Velho e rico
Mastrocinque: Ontem, enquanto escrevíamos o M5M, a Bolsa derretia (queda de quase 2 por cento). Quando o e-mail foi disparado e você lia nossas linhas tortas, operava com leve alta. Por fim, fechou o dia em queda de quase meio por cento. Por isso se chama “renda variável” (poderia se chamar montanha russa da bipolaridade, também).
Schweitzer: Já diria a Band News: em vinte minutos, tudo pode mudar.
M: Hoje, conforme mercado digere os dados da lista de Fachin, temos vencimento de Ibovespa e reunião do Copom, difícil esperar alguma coisa diferente que não muitas emoções ao longo do dia.
Por volta do meio-dia, quadro era de leve queda, sem concentração significativa de nomes locais ou doméstico nas pontas ganhadora e perdedora. Juros estáveis e dólar em alta.
Não vamos nos surpreender se, novamente, o cenário já for radicalmente diferente quando esta edição chegar à sua caixa de entrada.
Toda essa movimentação é ótima para lembrar: faça seguros! Nunca é tarde para comprar aquela put e diversificar um pouco em ouro ou câmbio, e também nunca é tarde para lembrar porque alocamos apenas uma pequena parte de nosso patrimônio em ações.
S: O seguro, além de morrer de velho, morre rico.
É Tetra!!!
Falando em morrer rico, quando pensamos em jogador de futebol, logo imaginamos mansões, Ferraris e todo tipo de ostentação, não?
Pois saiba que até mesmo os mais sucedidos (estamos falando de gente que é Tetra) podem se lascar se não cuidarem do futuro.
Se duvida, sugiro que dê uma olhada nesse relato do Müller.
Ficou preocupado?
Eu também!
Seria loucura deixar seu futuro nas mãos da (falida) Previdência.
Convém conversar com a Luciana, que sempre bate um bolão, para saber como garantir um futuro tranquilo.
Esfíncteres de aço
S: A lista de Fachin, aliás, não poupou ninguém. Li e reli algumas vezes para ver se meu nome constava. Por enquanto não – ufa!
Hoje completa um ano do vazamento do famigerado áudio do Whatsapp do Temer: “A grande missão, a partir deste momento, é a pacificação do país, a reunificação do país”.
Nesta data, certamente, estão todos unidos; u nidos pelo medo. Seria um dia interessante para um novo vazamento de áudio, mas desconfio que todos estejam paralisados e emudecidos – alguns estarrecidos, até.
Hoje é a vez deles de testar a força dos respectivos esfíncteres. E eu concordo que estão todos unidos pelo medo. Mal posso esperar para vê-los todos unidos na Papuda.
M: Por falar em áudios, Fachin já sinalizou que divulgará a íntegra das horas e horas de depoimentos. Já vou passar no Extra e fazer meu estoque de pipoca. Alguém por favor avise à Netflix que é melhor deixar a próxima temporada de House of Cards para o ano que vem.
A lista não poupou filiação partidária, raça, credo, gênero ou cor — ou seja, nenhuma minoria poderá reclamar que não está representada. A Lava Jato é democrática: cai de vez a falácia da perseguição política.
Reforma não se conclui
M: Resta saber como ficará, em meio a tudo isso, o apoio ao governo na aprovação das reformas. Temo que a economia possa sofrer um pouco com o aumento das incertezas.
S: Eu temo, e já disse isso antes, que caminhemos para um cenário de instabilidade política que inviabilize promover qualquer reforma relevante até 2018. Com toda a certeza não é a leitura predominante no mercado: se fosse, tanto Bolsa quanto juros já teriam sentido o baque.
Mas francamente? Se for o preço, que paguemos: nada me enoja mais do que a ideia de que não se deve limpar a sujeira porque traria instabilidade. O jeito será ampliar ainda mais o espaço de negociação.
M: Quem já fez reforma em casa sabe: reforma não se conclui, se desiste. Você começa cheio de ideias e, à medida que as dificuldades vão se apresentando, vai ajustando o plano até chegar a um mínimo aceitável. Talvez caminhemos para algo assim.
Aral, Omsk, Dudinka…
S: Google Trends mostra um aumento avassalador de buscas por “going to war”.
Trump eleva o tom com relação a Coreia do Norte e consulta China. O desejo de Xi Jinping é uma solução pacífica para as hostilidades.
Enquanto isso, mais ao norte, Putin declara que relações com Estados Unidos se deterioraram desde que Trump assumiu a presidência.
M: Ué, mas a narrativa dos democratas não era de que Trump tinha recebido ajuda russa para vencer a eleição?
S: Ah, agora todo mundo que disse isso dirá o oposto sem a menor cerimônia. E, caso o clima continue a piorar, também não lembrarão da dureza das retóricas de Hillary e do próprio Barack em relação a Moscou no final do ano passado.
M: Pelo sim, pelo não, acho melhor já deixar os dados de ataque e defesa à mão. E torcer que nenhum dos três tenha tirado a carta dos 24 territórios…