Você assistiu àquele filme Margin Call? Um famoso crítico de cinema disse que merecia Oscar. Eu não sei se era para tanto. Mas é um filme legal. Ainda melhor, a atuação do Jeremy Irons – claro, a Demi Moore também está muito bem, mas por outras razões. Destaco discurso de John Tuld, numa espécie de reunião do Conselho:
“O que eu lhes disse quando entraram pela primeira vez no meu escritório? Você tem três formas de sobreviver neste mercado: seja mais rápido, seja mais inteligente ou trapaceie. Eu não trapaceio. E, embora eu acredite que haja uma porção de gente inteligente neste prédio, certamente a forma mais fácil de se dar bem é sendo rápido.”
Precisamos antecipar os movimentos para ganhar dinheiro em Bolsa. Enquanto uns choram pelo fraco desempenho do Ibovespa neste ano, outros seguem velando a OGX e um terceiro grupo prepara a decoração de Natal, você deve começar a pensar seu 2014.
Eu tenho feito isso há algumas semanas. O que conclui?
Temos de ser rápidos e não podemos perder tempo. Por isso, vou resumir bastante a coisa. Basicamente, que a Tempestade Perfeita, narrada de maneira brilhante pelo Delfim no Valor na semana passada, vai, de fato, acontecer. Assistiremos a um belo casamento, com a perda de rating soberano brasileiro unindo-se à redução da liquidez internacional, catalisada pela retirada dos estímulos monetários pelo Banco Central dos EUA. Na semana passada, tivemos dois reforços ao argumento.
Em setembro, o setor público não financeiro registrou déficit de R$ 9,048 bilhões nas contas primárias, o pior resultado para meses de setembro desde o início da série, em 2001. O superávit primário do setor público consolidado em 12 meses marca R$ 74,1 bilhões, representando apenas 1,58% do PIB (contra 1,82% mostrado em agosto). Esse é apenas mais um dado em meio a um emaranhado de outras referências da falta de disciplina fiscal.
Não estamos dando a atenção necessária à deterioração das contas públicas brasileiras – e, obviamente, não esperamos alteração da dinâmica em ano eleitoral. Já em relação às condições de liquidez internacional, confundimos um simples adiamento com a percepção de que não haverá restrição ao balanço do Fed. O Banco Central norte-americano não mudou de ideia – ele simplesmente decidiu adotar a mesma ideia um pouco mais tarde.
E o pior: talvez o início do afunilamento monetário não venha apenas em março conforme sugerem as expectativas de consenso. O mais recente comunicado do BC dos EUA já mostra uma postura um pouco mais restritiva, apontando a continuidade do crescimento mesmo num período de paralisação do governo e eliminando referências à deterioração das condições financeiras. Eu odeio clichês e estou com raiva de mim mesmo em ter de concordar com este lugar-comum, mas compre dólares em ano eleitoral e esteja leve em ativos de risco.
PS.: Esse pano de fundo permeia nossas Carteiras Recomendadas de Ações para novembro e também a série de Especial Final de Ano, com estratégias de investimento para encerrar forte 2013 e entrar firme no 2014. Já comprou seu guarda-chuva?
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.