As cotações da soja caíram na última semana. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da oferta elevada na safra 2023/24 da América do Sul e de expectativas de que a temporada 2024/25 seja volumosa no Hemisfério Norte. Diante das baixas, sojicultores brasileiros estiveram reticentes nas negociações de grandes volumes no spot nacional. Esses agentes também estão atentos à forte volatilidade cambial registrada nos últimos dias, o que, por sua vez, pode favorecer as vendas nos próximos meses. Em julho, a média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá foi de R$ 138,09/sc de 60 kg, 0,6% inferior à do mês anterior e 9% abaixo da de jul/23, em termos reais (IGP-DI de jun/24). Para o Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná, as quedas foram de 0,4% no comparativo mensal e de 5,9% no anual, para R$ 133,07/sc de 60 kg.
MILHO: Retração produtora sustenta preços
Levantamento do Cepea mostra que os preços do milho continuam subindo no mercado brasileiro, apesar da queda internacional e da demanda externa ainda abaixo da verificada no ano anterior. Segundo pesquisadores do Cepea, as recentes recuperações têm sido influenciadas pela retração de vendedores, atentos à valorização do dólar frente ao Real, cenário que aumenta a paridade de exportação e pode elevar o interesse de negócios nos portos. Do lado comprador, pesquisas do Cepea indicam que consumidores domésticos com necessidade de reposição do milho acabam se deparando com valores de venda mais elevados. No entanto, parte deles ainda têm estoques e/ou entregas programadas do cereal a cotações menores, visto que esses lotes foram negociados nas semanas anteriores.
MANDIOCA: Cotação média sobe 10% em julho
Com forte alta de 10,6% em relação a junho, o preço médio da mandioca subiu pelo segundo mês consecutivo em julho, com a tonelada posta fecularia a R$ 478,92, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores deste Centro, o suporte continua vindo da oferta abaixo das expectativas para o período. Na última semana, boa parte dos produtores seguiu priorizando o plantio, enquanto outros continuaram postergando a comercialização de raízes mais novas por conta da menor rentabilidade, ainda conforme levantamentos do Cepea. Além desses fatores, chuvas localizadas no início da semana limitaram o avanço da colheita em algumas áreas.
OVOS: Poder de compra diminui em julho
Os preços dos ovos comerciais caíram fortemente em julho, reflexo da oferta maior que a demanda no mercado interno, conforme apontam levantamentos do Cepea. Como os valores dos insumos utilizados na atividade (milho e farelo de soja) recuaram de forma menos intensa, o poder de compra do avicultor de postura paulista diminuiu no último mês, ainda segundo pesquisas do Cepea. Em média, o produtor da região de Bastos (SP) conseguiu adquirir, em julho, 139,9 quilos de milho ou 62,72 quilos de farelo de soja com a venda de uma caixa com 30 dúzias de ovos tipo extra, branco, quantidades 7,1% e 5,3%, respectivamente, menores que as de junho. No caso dos ovos vermelhos, foi possível ao avicultor paulista a compra de 166,23 quilos do cereal ou 74,52 quilos do derivado da oleaginosa com a venda de uma caixa do produto, volumes 8% e 6,2% abaixo dos observados no mês anterior.