S&P 500: compradores em modo de espera, mas tendência geral segue altista

Publicado 15.05.2025, 12:26

Os mercados globais operavam com viés defensivo na manhã desta quinta-feira. O entusiasmo observado no início da semana, após o rali provocado pela trégua comercial entre Estados Unidos e China, perdeu força. Os contratos futuros do S&P 500 registravam queda de 0,44%, enquanto o Nasdaq 100, que vinha se beneficiando da valorização das ações de chips e do otimismo em torno do comércio internacional, também cedia, acompanhando o movimento dos principais índices europeus.

Apesar do recuo pontual, o mercado segue caracterizado por compras em correções. Dado o avanço recente dos principais benchmarks, a trajetória de menor resistência ainda aponta para cima. A tendência de alta pode ser retomada já nas próximas horas, salvo a ocorrência de um fator baixista mais relevante.

O que observar no pregão de hoje?

A agenda econômica está carregada, o que pode sustentar a recuperação dos ativos caso não surjam novos sinais de estagflação. Já foram divulgados nesta manhã dados de crescimento do Reino Unido acima das expectativas (+0,7% no trimestre contra +0,6% esperados), além de números positivos da zona do euro: emprego (+0,3% ante +0,1%) e produção industrial (+2,6% frente a +1,9%). O PIB do bloco, por outro lado, veio um pouco abaixo do consenso (+0,3% ante +0,4%).

Nos EUA, o foco recai sobre os dados de preços ao produtor, vendas no varejo, pedidos de auxílio-desemprego e os índices regionais de manufatura Empire State e Fed da Filadélfia. Com o sentimento ainda favorável, eventuais surpresas positivas podem renovar o apetite por risco.

A fraqueza nos futuros dos índices americanos nesta manhã sugere que os investidores adotaram postura mais cautelosa, reduzindo a exposição a risco antes da divulgação desses indicadores, movimento que contrasta com as compras agressivas vistas no início da semana.

O otimismo com IA seguirá sustentando os mercados?

A alta recente das ações de tecnologia, impulsionada por negócios de inteligência artificial no Oriente Médio envolvendo empresas como Nvidia (NASDAQ:NVDA) e AMD (NASDAQ:AMD), perdeu fôlego. Muitos papéis do setor operavam no campo negativo no pré-mercado desta quinta.

Ainda assim, o viés estrutural para o setor permanece positivo. A redução de posições vendidas nos futuros do Nasdaq observada na semana passada reflete menor disposição dos traders em apostar contra as techs. A melhora no ambiente macroeconômico também abre espaço para entrada de capital estrangeiro nas gigantes americanas de tecnologia.

Por ora, a perspectiva técnica do Nasdaq 100 continua altista, embora uma fase de consolidação no curto prazo seja plausível. Recuos até níveis de suporte podem representar oportunidades para reabertura de posições compradas.

Enquanto isso, a correção nas ações de tecnologia ocorre em paralelo à queda dos preços do petróleo, o Brent recuou para US$ 64 após declarações de Trump indicando proximidade de um acordo nuclear com o Irã, o que elevaria a oferta global. O ouro também apresentou queda, sugerindo que o movimento de aversão ao risco é pontual e seletivo.

S&P 500 mantém estrutura técnica construtiva

Do ponto de vista técnico, o S&P 500 segue em tendência de alta. Após acumular mais de 20% de valorização desde as mínimas de abril, o índice retomou as principais médias móveis e superou várias zonas de resistência anteriores. O movimento recente elevou o IFR diário para níveis próximos da região de sobrecompra (70).

Embora uma fase de consolidação não possa ser descartada, o rali de fuga ocorrido após o gap de fim de semana sugere que os vendedores seguem em desvantagem. Assim, é mais provável a continuidade da tendência ascendente ao longo da semana do que uma correção mais profunda neste momento.

Níveis técnicos a monitorar

O primeiro suporte relevante no gráfico diário dos futuros do S&P 500 encontra-se em torno de 5.876 pontos, antiga resistência superada com convicção na segunda-feira, e agora convertido em suporte de curto prazo.

Abaixo desse nível, a faixa entre 5.678 e 5.721 pontos, que coincide com uma antiga zona de resistência, linha de tendência de alta e a média móvel exponencial de 21 dias, passa a ser a principal referência de suporte. Um retorno a essa região pode atrair novos compradores, especialmente se os dados econômicos de hoje mantiverem viva a tese de pouso suave.

Na ponta superior, uma resistência psicológica encontra-se nos 6.000 pontos, último suporte importante antes do início da correção em fevereiro. Acima desse patamar, o recorde histórico em 6.166 pontos é o próximo alvo técnico. Superado esse nível, o caminho fica livre para novas máximas.

***AVISO: Este artigo é meramente informativo e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.

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