Artigo publicado originalmente em inglês em 13/02/2018
À medida que o universo de criptomoedas se expande e as negociações no crescente mercado de altcoins aumenta, diversos riscos inerentes se desenvolvem em conjunto. As moedas fraudulentas e o aumento da regulamentação governamental foram amplamente cobertos. A legitimidade das exchanges de moedas digitais nem tanto, embora os hacks de alto nível e os colapsos das exchanges de moedas geralmente façam manchetes – mesmo que esses eventos reduzam os preços das moedas digitais, pelo menos em curto prazo.
Ao longo do breve histórico de negociação das criptomoedas, alguns poucos incidentes justificam a devida diligência do investidor quanto à exchange com a qual consideram fazer negócios. Talvez o colapso mais notório tenha envolvido a Mt.Gox, uma exchange de bitcoin de Tóquio, que fez com que o preço de um bitcoin caísse de forma fraudulenta para um centavo na exchange em 2011, depois que um hacker alegadamente usasse credenciais de um computador comprometido do auditor da exchange para transferir ilegalmente um grande número de bitcoins para si mesmo. Embora a negociação com a exchange tenha sido retomada, em 2014 a Mt. Gox foi fechada depois de culpar hackers por grandes perdas adicionais.
Menos de um ano depois, em 2015, o Bitstamp ficou offline devido a um possível hack. A exchange de bitcoin baseada no Reino Unido e na Eslovênia teve uma situação semelhante em fevereiro de 2014, ficando offline enquanto um risco de segurança era investigado. Após as interrupções do serviço, no entanto, a exchange se recuperou e permanece no mercado.
Em 2017, o NiceHash, mercado de mineração de criptomoedas da Eslovênia, revelou que seus sistemas de pagamentos foram comprometidos e que US$ 64 milhões em bitcoin roubados. No entanto, após algum tempo de inatividade, as operações voltaram ao normal.
Apenas neste mês, o BitGrail, uma exchange italiana menos conhecida, afirmou que foi pirateada, perdendo cerca de US$ 195 milhões em criptomoedas de seus clientes, principalmente nano, das quais a exchange diz que 17 milhões de tokens foram roubados. As alegações posteriores, aliadas à atividade subsequente da exchange, poderiam, no entanto, ter indicado que a exchange teria administrado mal os recursos dos clientes e estava tentando esconder isso através de uma alegação de hacking.
Da mesma forma, e mais recentemente, a exchange Binance, de Hong Kong, interrompeu as negociações e culpou as atualizações do sistema, embora muitos temessem um hack ou pior. O fechamento prolongado desencadeou retiradas dos clientes.
E na segunda-feira, a Coinprism, uma exchange de Dublin, disse que encerraria suas atividades em 31 de março de 2018. O motivo do encerramento ainda não está claro.
Então, como alguém interessado em negociar ou acumular moedas digitais pode detectar problemas nas exchanges antes de começar a operar ou se proteger contra potenciais problemas de segurança? Existe alguma maneira para saber antecipadamente se uma exchange tem potencial de implodir? Como um comprador cético tuitou recentemente:
Falhas Técnicas
Dror Medalion, CEO e cofundador do bitJob, um mercado P2P descentralizado de estudantes para empregos temporários online, observa que atualmente vemos muitas plataformas de negociação que têm bugs recorrentes ou exchanges que realmente são hackeadas ou não conseguem cumprir suas obrigações de usuário. Todas essas falhas podem torná-las os alvos favoritos dos hackers, especialmente os ataques de negação de serviço distribuídos (DDoS):
"Um dos ataques mais populares é o ataque DDoS, que visa derrubar um site temporariamente carregando os servidores do site com chamadas intermináveis em um tempo muito curto. Os usuários devem estar em alerta total quando estiverem negociando em ambientes de troca de cripotomoedas. Não vamos esquecer – eles não são regulados. A maioria das plataformas oferece aos operadores uma experiência muito segura e amigável, mas às vezes não é possível saber o que está acontecendo nos bastidores, quais problemas técnicos, políticos ou empresariais estão ocorrendo sem que os usuários percebam ".
Xiahong Lin, fundador da Bodhi, uma plataforma descentralizada de previsão de mercado focada no mercado chinês, explica que uma grande prioridade para determinar com qual exchange negociar é primeiro garantir a segurança de seus tokens. A melhor prática para garantir a segurança de seus ativos digitais é não armazenar, de forma alguma, tokens nas exchanges. Ele diz:
"Manter o controle de seus próprios cripto-ativos em uma carteira local ou em uma carteira de hardware é muito mais seguro do que permitir que uma exchange controle-os. No caso de uma exchange ser pirateada você não está vulnerável se seus fundos estiverem armazenados em seu sistema pessoal. Se você quiser armazenar seus ativos de cripto em uma exchange, pode ser bom começar em uma que ofereça proteção para qualquer perda de fundos, incluindo contas seguradas pelo FDIC para exchanges dos EUA. Isso permite que as exchanges centralizadas criem valor adicional aos seus usuários. As exchanges que não oferecem proteção são inerentemente arriscadas ".
Em alguns casos, o impacto da regulamentação em um determinado país também pode causar um fechamento súbito de uma arena comercial. Medalion salienta que esta forma de "colapso" normalmente é completamente inesperada e nem sempre pode ser prevista.
A melhor proteção, portanto, é a conscientização contínua sobre regulamentações políticas e notícias relacionadas, tanto sobre onde você reside quanto sobre o país onde sua arena escolhida se baseia. Ele enfatiza que a importância disso não pode ser suficientemente enfatizada.
Exchange Com ou Sem Custódia?
Uma consideração fundamental que todos investidores devem fazer: você confia seus ativos digitais a uma exchange com custódia ou sem custódia? Um arranjo de custódia significa que seus tokens ficam na exchange, enquanto que quando você opta por uma exchange sem custódia, suas moedas não são confiadas a ninguém além de você. Você assume a responsabilidade sobre seus próprios fundos, guardando suas chaves privadas para carteiras sem custódia.
Nolan Bauerle, diretor de pesquisa da CoinDesk, observa:
"A primeira questão a perguntar é se você usará uma exchange com ou sem custódia. As preocupações são diferentes para cada uma. As exchanges sem custódia, que não armazenam chaves privadas, são geralmente exchanges cripto-cripto. Sinais de alerta para custódia, as exchanges fiat-cripto começam com a política de armazenamento frio: qual porcentagem de chaves privadas elas mantêm longe da internet?"
Ele acredita que o pior hack registrado do BTC teve como alvo o Mt. Gox, que tinha a maioria das chaves privadas em uma carteira quente que foi comprometida por um ataque online.
Dror Medalion agrega um elemento adicional que vale a pena observar:
Uma última coisa sobre o nível de segurança da plataforma. Os usuários devem certificar-se de que há registro 2FA e que o domínio está armazenado em seus bookmarks, para evitar tentativas de phishing.
Embora as criptomoedas sejam uma classe de ativos em desenvolvimento, é certo que, à medida que progridem, também progridem o refinamento e o avanço da segurança. No entanto, como em todos os outros ativos de investimento, a melhor proteção continua a ser uma diligência inteligente e um conhecimento profundo do instrumento e do cenário de investimento.