Trump consegue tarifas; os norte-americanos recebem aumentos de preços
Pode parecer contraditório, mas o ouro está subindo mesmo com os juros nos Estados Unidos em níveis elevados. Em julho, a cotação do metal já supera os US$ 3.300 por onça, mesmo com os Treasuries de 10 anos (títulos públicos americanos) pagando mais de 4,3% ao ano.
Tradicionalmente, esse cenário seria negativo para o ouro. Afinal, o metal precioso não gera rendimentos - não paga juros e nem dividendos. Em momentos de juros altos, muitos investidores preferem aplicar em títulos que oferecem retorno garantido, especialmente em dólar.
Ainda assim, o ouro segue em alta. Por quê?
O que está por trás dessa alta?
Veja os principais fatores que explicam esse movimento atípico:
1. A dívida americana preocupa
Os Estados Unidos ultrapassaram os US$ 36 trilhões em dívida pública. Esse número já levanta dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal do país. Investidores começam a buscar proteção em ativos tangíveis, como o ouro.
Fonte: FRED
2. Bancos centrais estão comprando mais ouro
Diversos países, especialmente China, Índia e Rússia, têm aumentado suas reservas. Esse movimento faz parte da tendência de desdolarização, que busca reduzir a dependência do dólar como reserva de valor.
3. Câmbio e geopolítica também pesam
Com o dólar oscilando e um cenário global tenso, o ouro volta a se destacar como porto seguro.
E o que diz o gráfico?
O gráfico do ouro, na plataforma xStation, mostra uma figura de triângulo ascendente, com topos em torno de US$ 3.450 e fundo crescente desde abril de 2024. Esse padrão costuma indicar uma possível explosão de preço, caso o rompimento aconteça com volume.
Fonte: xStation
Como investir em ouro?
Se você está pensando em investir no ouro, aqui vão três caminhos possíveis.
1. ETFs ou ETCs com lastro físico
São fundos que compram ouro real e armazenam em cofres. Cada cota representa uma fração desse metal. O iShares Physical Gold ETC (LON:EGLN), por exemplo, é um fundo europeu que adquire ouro físico sempre que alguém investe. É uma alternativa sólida para quem deseja preservar valor no longo prazo com exposição direta ao metal.
2. ETFs de mineradoras
Outra opção é investir em ações de empresas do setor de mineração. O iShares MSCI China Tech UCITS ETF (ETR:CBUK) é um ETF que reúne mineradoras de ouro. Esses ativos tendem a oscilar mais, pois seus resultados são afetados por custos operacionais, produção e preço do ouro.
3. Derivativos de ouro (GOLD)
Para quem busca oportunidades mais rápidas, os CFDs permitem operar o preço do ouro no curto prazo, tanto na alta quanto na queda. Com alavancagem, é possível abrir posições maiores com menos capital. Essa é uma ferramenta interessante para traders atentos a movimentos técnicos, como rompimentos de resistência ou correções pontuais.
O ouro ainda é proteção?
Sim. Mesmo com a alta recente, o ouro continua sendo um ativo real de confiança. Ele tende a ganhar valor quando o sistema financeiro é colocado em xeque, seja por inflação, crises fiscais, conflitos ou instabilidades cambiais. E em 2025, todos esses fatores estarão presentes no horizonte.
Diante de tantas incertezas, reforçar a exposição ao ouro pode ser uma jogada estratégica. Você já considera o ouro na sua carteira?
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