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Semana Importantíssima para futuro da Selic: IPCA, IBC-Br e Dados do Varejo

Publicado 08.02.2021, 13:21
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Começaremos hoje uma das semanas mais importantes para a renda fixa local. Amanhã, teremos números de inflação com o IPCA de janeiro.

É importante lembrar que o IPCA de dezembro foi um tanto quanto assustador para os mercados e para o Banco Central. O índice subiu 1,35 por cento, em uma das maiores altas do histórico recente. Poderíamos culpar choques de preços em setores específicos, mas quando olhamos para os núcleos de inflação, tivemos uma alta expressiva:

Núcleos IPCA - Média Móvel 3 Meses

Fonte: IBGE, elaboração Nord Research

Essa alta da parte estrutural dos preços assustou os membros do Copom, que mudaram radicalmente a comunicação da ata e substituíram o forward guidance (indicação de juros estáveis por muito tempo) por uma discussão sobre subir ou não a Selic imediatamente.

Amanhã, teremos um novo capítulo dessa novela. A inflação esperada para janeiro é de 0,30 por cento, o que seria uma boa queda em relação aos 1,35 por cento anteriores. O mais importante será acompanharmos como se comportarão os núcleos. Será que vão voltar a cair?

Caso os núcleos caiam para patamares entre 3 e 4 por cento (anualizados), que seriam níveis condizentes com a meta de inflação de 3,75 por cento, podemos pensar que o BC poderá segurar ainda mais o início de alta da Selic.

Essa informação é importante, pois a curva de juros já precifica uma alta de 30 pontos base começando em março. Ou seja, caso o BC opte por postergar a alta, a curva de juros terá que reprecificar as taxas de curto prazo para baixo. E, como quem me acompanha por aqui já sabe, a taxa reprecificada para baixo significa ganhos de marcação a mercado para detentores de títulos prefixados!

Outros 2 dados importantes desta semana serão vendas no varejo (quarta) e IBC-br (sexta). Os dados de atividade após o fim do auxílio emergencial nos darão uma boa ideia do quanto da recuperação que vimos na economia foi influenciada pelo dinheiro a mais colocado.

Dados piores de atividade significariam que a economia deve andar fraca no primeiro trimestre. A fraqueza da economia, por sua vez, tem como consequência uma menor pressão nos preços e uma maior pressão por mais estímulos.

A menor pressão nos preços também ajudaria o BC a postergar o início do ciclo de alta da Selic.

Por outro lado, aumentaria a pressão por novos estímulos, como novos pacotes de auxílio emergencial. O grande problema de novos pacotes seriam seus impactos fiscais. Como já alertamos inúmeras vezes por aqui, o Brasil não tem condição fiscal de aguentar novos gastos. Já tivemos uma despesa de 10 por cento do PIB a mais em 2020 por conta do “corona voucher” e elevamos a dívida bruta para cima de 90 por cento do PIB. Qualquer plano de novos gastos seria muito mal recebido pelo mercado.

Para esta semana, é esperada também a discussão sobre um novo pacote de estímulos. As notícias de jornal do final de semana indicam que seriam 3 parcelas de 200 reais, com algumas contrapartidas. O presidente do BC disse em algumas lives que ele acreditava que novos pacotes de auxílio deveriam vir seguidos da aprovação de reformas, para que se desse a sinalização aos investidores de compromisso com um futuro responsável.

Tudo isso será digerido esta semana pelo mercado. Temos um enorme desafio pela frente, que pode mudar o curso das coisas.

Vale a pena ficar bem ligado nos canais de Telegram dos seus analistas. Por lá, eles estarão atualizando vocês sobre as notícias mais importantes e que mais impactam seus investimentos.

Seguimos sempre juntos!

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