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Soja: Colheita foi intensificada no Brasil em março

Publicado 12.04.2023, 14:30
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Diante do menor volume de chuva a partir da segunda quinzena de março, a colheita de soja foi intensificada no Brasil (74,5% da área havia sido colhida até o final do mês, de acordo com a Conab), com as atividades na reta final em Mato Grosso, principal produtor nacional da oleaginosa. Agentes de mercado consultados pelo Cepea indicam que a produtividade e a qualidade da safra 2022/23 estão excelentes na maior parte do País, reforçando as estimativas de produção recorde. Esse cenário pressionou os prêmios e, consequentemente, os preços da soja no Brasil. Levantamento do Cepea mostra que os prêmios de exportação para embarque em abril/23 no porto de Paranaguá (PR) tiveram indicações de compradores a -90 centavos de US$/bushel e de vendedores a -60 centavos de US$/bushel no dia 31 de março. Frente a este mesmo período de anos anteriores, os prêmios em 2023 estão nos menores patamares da série histórica do Cepea, iniciada em junho de 2004. Vale lembrar que, em março do ano passado, os prêmios para embarque em abril/22 eram ofertados a US$ 1,50/bushel. O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná registrou quedas de 6,3% entre fevereiro e março e de expressivos 20,1% em relação a março/22, com média de R$ 155,19/sc de 60 kg no último mês, o menor valor mensal desde jun/20, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de fev/23).

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá (PR) teve média de R$ 162,12/sc de 60 kg em março, recuos de 6,1% entre fevereiro e março e de expressivos 18,1% se comparado ao mesmo período do ano passado. A média no último mês também foi a menor desde jun/20, em termos reais. As negociações para embarque no porto de Paranaguá (PR) foram limitadas pelas frequentes interdições na principal via de acesso ao porto, devido a deslizamentos e rachaduras nas pistas. Esse cenário direcionou os embarques de soja para outros portos, como o de Santos (SP) e o de São Francisco (SC). Entre fevereiro e março, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os valores cederam 6,6% no mercado de balcão (pago ao produtor) e 6,4% no de lotes (negociações entre empresas). Na comparação anual, as quedasforam de 22,2% e de 21,2%, respectivamente. Entretanto, o movimento de baixa foi limitado pela valorização do dólar frente ao Real e pela firme demanda externa. A moeda norte-americana subiu 0,4% de fevereiro para março e significativos 4,8% em um ano, com média de R$ 5,2048 no último mês, a maior deste ano, em termos nominais. No caso das vendas externas, de acordo com a Secex, o Brasil exportou, em março/23, mais que o dobro do volume escoado em fevereiro, com alta de 8,8% em relação à quantidade observada em mar/22, totalizando 13,27 milhões de toneladas de soja no último mês, a maior quantidade enviada ao exterior desde maio/21.

DERIVADOS – Diante da desvalorização da matéria-prima e das menores demandas doméstica e externa, as cotações dos derivados também cederam. Suinocultores relataram baixo poder de compra em março e preferiram utilizar volumes em estoque e postergar as aquisições. Considerando-se a média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do farelo de soja recuaram expressivos 5,2% entre fevereiro e março e 6,8% em um ano, em termos reais. Ressalta-se que as negociações de farelo de soja ocorreram nos menores patamares de preços deste ano em grande parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, em termos reais. O óleo de soja bruto degomado (com 12% de ICMS incluso), negociado na região de São Paulo (SP), se desvalorizou 6,2% entre fevereiro e março e expressivos 34% entre mar/22 e mar/23, com média de R$ 6.120,13/tonelada no último mês – essa é a menor média mensal desde jul/20, em termosreais. O movimento de baixa do óleo de soja foi limitado por expectativas de maior demanda para a produção de biodiesel. Em 17 de março, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou o aumento na mistura obrigatória do biodiesel ao óleo diesel, que passou de 10% para 12% a partir de abril. A adição do biodiesel subirá também para 13% em abril de 2024, para 14% em abril de 2025 e 15% em abril de 2026.

FRONT EXTERNO – Os contratos futuros da soja voltaram a ser negociados abaixo dos US$ 15,00/bushel na CME Group (Bolsa de Chicago), influenciados por expectativas de maior oferta no Brasil – maior produtor e exportador global de soja – e de área recorde nos Estados Unidos na temporada 2023/24. Além disso, a valorização do dólar no mercado internacional, que torna o grão norte-americano menos atrativo aos importadores, reforçou as baixas. Assim, na CME Group (Bolsa de Chicago), o primeiro vencimento da soja teve média de US$ 14,8930/bushel (US$ 32,83/sc de 60 kg) no último mês (a menor média nominal deste ano), baixas de 2,5% sobre o mês passado e de 11,3% se comparado ao mesmo período do ano passado. A queda externa foi limitada pela menor produção de soja na Argentina, projetada em 25 milhões de toneladas pela Bolsa de Cereales, expressivos 42,2% abaixo da temporada passada e a menor produção desde 2008/09.

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