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Taxa de juros: Banco Central agora muda discurso

Publicado 02.02.2023, 11:36
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Em sua primeira reunião do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu novamente manter a taxa Selic estável em 13,75%, como amplamente esperado pelo mercado.

O mais importante dessa decisão era o que o Copom iria colocar no comunicado, uma vez que as expectativas de inflação do mercado tinham mudado muito da reunião anterior para essa.

A expectativa dos economistas do relatório Focus para a inflação de 2023 vem subindo bastante nas últimas semanas, atingindo 5,48% na última pesquisa.

Além do ano de 2023, as expectativas para os anos de 2024, 2025 e até 2026 também subiram para níveis superiores à meta de inflação de 3%.

As projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira de 2023 subiram de 5,48% para 3,74%. A meta é de 3%.
Mercado vê inflação maior em 2023, 2024, 2025 e 2026. Fonte: Banco Central

Ou seja, as expectativas estavam bem desancoradas e eu mesma fiquei muito curiosa para saber como eles iriam encarar isso.

Será que eles iriam "fingir" que nada estava acontecendo?

Parece que não desta vez. O comunicado foi uma grande surpresa para mim, com pontos bem incisivos sobre o risco atual.

Na parte das projeções do seu modelo, ele afirma:

  • “As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência (usando dados do Focus) situam-se em 5,6% para 2023 e 3,4% para 2024. [...]. O Comitê optou novamente por dar ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, referente ao terceiro trimestre de 2024, cuja projeção de inflação acumulada em doze meses situa-se em 3,6%;
  • Em cenário alternativo, no qual a taxa Selic é mantida constante ao longo de todo o horizonte relevante, as projeções de inflação situam-se em 5,5% para 2023, 3,1% para o terceiro trimestre de 2024 e 2,8% para 2024; e”

No parágrafo acima, o Copom deixa claro que, se a taxa Selic cair para 12,50% ainda este ano (cenário Focus), a inflação de 2024 fica em 3,4%, não convergindo para a meta de 3%.

Logo abaixo, o comitê mostra que apenas se a Selic se mantiver estável em 2023 e 2024, que teríamos uma convergência para 3%.

Ou seja, ele está mostrando para todos que não temos espaço para o ciclo de queda de juros que o mercado precifica este ano.

Mais abaixo no comunicado, o Copom faz um novo alerta:

“A conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária.  O Comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas.”

Essa elevação do custo da desinflação significa que em um cenário de expectativas desancoradas e risco fiscal, um mesmo nível de taxa de juros pode não ser suficiente para levar a inflação para meta.  

Por último, vem a cartada final:

“O Comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período mais prolongado do que no cenário de referência será capaz de assegurar a convergência da inflação. O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas, que têm mostrado deterioração em prazos mais longos desde a última reunião. O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.”

Aqui, nesse parágrafo, o colegiado deixa bem claro que não está seguro se o fato de manter a Selic estável será capaz de levar a inflação para a meta e, caso julgue que não, irá reajustar a Selic.

Copom assume tom mais duro


Ou seja, meus caros, o Copom está bem preocupado com essas expectativas. Caso a Selic sofra alguma alteração este ano, não parece que será para baixo, mas sim para cima!

A grande diferença é que essa não era a expectativa do mercado, que tem precificado queda da Selic a partir do segundo semestre deste ano:

O mercado tem precificado a possibilidade dos juros caírem no segundo semestre de 2023
Fonte: Bloomberg

Com essa mudança de discurso, eu imagino que esses juros prefixados de curto prazo terão suas taxas reajustadas para cima e possivelmente as taxas de longo prazo poderão ser levemente reajustadas para baixo.

Uau, que mudança de tom, não é mesmo?

Depois dessa, temos que ficar muito atentos para o que o novo governo deve falar a respeito disso. Se antes Haddad e Lula já criticavam os juros altos e a posição do Banco Central, tenho a impressão que teremos mais lenha nessa fogueira.

Um grande abraço.

Últimos comentários

Banco central conduzindo muito bem, evitando uma maior inflação, que é a desgraça, principalmente do pobre, pois ela vai corroendo o poder de compra. Sendo 80% ganhando abaixo de 2.800,00, não possuem condições de se protegerem. Salvo melhor juizo a politica do BC é perfeita, justa, preventiva e protetiva de todos - sejamos nós pobres ou nao.
O Banco Central é um dos únicos órgão de respeito este país.
A inflação é um problema que não corrói só os investimentos mas o poder de compra também obviamente. Nunca tivemos um BC tão sério. Pro país gerar empregos é preciso estabilidade monetária.
O Guedes deixou uma bomba lá no BC: Campos Neto. Esse cara vai fazer de tudo pra segurar essa taxa até sua saída. Esses m3rdas não estão nem aí para país.
a inflação é um problema que não corrói só os investimentos mas o poder de compra também. Nunca tivemos um BC tão sério.
Selic não tem.influencia nenhuma, o que vem gerando a inflação não é demanda e sim problemas na produção.
Pobres de direita babando nos ovos de banqueiros. Bando de trouxas.
Infelizmente o ocupante do Alvorada e seu ministro da economia não tem formação técnica para tratar de um assunto tão importante como esse. São falastrões há tempos……
A inflação precisa estar baixa e controlada para que haja o planejamento dos gastos e dos investimentos pelas famílias e empresas. Com uma inflação alta e descontrolada, a empresa prefere deixar seu dinheiro parado na renda fixa (TIR mais alta e segura), do que correr riscos de prejuízos decorrente dos custos inflacionários altos e descontrolados (que muitas vezes não conseguem transferir para seus produtos). Imagine quão bom seria se não houvesse inflação e você pudesse planejar sem sustos toda a vida financeira de sua família.
muito estranho essa mudança .
Mal acabou o primeiro mês de 2023 e já estão dizendo que a Selic não cai mais nesse ano, vamos ver, ainda tem muita coisa pra acontecer e esses analistas vivem chutando e errando na maioria das vezes.
BC não sabe o que faz, se não cortarem os juros pelo menos um pouco esse ano vão acabar de vez com a economia que não aguenta juros altos por tempo demais, bando de ineptos.
A economia não aguenta rombo fiscal de R$ 200 bi, gastos com super salários e privilégios absurdos!!
É so o seu governo parar de gastar e comecar a cortar gasto urgente!
Vou guardar essa para poder cobrar depois. Analistas no Brasil são todos monetaristas.
Pode guardar. Se voce ainda nao acredita que o governo gastanto sempre mais que arrecado vai gerar inflacao. Se prepara entao.
Vcs nao esquecem o Bolsonaro, imbecis
, não tem como esquecer, tudo começou quando o BC abaixou os juros a 2%, metade da inflação em plena pandemia, por pura politicagem para desvalorizar o real. Aí começou toda a m...
Faz o L meu povo...esse é o resultado da troca de um governo que estava no caminho para um governo de imbecilidades e enganação.
A concorrência é grande não sei qual dois Lula ou Bolsonaro são piores !!!
no caminho de destruir o Brasil, doente mental.
você e o bolsonaro, são os piores.
Vai ser difícil o governo conseguir ajuste fiscal, com os juros recordes da dívida atrelada a Selic de mais de 500 bilhões ao ano, é a maior taxa de juro real do mundo, em mais de 8%. O BC esta freando a economia e o desenvolvimento com todas as forças.
 Ok, foi um absurdo mesmo o tanto que abaixaram na pandemia e certamente houve seu componente de politicagem na época, mas o BC agora quer voltar a reduzir os juros, apenas estão sendo cautelosos quanto a questão dos gastos públicos, até não ser publicamente conhecido qual vai ser o novo "teto de gastos" não é uma boa ideia começar a reduzir em qualquer momento antes disso, ainda mais sem ter chegado no pico de aumento dos BCs de outros países
, mas o que mais pesa nos gastos públicos são os juros da dívida atrelada a Selic. Pesquise!
 é, bem, taxa de juros é exatamente aquela história do remédio em excesso que mata, se a dívida pública cresce muito acima da arrecadação, é necessário "imprimir" dinheiro pra pagar, o que vai se traduzir em inflação com o tempo. Bem, de um jeito ou de outro, eles vão ser forçados a reduzir a taxa SELIC mais cedo ou mais tarde.
É por isso que o dólar cai hoje. A expectativa de agora em diante é uma Selic mais alta por mais tempo. Apesar disso poder derrubar o dólar, tbm significará um crescimento econômico menor.
Qual o sentido de uma meta de inflação de 3% ? porque 3% é não 2% ou 4%, faz tanta diferença assim? Os juros tão altos vão desacelerar o crescimento. Qual a necessidade de fazer isso para ganhar 1% de inflação? Meta de inflação absurda! Precisamos de meta de crescimento e emprego!
salário reajustado pela inflação, às vendas reajustadas pela inflação, na verdade tem muita gente que ganham poder de compra com a inflação alta! E tbm tem q aprender a ler, não estou dizendo que inflação baixa e absurda, tô dizendo que de 3% pra 4% não faz diferença!
 metas inalcançáveis, não se reflete em realidade. há mais de 2 anos o Brasil, pela conjuntura mundial, não atinge a meta preestabelecida pelo BC, isso é uma forma de manter os juros irreais praticados no país.
viajou novamente, pois a meta de inflação no Brasil já é de 3 a 4%
Salve-se quem puder!
Boa analise e bem realista
'Quando Lula assumiu o governo em 2003, a taxa Selic era de 25,5%. Em fevereiro daquele ano, o Banco Central fez uma elevação para 26,5%. Só houve redução em 2004. A taxa atingiu o nível mais baixo em julho de 2009, 8,75%, mas foi novamente elevada. Ao final do governo, a taxa estava em 10,75%, a maior taxa real (descontada a inflação) do mundo. Hoje, a taxa de juros está em 13,25%'.  Bom... O 'pobrema' é achar que todos os brasileiros são desmemoriados.
isso só acontecem pelo boom das commodities, que demandou muito do nosso petróleo e soja, se não fosse isso já estávamos que nem a Venezuela ou Argentina, estude !
por que o boom do petróleo em decorrencia da guerra (2022) foi ruim, e o boom das commodities no Lula foi bom ? Esse Lula só da sorte hein
TDS desmemoriados não , MAS a maioria e... OU não teria Eleito esse " cidadão " P.S. Não sou Bolsonarista .
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