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Snap: Conforme Previsto, é uma Bagunça

Publicado 10.08.2017, 05:05
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Por Clement Thibault

A Snap (NYSE:SNAP), que se descreve como uma empresa de câmeras devido ao seu aplicativo Snapchat, deverá divulgar os resultados do 2º tri de 2017 na quinta-feira, 10 de agosto, após o fechamento. Wall Street espera prejuízo por ação de US$ 0,14 com US$ 187 milhões de receitas.

Depois de muito barulho e rumores ao longo de 2016, a Snap abriu o capital em 2 de março de 2017. Foi um dos maiores e mais esperados IPOs dos últimos anos.

Antes de ser negociada na bolsa, a empresa estava avaliada em US$ 20 bilhões. Muitos acreditavam que a Snapchat tinha garantias suficientes para se tornar o sucessor do Facebook (NASDAQ:FB), a próxima rede social de destaque entre a Geração Y, os millennials.

SNAP Diário

Outros analistas – e nós estávamos entre eles – eram mais céticos. Observamos problemas com o crescimento histórico de usuários e receitas da Snap e dissemos que não podíamos ver uma trajetória real de crescimento real para a empresa, mesmo depois de abrir seu capital. A estrutura de governança corporativa em torno da oferta também era instável, com várias classes de ações em oferta, mas sem direitos de voto, vinculadas à oferta pública. Por fim, esperávamos muita volatilidade durante os primeiros meses de negociação.

Já se passaram cinco meses e aqui estamos nós. Já podemos afirmar que nós avisamos?

Cinco meses após a IPO ... O que aconteceu?

As ações da Snap foram emitidas inicialmente cotadas a US$ 17. As primeiras ações começaram a ser negociadas na Bolsa de Nova York custando US$ 24. Dentro de dois dias, o preço subiu para acima de US$ 29, apenas para descer gradualmente para o esquecimento, atualmente sendo negociada em torno de US$ 13 e, provavelmente, caindo ainda mais.

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Do nosso ponto de vista, foi um dos IPOs mais previsíveis nos últimos anos. O preço do IPO estava flagrantemente inflado? Certamente.

Como dissemos à Verge no início de março:

"A avaliação da Snap Inc. em US$ 17 por ação, ou US$ 24 bilhões para a empresa como um todo, é um exagero na melhor das hipóteses e, provavelmente, um dos IPOs mais supervalorizados nos últimos anos".

Um aumento no preço incentivado pela euforia durante os primeiros dias de negociação da bolsa apenas para o mercado, enfim, se concentrar nos problemas fundamentais enfrentados pela empresa? Absolutamente. Foi o que dissemos ao LA Times:

"Durante um IPO, há uma sensação de euforia e as pessoas gostam de pensar que fazem parte do que há de melhor e mais recente, mas os preços atuais não refletem os riscos e os desafios que a empresa terá que lidar mais tarde".

Sem surpresas até agora. Algo mais?

Exclusão do S&P 500

Em nossa postagem antes do IPO (link acima), delineamos problemas com os direitos de voto nas ações emitidas pela Snap. Em poucas palavras, não havia nenhum. Os fundadores da Snap decidiram manter o maior controle possível, não permitindo que os investidores externos tivessem peso na direção que a empresa deveria tomar.

Aparentemente, não fomos os únicos que acharam essa decisão problemática. Na última terça-feira, o S&P 500 decidiu excluir a Snap do célebre índice depois de revisar sua estrutura de votação e práticas de governança corporativa.

Isso é um abalo em diversas frentes. Para começar, isso prejudica a legitimidade da governança corporativa dos fundadores da Snap, o que não inspira confiança. Em segundo lugar, muitos fundos negociados em bolsa (ETF) acompanham de perto o SPX e são obrigados a comprar ações dessas empresas listadas nesse índice principal. O maior ETF nessa categoria é o SPDR S&P 500 Fund (NYSE:SPY), com US$ 243 bilhões em ativos.

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Isso prejudica os papéis no lado da demanda, mas talvez o golpe esteja a caminho, pelo lado da oferta também.

SNAP Oferta e Demanda

Quando a Snap passou a ser negociado na bolsa, no início de março, lançou cerca de 300 milhões de ações para o público, o que representou apenas 25% do total de 1,2 bilhão de ações disponíveis. As outras 900 milhões de ações — a maioria comprada por insiders de um tipo ou outro, incluindo investidores iniciais, anteriores ao IPO e importantes executivos ou funcionários da empresa — permaneceriam bloqueadas até uma série de datas especificadas, portanto, não podendo ser vendidas de antemão.

Para os investidores iniciais, incluindo os fundadores, essa data foi segunda-feira, 31 de julho. Com o fim do primeiro bloqueio da Snap, o total de ações disponíveis aumentou em cerca de 400 milhões. O preço caiu 4%, mas se recuperou no final do dia. Infelizmente para os investidores, outra onda de ações desbloqueadas está pronta para chegar ao mercado em 14 de agosto, quando as ações restantes ficarão disponíveis. Até o final de agosto, 97% de todas as ações negociáveis ​​em bolsa que já foram emitidas terão chegado ao mercado.

Se os primeiros investidores ou funcionários da empresa decidirem embolsar dinheiro, poderíamos ver uma situação clássica de oferta superando a demanda. Com ações da Snap já em grande tendência de baixa, quem não ficaria nervoso quanto a comprar as ações nesse momento?

Tragam os Drones

A Snap está considerando seriamente os drones como seu próximo passo. Mais precisamente, drones fotográficos que permitam aos usuários tirarem selfies. Juntamente com o desenvolvimento de seu próprio drone e da aquisição da Ctrl Me Robotics, fabricante de drones personalizados de Los Angeles, a Snap está procurando mais uma empresa do segmento para aquisição, desta vez equipamentos com reconhecimento facial integrado.

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Embora a Snap se veja como uma empresa de câmeras, essa empreitada dos drones é um afastamento de sua atividade principal, e ocorre em um momento em que o Snapchat quase não se estabeleceu. O crescimento da rede social, o principal produto da empresa, não impressionou até agora. No trimestre passado, o 1º tri de 2017, a empresa adicionava 8 milhões de usuários diários, um aumento de 5% em relação ao trimestre anterior, o 4º tri de 2016. No geral, a Snapchat teve aumento de 158 milhões de usuários para 166 milhões de usuários.

Há aproximadamente oito anos, quando o Facebook ainda era uma empresa muito nova, tinha aproximadamente o mesmo número de usuários diários; no 3º tri de 2009, o Facebook divulgou ter 144 milhões de usuários diários. Contudo, três meses depois, o Facebook já havia atingido 185 milhões de usuários, 41 milhões de acréscimos líquidos em um trimestre, ou uma expansão de 28%. Se você compara isso com os números trimestrais da Snap, está claro por que a empresa deve permanecer focada em sua atividade principal, e não em empreitadas externas.

Além disso, os drones podem também não ser a direção certa. A GoPro (NASDAQ:GPRO), última empresa de câmeras que passou a atuar com drones ao lançar seu drone Karma em outubro de 2016, acabou se dando mal. Inicialmente, o entusiasmo pelo novo produto provocou um aumento de 100% no preço das ações da GoPro, de US$ 8,6 para US$ 17,6 em apenas quatro meses. Mas a novidade rapidamente desapareceu e o valor da empresa foi reduzido pela metade novamente. Hoje, as ações são vendidas a US$ 8.

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Eis que surge a Alphabet

Um dos problemas atuais da Snapchat como produto é a falta de recursos únicos e sua incapacidade de proteger legalmente seus principais elementos. O Facebook se envolveu em uma guerra de redes sociais contra a Snapchat por meio do Instagram ao replicar algumas das experiências do usuário da Snapchat em seu próprio produto, implementando o Instagram Stories. Esta estratégia de cópia funcionou bem para o Facebook como pode ser notado pela falta de crescimento significativo na Snapchat.

Agora, a Alphabet (NASDAQ:GOOGL) passa a fazer parte do jogo da Snap. Depois de não conseguir criar uma presença significativa no mundo das redes sociais, a Alphabet supostamente teria oferecido US$ 30 bilhões para adquirir o Snapchat no final de 2016. As duas empresas negam a notícia, mas os rumores persistem.

O Alphabet agora está tentando replicar o recurso "Descobrir" da Snapchat, mas não nas redes sociais. A gigante da publicidade supostamente estaria prestes a lançar o “Stamp”, um recurso que permitiria aos meios de comunicação eletrônicos o compartilhamento de slideshows de fotos, vídeos e texto. A forte semelhança com o “Descobrir” da Snapchat está na possibilidade que o Stamp dá aos usuários de controlar seu fluxo de informações, da mesma forma como fazem no Snapchat, permitindo que os usuários pulem livre e rapidamente o conteúdo que não lhes interessa.

O “Descobrir” é uma grande proposta de valor para Snap. Permite que os editores levem conteúdo segmentado para um público mais jovem, além de gerar receitas de publicidade entre histórias. O acordo de conteúdo exclusivo da Snap com a NBC para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 na Coreia do Sul é exatamente o tipo de esforço de mídia que a iniciativa Stamp do Google poderia afetar, caso ganhe força.

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Conclusão

Como já esclarecemos antes, não somos fãs. Nem das perspectivas de crescimento da Snap, nem de sua governança corporativa, nem de sua capacidade de criar um fosso em torno de sua oferta, nem de seus preços — seja o preço do IPO de US$ 17 ou os atuais US$ 13. Dado o crescimento anêmico de usuários da Snap e perspectivas obscuras, continuamos incertos sobre o futuro da empresa.

Observaremos o relatório de resultados da próxima quinta-feira para oferecer algum sinal caso haja algum movimento encorajador em termos de crescimento de usuários. Sinceramente, não esperamos nada parecido com o crescimento do Facebook nesta fase.

A única coisa que achamos que a Snap tem a seu favor no momento é sua baixa relação entre o valor de mercado e o valor patrimonial (price-to-book) de 4. Isso principalmente porque a empresa tem cerca de US$ 4 bilhões em ativos (principalmente em dinheiro) com poucos passivos.

Mas, é claro, não há motivo para comprar em um múltiplo de 4. Isso também torna difícil para nós começarmos a pensar sobre um possível ponto de entrada. Neste momento, não temos certeza se queremos algum dia ser acionistas Snap.

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