Soja: Participação do óleo de soja na margem da indústria supera a do farelo

Publicado 29.09.2025, 09:15
Atualizado 29.09.2025, 09:15

Levantamento do Cepea mostra que a participação do óleo de soja na margem de lucro da indústria esmagadora (o “crush margin”) alcançou o recorde de 50,3% na semana passada, superando a parcela do farelo de soja, que caiu para 49,7%. Segundo o Centro de Pesquisas, trata-se de um fato inédito, considerando-se a série de cálculo do Cepea, realizado com base nos preços da soja em grão, do farelo e do óleo negociados na região de São Paulo. Pesquisadores explicam que esse cenário se deve aos recuos um pouco mais intensos nos valores do farelo e da soja em grão na última semana – o óleo também se desvalorizou, mas de forma leve. O Cepea também relembra que a demanda por óleo de soja, sobretudo para a produção de biodiesel, segue em expansão tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, contexto que vem sustentando os valores do derivado nos últimos meses. O recente enfraquecimento nos preços domésticos do complexo soja, por sua vez, está atrelado à entrada da safra 2025/26 dos Estados Unidos e à isenção temporária das retenciones (impostos de exportação) na Argentina. Essa medida atraiu importadores para o país vizinho e pressionou as cotações no Brasil e nos Estados Unidos, ainda conforme explicam pesquisadores do Cepea.

MILHO: Preços se enfraquecem no BR

Os preços do milho se enfraqueceram nos últimos dias, apontam levantamentos do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, compradores retraíram-se, indicando ter estoques para consumo imediato. Vendedores, por sua vez, focados na semeadura da safra verão e com parte da segunda safra armazenada, negociam com menor intensidade. Já nos portos, as altas do dólar e externa deram suporte às cotações – ainda assim, os patamares seguem abaixo do esperado por agentes. Quanto às exportações brasileiras de milho, os envios estão um pouco mais intensos neste mês, mas precisam ganhar ritmo para alcançar as estimativas da Conab para esta safra 2024/25 – a Companhia prevê o embarque de 40 milhões de toneladas, sendo que, até o momento, saíram dos portos nacionais 17 milhões de toneladas (de fevereiro/25 até a parcial de setembro/25), conforme análise do Cepea.

FEIJÃO: Cotações atingem os maiores patamares desde abril/25

Os preços do feijão preto e do carioca seguem firmes em praticamente todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em algumas praças, os atuais patamares são os maiores desde abril deste ano. Segundo o Centro de Pesquisas, a demanda relativamente ativa por lotes de melhor qualidade, em um cenário já de pós-colheita e de estoques mais limitados, somada à postura retraída de vendedores sustentaram os movimentos de alta nos valores, com destaque para os do feijão preto. No campo, as atenções se voltam à semeadura da 1ª safra brasileira 2025/26, que, até 20 de setembro, somava 8,3% da área estimada, segundo a Conab. A Companhia projeta 998,6 mil toneladas produzidas na 1ª safra, queda de 6% frente à temporada anterior; para a 2ª e a 3ª safras, as estimativas são de 1,4 milhão de t (+3,6%) e de 702,7 mil t (+6%), respectivamente. Assim, a produção total das três safras pode atingir 3,1 milhões de t, ligeira alta de 0,8% frente a 2024/25.

MANDIOCA: Preço médio é o maior em quatro meses

Levantamento do Cepea mostra que os preços da mandioca subiram pela quinta semana consecutiva, refletindo sobretudo a oferta limitada. Pesquisadores explicam que as chuvas registradas no início da semana passada foram mal distribuídas e somaram baixos volumes em muitas regiões produtoras, quadro que seguiu dificultando a colheita. Além disso, a menor disponibilidade de lavouras de 2º ciclo (com mais de 12 meses) e o pouco interesse de produtores em comercializar – devido à rentabilidade reduzida – também pesaram na decisão de entrega. Entre 22 e 26 de setembro, o valor médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 542,11 (R$ 0,9428/grama de amido), o maior desde maio deste ano e avanço de 3,4% em relação à semana anterior. Nos mercados de fécula e farinha de mandioca, o cenário também é de alta de preços, impulsionados pelo interesse de compradores em repor ou formar estoques, ainda conforme levantamentos do Cepea.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.