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Sanções à Rússia Impactarão os Preços das Commodities

Publicado 25.02.2022, 13:42
  • Presidente Putin toma a decisão de agir
  • Esfera de influência da Rússia continua se expandindo
  • Fornecimento de petróleo, gás natural e trigo dependem da Rússia
  • Metais do grupo platina, alumínio, fertilizantes e outras commodities vêm da Rússia do presidente Putin
  • Embargos comerciais, sanções e guerra distorcem fundamentos da equação de oferta e demanda nas commodities
  • Commodities são ativos globais. Sua produção ocorre em regiões onde metais, minerais e reservas energéticas encontram-se na crosta terrestre. Produtos agrícolas vêm de áreas onde o clima, a disponibilidade de água e o solo respaldam o desenvolvimento dos cultivos. O consumo é geral, já que todas as empresas e mais de 7,877 bilhões de pessoas que habitam o nosso planeta precisam de matérias-primas, que são essenciais para a vida diária, para a habitação e a nutrição.

    Os preços das commodities refletem os cenários econômicos e geopolíticos; por isso, qualquer confusão geopolítica pode impactar profundamente os preços. Nunca, desde a Guerra Fria ou talvez a Crise dos Mísseis de Cuba, no início dos anos 1960, duas das maiores potências nucleares do planeta se viram em uma situação de conflito. Embora a Rússia e os EUA estivessem do mesmo lado na Segunda Guerra Mundial, o último grande conflito europeu, a atual crise ucraniana representa uma importante ameaça à paz mundial no início de 2022. Em 24 de fevereiro, o presidente Vladimir Putin enviou aproximadamente 190.000 tropas russas para além das fronteiras da Ucrânia, em um movimento que chocou o mundo.

    A incursão terá repercussão nos mercados globais de commodities, como um tsunami, causando distorções de preço nas matérias-primas e mercados de todas as classes de ativos.

    Presidente Putin toma a decisão de agir

    Em 21 de fevereiro, o presidente russo falou para o seu país e o mundo, justificando sua movimentação de tropas para a Ucrânia, apesar das objeções da Otan. O presidente Putin nunca considerou a Ucrânia como uma nação soberana. Em 2008, ele disse ao presidente George W. Bush: “George, você precisa entender que a Ucrânia não é sequer um país. Parte do seu território está no Leste Europeu, e a maior parte nos foi dada”. Os russos reconheceram a independência de duas regiões separatistas no Donbas; a região, que inclui Donetsk e Luhansk, sofre com um conflito entre o governo ucraniano e rebeldes apoiados pela Rússia.

    O líder russo afirma que a Ucrânia continua sendo uma parte integrante da Rússia e a expansão da Otan ameaça seu país. Após seu discurso, as forças armadas da Rússia adentraram o Leste da Ucrânia. Os EUA e a Otan consideram o movimento uma invasão e aplicaram a primeira rodada de sanções à Rússia, prometendo outras medidas se o presidente Putin continuar se movendo para oeste, em direção à capital Kiev. Em 24 de fevereiro, as forças russas lançaram um ataque total sobre todas as principais cidades ucranianas.

    Esfera de influência da Rússia continua se expandindo

    O movimento em solo ucraniano não é o primeiro movimento ostensivo da Rússia para assumir o controle de regiões anteriormente integrantes da União Soviética. Em 2008, a Rússia tomou o controle da Geórgia. Em 2014, o exército russo invadiu e anexou a Península da Crimeia, tomando-a da Ucrânia.

    Em seu discurso de 21 de fevereiro, o presidente Putin citou a expansão da Otan, que ameaça a Rússia, como razão para enviar tropas de “manutenção de paz” para a Ucrânia e proteger a Rússia das hostilidades dos EUA e da Otan. Se o sucesso gera sucesso, o líder russo pode continuar revertendo o desmantelamento da União Soviética.

    Enquanto isso, o presidente Putin expandiu sua esfera de influência para outras regiões. Seu apoio à Síria e Irã ocorreu do outro lado das linhas de batalha dos Estados Unidos. Em 2016, a Rússia se tornou o país não membro da Opep mais influente no cartel petrolífero. Atualmente, a Opep se tornou Opep+ e não toma qualquer decisão de produção sem consultar Moscou e chegar a um acordo com os russos. Com os EUA enfrentando a mudança climática através do apoio a fontes de energia alternativas e renováveis, à custa dos combustíveis fósseis, o poder de precificação do mercado petrolífero mundial está agora nas mãos do cartel, com a Rússia em um papel de liderança, apesar do seu status como não membro.

    Na Olimpíada de Inverno de 2022, em Pequim, o presidente Putin e o mandatário chinês Xi concordaram com um apoio mutuo capaz de tornar sem efeito as ações dos EUA e Europa nos próximos meses. O fato é que o líder russo expandiu sua base de apoio e poder através de ações militares sem resistência e alianças estrategicamente planejadas no Oriente Médio e Ásia.

    Fornecimento de petróleo, gás natural e trigo dependem da Rússia

    A Rússia é uma das principais produtoras e exportadoras mundiais de petróleo e gás natural. A influência russa na política da Opep só aumenta seu poder nos mercados de energia.

    A inflação e a mudança da política energética dos EUA já provocaram a alta do petróleo. O barril do tipo Brent serve de referência para a precificação de aproximadamente dois terços da produção e consumo mundiais de petróleo.

    Petróleo bruto

    Fonte: Barchart

    O Brent futuro já estava acima de US$90 por barril quando as tropas russas adentraram o território leste da Ucrânia em 22 de fevereiro. Após a invasão total, o Brent futuro atingiu a máxima de US$105,79 por barril. O presidente Biden pediu à Arábia Saudita, membro da Opep, que aumentasse sua produção três vezes desde 2021, o que os sauditas sempre recusaram. A invasão da Rússia na Ucrânia e as sanções dos EUA e países europeus podem fazer os preços do petróleo desafiarem a máxima histórica de 2007 de quase US$150 por barril.

    A Europa depende do fornecimento de gás natural russo. As sanções devem causar distúrbios, já que a Rússia utiliza a commodity como instrumento político para responder às sanções econômicas. Pode ser que os EUA procurem encaminhar carregamentos de GNL da Ásia para a Europa, a fim de aliviar a escassez provocada pelas tensões entre Rússia e Otan. Embora o mercado futuro do gás natural na Nymex seja predominantemente doméstico, as remessas de GNL para o exterior acabaram por transformá-lo mais em um mercado internacional. A situação na Ucrânia só está aumentando a sensibilidade do mercado futuro do gás natural ao cenário geopolítico.

    Gás natural diário

    Fonte: Barchart

    O gráfico mensal ilustra que o gás natural futuro na Nymex estava a US$4,80 por MMBtu em 24 de fevereiro. Apesar do declínio em relação à máxima de US$7,346 em janeiro, continua bem abaixo da máxima de fevereiro de 2021 de US$3,316 por MMBtu, à medida que o mercado de gás natural se aproxima do início da temporada de injeções de 2022, que é historicamente fraca.

    O petróleo e o gás natural fornecem energia, mas o trigo é um ingrediente crítico para a nutrição. A Rússia é o maior país exportador de trigo do planeta.

    Trigo diário

    Fonte: Barchart

    O gráfico mensal do contrato futuro do trigo vermelho suave de inverno na CBOT, referência mundial para os preços do trigo, mostra que o grão era negociado acima de US$9,25 por bushel em 24 de fevereiro. Em fevereiro de 2021, a máxima foi de US$6,8350 por bushel.

    Os preços do trigo estão subindo por causa das tensões com a Rússia e porque os portos do Mar Negro estão na região onde as ações militares estão ocorrendo. Além disso, a Ucrânia é uma influente produtora de trigo, de forma que o conflito no país ameaça sua safra deste ano, já que as terras podem se tornar campos de batalha.

    Metais do grupo platina, alumínio, fertilizantes e outras commodities vêm da Rússia do presidente Putin

    A Rússia é a principal produtora de platina, paládio, ródio e outros metais do grupo platina. Os metais são subprodutos da produção siberiana de níquel na região de Norilsk, e a Rússia também fornece níveis significativos de níquel e alumínio, metais comuns críticos. Os fertilizantes para produção agrícola mundial também são produzidos na Rússia.

    O país é uma potência das commodities, com suas exportações de energia, metais, minerais, produtos agrícolas, petroquímicos e outras exportações abastecendo o mundo, inclusive EUA e Europa. A invasão da Rússia na Ucrânia ameaça o fornecimento no momento em que a inflação e os gargalos na cadeia de suprimentos já alçaram os preços até máximas plurianuais e, em alguns casos, até históricas.

    Embargos comerciais, sanções e guerra distorcem fundamentos da equação de oferta e demanda nas commodities

    Os EUA e a Europa irão protestar contra a invasão da Rússia na Ucrânia com fortes sanções econômicas. Os membros da Otan prometeram ao presidente Putin aplicar sanções que debilitarão a economia russa, cortando seus fluxos de câmbio estrangeiro. Ao mesmo tempo, a Rússia pode impor embargos comerciais, causando escassez de oferta em vários mercados de commodities críticos. A guerra e sanções irão distorcer os preços das commodities e sua disponibilidade nos próximos meses, enquanto impactam as equações de oferta e demanda.

    Há ainda a expectativa de que os preços dos fretes subam por conta do custo maior com seguros, que podem se tornar proibitivos, em razão das hostilidades em mares abertos. O movimento da Rússia de enfrentar os EUA e a Europa também pode provocar outra cadeia de eventos, como o movimento chinês de reunificação com Taiwan e ações mais hostis da Coreia do Norte e Irã, por sentirem a fraqueza do Ocidente.

    O movimento da Rússia na Ucrânia ocorre no momento em que a inflação encontra-se em seu nível mais alto em quatro décadas e os gargalos na cadeia de fornecimento provocados pela pandemia fizeram os preços das commodities subir. A Ucrânia é combustível para o bull market nas commodities, que pode entrar em sobremarcha para cima nos próximos meses.

     

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Últimos comentários

Putin vai anexar a Ucrânia, essa confusão só está no começo
Gostei do artigo. Traçou um panorama geral, com os riscos iminentes .
Falou, falou, falou e não disse nada! Muitos acham que encher linguiça é sinônimo de aabedoria. Que os preços vão subir, isso eu não tenho dúvida pela falta de oferta causada por qualquer guerra. Resta saber se haverá alteração do consumo final destas commodities!
Mto objectivo!!!
Sei não hoje já desoencou tudo… acho que não tanto assim. Se subir sobe pouca coisa. 150no brent acho que é impossivel… talvez se gerra se estender por anos ai sim o que acho muito dificil.
Despencou…
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