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Soja Retro 2017: Oferta se Sobrepõe à Demanda e Preços São os Menores em Seis Anos

Publicado 17.01.2018, 08:05

A temporada de 2017 foi de maior área cultivada com soja no Brasil e nos Estados Unidos e de produtividade bem acima da média em ambos os países. Além disso, a safra foi volumosa na Argentina e a relação estoque/consumo final mundial, recorde. Neste cenário, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, os preços da oleaginosa caíram no Brasil em 2017, voltando aos menores patamares reais desde 2011.

Enquanto a produção mundial cresceu 12% entre as temporadas 2015/16 e 2016/17, o consumo aumentou menos, 4,6%. Nos Estados Unidos, a oferta da temporada 2017/18 (colhida em 2017) foi 3% maior, deixando os estoques de passagem ainda mais abundantes.

A temporada 2016/17 brasileira, por sua vez, somou 114 milhões de toneladas de soja, um recorde e 18% acima do produzido na safra 2015/16, conforme dados do USDA e da Conab. O consumo/esmagamento doméstico foi de 45,78 milhões de toneladas, segundo a Conab, 4,76% a mais que o da temporada passada. Houve aumentos de 3,23% nas produções de farelo e de óleo de soja, para 31,95 e 8,09 milhões de toneladas, respectivamente. Com os excedentes internos recordes, houve forte necessidade de exportar.

O lado favorável é que as transações mundiais seguiram em alta, puxadas especialmente pela China, que comprou 10,2 milhões de toneladas a mais que em 2015/16, chegando a 93,5 milhões de toneladas de soja. E as compras da temporada 2017/18 seguem firmes. Apenas em 2017, a China adquiriu do Brasil 51,74 milhões de toneladas, equivalente a 78,6% do total das exportações brasileiras no ano anterior, cenário que limitou a queda nos valores domésticos.

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Além da China, segundo as estimativas do USDA, os países que aumentaram as importações em nível mundial foram Taiwan (em 3,63%), Tailândia (10%), Indonésia (16,53%), Egito (62,69%) e o Canadá – este último, embora represente baixo volume, a alta foi de 70%. É interessante analisar que uma parte dos compradores internacionais mostra preferência pelo grão brasileiro. De acordo com a Secex, houve aumento de 15,2% nos embarques nacionais com destino a Taiwan e de 7,76% à Tailândia. Para o Egito, o Brasil enviou em 2017 mais que o dobro do volume de 2016.

No balanço do ano, o Brasil exportou 68,15 milhões de toneladas de soja. Embora seja volume recorde, o recebimento médio pelas vendas externas do grão foi de R$ 72,27/sc de 60 kg (considerando-se o dólar de R$ 3,19 em 2017), 7,67% menor que em 2016, quando estava em R$ 78,27/sc de 60 kg (dólar de R$ 3,48).

De farelo de soja, saíram dos portos brasileiros 14,17 milhões de toneladas em 2017, 1,8% abaixo do volume embarcado em 2016. Os principais compradores de farelo do Brasil foram Holanda e Tailândia. A receita do farelo de soja foi de R$ 1.119,78/tonelada, 10,5% abaixo da de 2016 (R$ 1.251,45/tonelada) – dados da Secex.

Quanto ao óleo de soja, os embarques somaram 1,22 milhão de toneladas em 2017, aumento de 6,4% frente a todo ano de 2016. O recebimento pelas vendas externas deste derivado foi de R$ 2.381,00/tonelada, 1,8% menor que o recebido em 2016, ainda conforme a Secex.

PREÇOS – Além da maior oferta, os valores nacionais foram pressionados pela desvalorização do dólar frente ao Real, que reduz o recebimento do produtor. O Indicador da soja ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá teve média a R$ 71,30/saca de 60 kg em 2017, 13,2% abaixo da de 2016, em termos reais (IGP-DI de novembro/17). Quanto ao Indicador CEPEA/ESALQ Paraná, a baixa foi de 15,1% no mesmo comparativo, com média a R$ 66,20/sc de 60 kg em 2017. Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações da oleaginosa cederam 14,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 14,9% no de lotes (negociações entre empresas).

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Pesquisadores do Cepea destacam que as cotações tiveram quedas mais intensas até maio, quando a colheita se finalizava no Brasil. A partir de então, as exportações enxugaram a disponibilidade interna – em maio, 10,9 milhões de toneladas de soja foram embarcadas, volume recorde para um único mês. A demanda externa firme e os bons volumes internos possibilitaram que as exportações seguissem intensas inclusive no último trimestre do ano.

Com o aumento no consumo nacional de óleo de soja e nas vendas externas, as indústrias domésticas enfrentaram o desafio de comercializar o farelo de soja em 2017. Uma vez que a procura externa esteve enfraquecida, avicultores e suinocultores não mostraram grandes interesses em formar lotes longos, adquirindo apenas quando havia maior necessidade. Na média das regiões pesquisadas pelo Cepea, o farelo de soja se desvalorizou 16,6% de 2016 para 2017. O preço do óleo de soja recuou fortes 10,1% em 2017.

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