. Com o PoS, isso acontecerá a cada 12 segundos.

5) “Não será possível sacar ETH logo após o Merge” – Parcialmente verdadeiro

Os ethers em stake na Beacon Chain e os novos ETH recém-emitidos imediatamente após o Merge como recompensa aos validadores da cadeia, de fato permanecerão bloqueados em um endereço exclusivo, sem possibilidade de saque até a atualização Shangai. Ou seja, ficarão ilíquidos por pelo menos 6  - 12 meses após o Merge.

Já os ETH na camada de execução – Na Ethereum Mainnet como conhecemos hoje – são contabilizados separadamente dessa camada de consenso (Beacon Chain). Quando os usuários executam transações na Mainnet, sabemos que ethers são pagos para cobrir o “gas” e remunerar os validadores. Esse ETH que já está na camada de execução – e não estão sendo emitidos recentemente pelo protocolo – estão disponíveis imediatamente para os validadores.

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6) “Sendo assim, os stakers irão sacar tudo de uma vez após a atualização Shangai” - Errado

Os saques completos serão limitados pelo protocolo. Apenas 6 validadores poderão sacar por Epoch. Como uma Epoch ocorre a cada 6.4 minutos, isso totaliza 1350 validadores por dia – ou um máximo de 43.200 ETH. Esse limite de taxa se ajustará dependendo do total de ETH em stake e evitará uma saída em massa de fundos. Além disso, impede que um invasor em potencial use seu stake para cometer um ataque à rede.

O Merge é um dos eventos de maiores proporções dos últimos tempos no cenário cripto, e é natural e saudável que haja pontos/contrapontos e teses/contra teses relacionadas a atualizações dessa magnitude. É essencial conseguirmos separar o joio do trigo para fazer uma análise fundamentalista e independente.

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