E se os russos descombinarem?
Sem novidades por hoje.
Ibovespa volta a derreter, dólar volta a subir - ambos obedecendo ao agora inevitável corte no rating soberano.
Joaquim Levy se disse confortável quanto à manutenção do investment grade. Provavelmente conversou com as agências de rating antes de ir para o banco de reservas.
Imagino o tom conciliador dessa conversa, mas não estou tão seguro quanto Levy.
O mercado impõe enormes pressões sobre as agências, cuja reputação é a própria raison d’être.
Para a Moody’s, a reputação da Moody’s é mais importante do que a reputação de Levy. E o mesmo vale para S&P e Fitch.
O grau de investimento pode se tornar insustentável.
Mão por mão, olho por olho
Uma mão lava a outra.
A mão da política fiscal, que andava imunda, tentou lavar a mão da política monetária, mas acabou por sujá-la.
Fica bem mais difícil dosar os juros com governo tomando dívida e dólar disparando.
Um Banco Central nunca será independente.
Mexeram com as premissas de Tombini.
Tombini mexerá com as premissas dos outros.
Santíssimo dólar
O que está escrito está documentado.
Na edição de segunda-feira, expliquei sobre a dinâmica do santo dólar, posicionado para superar - segundo nossas projeções - o nível de R$ 3,50.
As manchetes passam a refletir a força de um câmbio que não pode ser barrado quando decide acordar.
"Nothing is stronger than an idea whose time has come."
O câmbio de R$ 3,50 define o que tomamos como um preço justo, mas não como um limite.
É bem provável que ULTRAPASSEMOS os R$ 3,50 - foi o que escrevi, e escrevo aqui de novo.
Justiça feita
Nessa mesma segunda-feira, ao subtítulo de “Pechincha no Radar”, os assinantes da parte PRO puderam ler meu alerta de oportunidade em Magazine Luiza (SA:MGLU3).
Veja só o que aconteceu com MGLU3:
A impressionante alta de +50% na semana - fomentada pelo short squeeze - mostra o tamanho das oportunidades escondidas em papéis realmente baratos.
Para quem não sabe, short squeeze é o que acontece quando os vendedores a descoberto de determinada ação são obrigados a comprá-la para cobrir suas posições.
Fenômenos de squeeze são especialmente empolgantes quando ocorrem com ações de liquidez relativamente baixa.
Uma baca gorda
No início da semana, falei também no M5M sobre BB (SA:BBAS3), o "banco mais barato do mundo”.
Desde então, suas ações têm se tornado ainda mais baratas, sem que eu mude minha opinião sobre a real atratividade do case.
No entanto, vejo vantagem numa versão mais eficiente de BB, detalhada na edição de hoje de nossas Bacas Leiteiras, tchê.
Faço minhas as palavras do leitor Jorge Ricardo: "banco de ótima franquia, posição de liderança e com excesso de capital (dividend yield > 8%)”.