Frio x calor
Sem indicadores relevantes, mercados têm hoje um dia mais fraco, assumindo alguma cautela antes do fim de semana.
Combina bem com o frio daqui de São Paulo, mas não condiz com os quarenta graus do noticiário político recente.
Tem Cunha driblando a Justiça, Dilma se fazendo de vítima na TV Brasil, dentre outros nomes de peso se virando como podem até para não ir à cadeia.
Mas o que importa mesmo é o que o presidente em exercício tem feito, sobretudo no sentido de criar e aprovar medidas que retirem o país do buraco em que o governo anterior o colocou.
Recuo tático
Uma das mais importantes, por exemplo, é a criação de um teto para o aumento dos gastos públicos de acordo com a inflação.
Michel Temer promete levar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) pessoalmente aos parlamentares na semana que vem.
Em um recuo, Temer e sua equipe decidiram não incluir na proposta percentuais relativos aos gastos com saúde e educação, podendo ainda limitar sua vigência por um prazo determinado - especula-se de três a cinco anos.
Eles sabem que, do jeito que havia sido anunciada anteriormente, seria muito difícil aprovar a medida no Congresso.
É como diz o ditado, às vezes é necessário dar um passo atrás para poder dar dois para frente.
Saldo positivo
Governo Temer que hoje completa um mês de vida com um saldo positivo. Isso não significa, obviamente, negligenciar riscos e atitudes equivocadas, como o apoio a determinados aumentos de gastos, o envolvimento de ministros com a Operação Lava Jato e alguma hesitação excessiva no começo.
Entre os acertos, por sua vez, colocaria (além do teto para aumento de gastos) a DRU, a nova meta fiscal, a formidável equipe econômica e o fato dele ter salientado a importância de infraestrutura.
Se acertarmos nisso, vamos crescer muito acima do que todos supõem - e sem inflação. Felipe, aqui do meu lado, insiste nisso: seus investimentos precisam estar posicionados para capturar um ciclo mais favorável de infra.
Neste contexto, Ecorodovias (SA:ECOR3) me parece uma boa opção.
Adivinha
A questão da inflação voltou a ocupar destaque nas manchetes ao longo da semana.
Além do avanço acima das expectativas dos indicadores divulgados (IPCA e IGP-M), comunicado que acompanhou decisão do Copom fez com que o mercado passasse a cogitar a hipótese de o Banco Central postergar o início do ciclo de cortes nos juros.
Aproveitamos a deixa para perguntar em nosso Twitter em qual reunião a Selic começa a cair.
O resultado apertado da enquete mostra que qualquer prognóstico agora seria mera adivinhação.
Simples assim
Falando um pouco de Bolsa, você tem ideia de como identificar um padrão no preço das ações?
A análise grafista ou técnica, método mais clássico de identificação de padrões supostamente capazes de predizer a trajetória futura dos preços, sempre foi vista como uma espécie de “voodoo science” pelos acadêmicos.
E a turma do value investing, claro, apropriava-se dessa resistência do mundo acadêmico para vender seu método como superior à escola grafista ou quantitativa.
Digo isso pois, há poucos dias, recebemos aqui no escritório um grande investidor de Bolsa. Ele fundara uma das grandes gestoras de ações do Brasil, focada em value investing. Agora, quase uma década depois, está saindo para tocar um fundo próprio, com uma abordagem quantitativa.
É exatamente com o espírito desse cara que construímos aqui dentro nosso próprio sistema para identificar padrões de comportamento.
Testamos a coisa por muito tempo e hoje podemos afirmar categoricamente: ele tem feito nossos clientes ganharem dinheiro. Em bolsa, não há como ter preconceito. Precisamos conhecer de tudo, testar e, se for rentável, implementar. Simples assim.