Os preços da soja se mostraram mais firmes na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, demandantes domésticos elevaram os valores de suas ofertas de compra para os mercados interno e/ou externo. Essa postura se deve à retração vendedora e à possibilidade de queda na produtividade das lavouras de soja da Argentina, diante do clima desfavorável (onda de calor) entre o final de janeiro e início de fevereiro. Por outro lado, as recentes chuvas e as previsões de maior umidade nos próximos dias ainda podem levar a uma recuperação de parte das áreas afetadas. Pelo menos por enquanto, se espera por safra volumosa na América do Sul, cenário que, inclusive, limitou as altas de preços.
MILHO: PREÇO VARIA POUCO NO BR, MAS CAI COM FORÇA NO MERCADO EXTERNO
Os preços do milho seguem registrando pequenas variações em boa parte das regiões acompanhadas pelo Cepea, com o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (referência Campinas – SP) se mantendo por volta dos R$ 62/sc desde o início de fevereiro. Segundo pesquisadores do Cepea, agentes estão cautelosos nas novas negociações; consumidores priorizam o uso de estoques, e vendedores seguem atentos à colheita da safra verão e à semeadura e/ou ao desenvolvimento da segunda safra. Já no mercado externo, as cotações do cereal caíram com força na Bolsa de Chicago (CME Group) na última semana, pressionadas pela ampla oferta dos Estados Unidos na temporada 2023/24 e por perspectiva de que a produção norte-americana seja volumosa também em 2024/25. Além disso, o avanço da semeadura da segunda safra no Brasil reforçou o movimento baixista em Chicago.
MANDIOCA: MOAGEM É RECORDE PARA INÍCIO DE ANO
No acumulado dos quase dois primeiros meses deste ano (até a semana passada), o esmagamento de mandioca totaliza 387 mil toneladas, superando em 26% o volume de igual intervalo de 2023 e um recorde para o período, considerando-se toda a série histórica do Cepea, iniciada em 2006 para o produto. Com maior disponibilidade de lavouras, produtores visam se capitalizar e/ou adiantar a colheita, comparativamente ao padrão sazonal de anos anteriores. Segundo pesquisadores do Cepea, também se observa maior interesse das indústrias pelo processamento, reforçando o aumento na quantidade ofertada por produtores. Na parcial de 2024, a produção acumulada de fécula ultrapassa as 100 mil toneladas, 28% superior à de um ano atrás e também a maior desde 2006.
OVOS: DEMANDA CAI, MAS OFERTA CONTROLADA SUSTENTA COTAÇÕES
Os preços dos ovos variaram pouco nos últimos dias. Segundo colaboradores consultados pelo Cepea, apesar da queda na procura, os estoques controlados garantiram a sustentação dos valores na maior parte das regiões acompanhadas. De acordo com pesquisadores do Cepea, a pressão de compradores por descontos tem aumentado, levando à expectativa de que tanto a demanda quanto as cotações dos ovos só voltem a avançar no início do próximo mês.