Semana pós-tarifaço de Trump é sobre juros nos EUA

Publicado 11.08.2025, 10:00

O mercado financeiro volta a se concentrar no noticiário econômico nesta semana, após a política roubar a cena dos negócios no período anterior, em meio às novas tarifas implementadas pelos Estados Unidos. Ou alguém ainda acha que a guerra travada por Donald Trump contra o mundo tem fins exclusivamente comerciais?

 
Depois que o conflito entre EUA e China em 2018 mostrou-se mais tecnológico, agora o Império parte para outra frente - a monetária - para tentar manter sua hegemonia mundial. Mas a fraqueza do dólar,  que tem ficado mais barato em diversos países - Brasil, inclusive - atrapalha os planos da Casa Branca. 
 
Com isso, o embate com o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, tende a esquentar ainda mais. Dados de inflação e atividade nos EUA devem embaralhar o cenário sobre o rumo da taxa de juros norte-americana. De um lado, os preços ao consumidor seguem salgados; de outro, a economia precisa de estímulos para evitar uma contração. 
 
Mesmo assim, crescem as apostas de cortes pelo Fed - provavelmente na próxima reunião, em setembro; a mensagem viria no famigerado simpósio de Jackson Hole, no fim deste mês. Com a taxa lá saindo da faixa atual de 4,25% a 4,5%, o tal do diferencial de juros volta ao campo e países onde as taxas são elevadas atraem a entrada de dólares - leia-se Brasil.
 
Portanto, Trump planeja provocar uma guerra cambial no mundo por meio de juros baixos nos EUA. Talvez não seja uma batalha via câmbio semelhante ao que se viu pós-crise de 2008 - mas sim a de 1929. Até porque o tripé que ainda sustenta a superioridade dos EUA só tem mais uma perna: a militar. E a Grande Depressão foi o marco do período Entre Guerras.

O que vem por aí 

 
- Terça (12): Inflação no Brasil (IPCA) e nos EUA (CPI) de julho
 
Preços ao consumidor estão mais salgados aqui e lá fora, puxados por alimentos e energia. Depois de estourar novo modelo de metas de inflação em junho, IPCA de julho deve confirmar aceleração apontada pela prévia do mês (IPCA-15). 
 
Já nos EUA, depois de ter registrado em junho a maior alta desde janeiro, CPI deve ter avançado ainda mais durante o mês que marca o início das férias de verão (no hemisfério norte), diante do aumento dos gastos do consumidor. 
 
Trajetória dos preços nos EUA dificulta chance de o Federal Reserve cortar os juros, elevando a pressão de Donald Trump sob Jerome Powell.
 
- Entre Quarta (13) e Sexta (15): Dados de atividade no Brasil, EUA e China
 
Comércio e setor de serviços brasileiro em junho abrem rodada de dados de atividade na semana, a partir de Quarta (13). Na China, produção industrial e vendas no varejo saem na Quinta (14) à noite. Nos EUA, os mesmos indicadores serão conhecidos na Sexta (15).
 
- Temporada de balanços do 2T25 segue a todo vapor
 
Destaques da semana são Sabesp (BVMF:SBSP3), Natura (BVMF:NATU3), ambos na segunda (11); BTG Pactual (BVMF:BPAC11) na terça (12); Ambipar (BVMF:AMBP3) na quarta (13); além dos bancos Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) e Nubank (BVMF:ROXO34) na quinta (14), e dos frigoríficos BRF (BVMF:BRFS3) e Marfrig (BVMF:MRFG3), no mesmo dia. A área Gol (BVMF:GOLL54) encerra a divulgação, na sexta (15).

O que passou 

 

- Petrobras (BVMF:PETR4) perde R$ 31,9 bilhões em valor de mercado em um único dia (Fonte: Elos Ayta Consultoria), apesar de reverter prejuízo de um ano antes e lucrar R$ 26,65 bilhões em três meses.

 

Estatal petrolífera decepciona com dividendos menores que o esperado e investidor manda recado à empresa: quem investe é investidor

 

- Dólar cai quase 2% na semana e segue abaixo da marca de R$ 5,50

 

Após repique na moeda norte-americana por causa da tensão com o tarifaço de Trump em produtos brasileiros, dólar volta ao curso da tendência recente. No ano, queda é de 12%. 

 

- Ata do Copom reforça Selic a 15% por “período bastante prolongado”

 

Comitê de Política Monetária do Banco Central repete cinco vezes, no documento referente à reunião de julho, a expressão “período bastante prolongado” para descrever manutenção da taxa básica de juros no maior nível desde julho de 2006.

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