A semana começou otimista com o Dez-21 subindo +680 pontos, rompendo os 200,00 centavos de dólar por libra-peso. Infelizmente, a partir da terça-feira o mercado começou a “devolver” tudo (caindo -465 pontos) e terminando a sexta-feira “pré-feriado prolongado” praticamente no “zero a zero” @ 193,00 centavos de dólar por libra-peso (entre a minima da segunda-feira, a máxima na terça-feira e a miínima na sexta-feira o mercado oscilou 1.995 pontos!).
O volume médio diário voltou a ficar acima dos 35.000 lotes. Com base no último CFTC* os fundos+especuladores aproveitaram para aumentar a posição comprada em +4.147 lotes (agora estão comprados em +39.467 lotes). Notar que eles aumentaram a posição levando a cotação do Dez-21 de 186,65 centavos de dólar por libra-peso até 201,55 centavos de dólar por libra-peso (entre a quarta-feira da semana anterior até a terça-feira dessa semana).
O mercado internacional continua acompanhando de perto as previsões meteorológicas e qualquer sinal de chuvas para o mês de setembro vem trabalhando como uma importante resistência para os preços. A crise hídrica continua preocupando e assustando os produtores. O período da florada já começou em algumas regiões, tanto de arábica quanto do robusta. Chegou a chover em algumas regiões litorâneas do estado do Espirito Santo e sul da Bahia. Nos estados de Minas Gerais e São Paulo as chuvas foram praticamente insignificantes.
Para os próximos 10 dias as previsões climáticas seguem indicando temperaturas elevadas e sem chuvas. Para as principais áreas produtoras de café (tanto robusta quanto arábica) existe a previsão de chuvas apenas para a segunda quinzena de setembro. Se até o final do mês as chuvas não voltarem com intensidade e consistência a próxima safra 22/23 estará seriamente comprometida. O stress hídrico continua afetando a sobrevivência das lavouras e agora a aposta começa a ser “se a florada vai vingar ou não”. E qual será o tamanho da safra 22/23 (as previsões dos “futurólogos” já estão entre 50-65 milhões de sacas).
Mercado interno segue firme com o café tipo arábica negociando entre 900-1.250 R$/saca e o café tipo robusta entre 650-750 R$/saca. Com a indústria chegando a pagar 900 R$/saca para café arábica de baixa qualidade (o famoso padrão “varredura”), a procura pelo café robusta segue firme e o spread entre o café arábica e o café robusta vem diminuindo. Compradores continuam ativos no mercado a procura de lotes e comprando o que aparecer pela frente. Produtores continuam vendendo o mínimo necessário aguardando por melhores preços até o final do ano. Agora a expectativa é o café tipo arábica chegar a negociar acima dos 1.500 R$/saca e o café tipo robusta negociar acima dos 1.000 R$/saca! Será que vamos ver esses números ainda neste ano de 2021? Possível? SIM! Provável? Acreditamos “SIM” também! Para isso basta o Dez-21 negociar próximo dos 220 c/lb e o “basis” valorizar apenas + 8/15 pontos. Em breve veremos se a “lei da “oferta e demanda” realmente funciona. Agora, se as chuvas voltarem com intensidade infelizmente o “Cara lá de cima” vai colocar “água no chopp” de muita gente! Então, atenção e protejam-se contra eventuais baixas com a compra de opções de venda “PUT” tanto contra o Dez-21 e principalmente contra o Set-22.
A safra 21/22 está praticamente finalizada e os números da produção continuam sendo uma incógnita. A expectativa para a produção do café tipo robusta segue entre 18-20 milhões de sacas e expectativa para a produção do café tipo arábica segue entre 25-36 milhões de sacas! Ou seja, os participantes do mercado continuam trabalhando com uma produção total entre 43-56 milhões de sacas. Nós acreditamos que a produção total será abaixo dos 50 milhões, sendo 19 milhões para o café tipo robusta e entre 28-30 milhões para o café tipo arábica! Até hoje a CONAB não divulgou os estoques de passagem da safra 20/21 para 21/22! Depois o Brasil reclama da falta de credibilidade dos nossos números “oficiais” e na tentativa na “manipulação de preços” por certos agentes do mercado.
As exportações brasileiras continuam lentas, com os números de agosto devendo ficar próximos dos 2.600.000 de sacas. Com todo o gargalo logístico dificilmente o Brasil voltará a exportar acima dos 3 milhões de sacas nos próximos meses. Tanto por falta de espaço quanto por falta de produto! Dessa forma acreditamos em uma aceleração no aumento do consumo dos estoques certificados depositados nos países de destino. Vale lembrar que praticamente 50% dos estoques certificados nos Estados Unidos é de café brasileiro. Atualmente em 2.150.000 sacas acreditamos que em breve esse estoque deverá voltar a ficar abaixo dos 1.800.000 sacas dando suporte aos preços.
Próxima semana teremos um mercado com apenas 3 dias (segunda-feira será feriado nos Estados Unidos e terça-feira será feriado no Brasil). Todos estão aguardando qual será o tamanho e a repercussão das manifestações previstas para ocorrer pelo Brasil na próxima terça-feira. Quarta-feira deverá ser um dos dias mais esperados pelo mercado. Difícil prever o que vai acontecer no Brasil nos próximos dias.
O Dez-21 segue com importante suporte @ 192,20 e @ 186,80 e resistências @ 201,55 e @ 210,00 centavos de dólar por libra-peso. O indicador estocástico continua indicando “venda”, então poderemos ver o suporte dos 186,80 centavos de dólar por libra-peso sendo testado já na próxima semana.
“Sugestões da semana”:
Mercado Spot: Seguir vendendo apenas o necessário para pagar as contas do dia/semana, com preço mínimo @ 1.150 R$/saca para o café tipo arábica e 1.250 R$/saca para “cereja descascado” e @ 700/750 R$/saca para o café tipo robusta.
Para produto com entrega a partir de 15 Set até Dez-21: seguir precificando a venda contra o contrato Dez-21 buscando um desconto máximo em -20 pontos. Com base no fechamento da última sexta-feira @ 193 centavos de dólar por libra-peso, um desconto de -20 pontos e um Real futuro @ 5,28 R$/US$ a liquidação para o produtor continua acima dos 1.200 R$/saca.
Para a safra 22/23:
No Set-22 – Comprar a estrutura “Put-Spread” strike +190/-160 e vender a opção de compra “Call” strike -250,00. Essa operação terminou na sexta-feira com um custo “flat” (garantindo um preço mínimo ao produtor ao redor de 1,200 R$/saca – já considerando o custo da operação – e um preço máximo até @ 1.800 R$/saca e desde que o Set-22 feche acima dos 160 centavos de dólar por libra-peso e acima dos 250 centavos de dólar por libra-peso no dia do vencimento das opções do Set-22, ao redor do dia 10-15 de Agosto de 2022).
O Produtor ficará exposto ao risco caso o mercado negocie acima 250 centavos de dólar por libra-peso.
Ótima semana a todos!