Os preços da soja caíram no mercado brasileiro nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão veio da expectativa de safra volumosa na América do Sul, da menor demanda externa, do progresso no acordo comercial entre Estados Unidos e China e da desvalorização do dólar. Ainda assim, a liquidez esteve maior, reflexo do interesse de grande parte dos sojicultores em escoar a soja armazenada e também a que já está sendo colhida. Esse crescente interesse de venda, por sua vez, está atrelado aos atuais patamares de preços. Mesmo com as recentes quedas, os valores ainda são recordes nominais para este período. Entre 17 e 24 de janeiro, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) e CEPEA/ESALQ Paraná cederam 1,6% e 1,9%, respectivamente, fechando a R$ 86,00 e a R$ 82,04/sc de 60 kg na sexta-feira, 24. O dólar se desvalorizou 0,6% na semana, a R$ 4,186 na sexta.
MILHO: PREÇOS SOBEM NA MAIORIA DAS REGIÕES ACOMPANHADAS, MAS INDICADOR RECUA
Os preços do milho seguem em alta na maioria das praças acompanhadas pelo Cepea, mas o ritmo de negócios ainda é baixo. Segundo colaboradores do Cepea, a sustentação vem da demanda, visto que parte dos compradores precisa repor estoques. O movimento de alta foi mais intenso no Rio Grande do Sul, onde produtores estão retraídos, temendo queda na produtividade. Já no Centro-Oeste, especificamente em Mato Grosso do Sul, colaboradores do Cepea reportaram casos em que produtores têm necessidade de liberar espaço nos armazéns com milho, devido ao avanço da colheita da soja, o que acaba limitando as valorizações. Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa registrou ligeira queda de 0.67% entre 17 e 24 de janeiro, fechando a R$ 51,42/sc de 60 kg na sexta-feira, 24.
MANDIOCA: COLHEITA SE INTENSIFICA E PREÇOS RECUAM
Com a proximidade do vencimento de compromissos financeiros e/ou a necessidade de liberar áreas arrendadas, mandiocultores intensificaram a colheita e a comercialização de raízes com mais de dois ciclos, que vêm abastecendo o mercado neste início de ano. Segundo colaboradores do Cepea, em todas as regiões acompanhadas, ainda há lavouras com mais de dois ciclos, visto que condições climáticas desfavoráveis impossibilitaram a colheita no fim de 2019. Assim, entre 20 e 24 de janeiro, o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 428,66 (R$ 0,7455 por grama de amido na balança hidrostática de 5 kg), 6,2% menor do que o da semana anterior.
OVOS: MÉDIAS NOMINAIS SÃO AS MAIORES PARA O MÊS DESDE 2013
Na média parcial deste mês (até o dia 24), os preços dos ovos brancos e dos vermelhos atingiram os maiores patamares nominais para um mês de janeiro. Diferentemente do esperado para o período, as cotações da proteína seguem com forte tendência de alta. Segundo agentes do setor consultados pelo Cepea, esse cenário está atrelado ao aumento dos descartes de poedeiras mais velhas no início do mês, o que reduziu a oferta de ovos na maioria das regiões produtoras. Em Bastos (SP), o preço do ovo branco tipo extra teve média de R$ 77,53/caixa de 30 dúzias na parcial de janeiro, alta de 37,7% frente à do mesmo mês de 2019 e, ainda, a maior média nominal para janeiro na série histórica do Cepea, iniciada em 2013. Para o produto vermelho, a alta foi de 29,4%, na mesma comparação, para a média de R$ 87,73/cx neste mês, também recorde nominal.