Semana passada comentei na segunda antes da abertura que a Tônica seria de cautela, embolsar os lucros e cotar puts ou put spreads. O que aconteceu é que o mercado acordou de ressaca na segunda, mas logo passou. O S&P ensaiou uma recuperação a partir de terça; o dólar seguiu seu recuo contra as principais moedas e também ao Real; o VIX permaneceu nos patamares mais baixos dos últimos tempos; o petróleo se recuperou; os mercados emergentes (MSCI Emergentes) seguiram para cima; Ibovespa ensaiou uma recuperaçãozinha e o juros brasileiro seguiu para baixo. Os gráficos abaixo são um resumo do que olho toda semana, na tentativa de “ler” o mercado.
Um parênteses nessa questão do dólar. Gráfico abaixo mostra que esse é um trade bastante crowdeado (posição long dos agentes em moedas). Ou seja, muita gente já fez ele e teria pouco espaço para seguir. Será???
Um parênteses sobre o VIX. Apesar de historicamente baixa. Li que o skew (sugiro a leitura da definição: O que é skew ) aumentou e muito! Basicamente os money managers estão comprando mais calls no VIX, como forma de hedge (tail hedge) ou aposta que isso não vai ficar assim pra sempre.
Sobre o petróleo, me chamou atenção que a demanda de gasolina caiu bem nos EUA. Não sei dizer o quanto seria sazonal ou pontual, mas é algo a se observar para saber se não vai afetar a pujança desse petróleo.
Em suma o mercado parou para respirar, mas não foi uma semana de forte queda ou de realização nos mercados. Provavelmente quem comprou PUT na segunda, não ganhou dinheiro, ainda que no NET foi a primeira semana de queda do IBOV depois de 5 semanas de forte alta e entrada de fluxo gringo. Sinceramente não acho que o investidor estrangeiro que aportou recursos aqui vai sair correndo de um dia para o outro, mas existem alguns riscos importantes em fevereiro.
As eleições do Senado e Câmara foram boas para o governo, um risco a menos.
Mas ainda temos delações vindo aí. Meu medo é que aconteça o de sempre: sobe de escada e cai de elevador!
Em termos de macroeconomia, fiz um post a respeito, mas em suma nada muito animador não, com exceção da inflação controlada e perspectiva de juro pra baixo. O que aliás tem dado a tônica junto com fluxo (dá uma olhada no gráfico abaixo de fluxo para títulos de dívida e equity nos mercados emergentes).
Estamos numa dinâmica que dado bom é dado bom e dado ruim é melhor ainda, pois joga mais pra baixo as expectativas com a taxa de juros e ajuda a empurrar bolsa pra cima.
Sigo achando que após o forte movimento de alta em janeiro no Ibovespa (+6,8) decorrente de fluxo, considerando o sempre presente risco político e levando em conta que temos empresas divulgando seus números, a cautela é uma boa daqui pra frente. Não sei se bolsa vai cair ou subir, só acho que algumas coisas andaram bem e precisamos de eventos/acontecimentos que substanciem novas altas. Lembro que ao fim de outubro todo mundo falava em bolsa a 70k ainda em 2016 e a falta de fundamento jogou-nos para baixo novamente.
Em termo de agenda:
Segunda: tivemos um PMI de serviços na China que veio mais fraco que o esperado, mas nada que assuste; encomendas às fábricas na Alemanha deu salto, seria one off?; e temos discursos de Mario Draghi e Harker membro do FOMC.
Terça: produção industrial do motor europeu a Alemanha; oferta de empregos nos EUA.
Quarta: dia de IPCA no Brasil e muita volatilidade nos juros; estoques de petróleo nos EUA; projeções econômicas da zona do Euro.
Quinta: pedidos de seguro desemprego nos EUA e discursos de diretor do FED e do presidente do BC Inglês.
Sexta: acordamos com os dados da balança comercial chinesa; produção industrial e balança comercial inglesa; discurso do presidente do Bundesbank (Alemanha); confiança do consumidor de Michigan e preços de produtos importados e exportados nos EUA.
Safra de Balanços: