No final do XIV, o célebre escritor americano Mark Twain imigrou à Inglaterra em busca de dinheiro, pois passava dificuldades à ocasião. Já em Londres, um jornal americano publicou por engano, o seu obituário. Com isso, Twain aproveitou para protagonizar uma das mais célebres e irônicas frases até hoje: "As notícias sobre a minha morte são um exagero.". Ou seja, a frase - atemporal a meu ver - serve para sintetizar o atual momento do Vale do Silício, que é o conglomerado tecnológico californiano responsável pela maior produção de dinheiro da história do Capitalismo e, cuja morte, já fora infindáveis vezes decretada.
Sob esse viés, é importante perceber que as cinco maiores empresas do ramo: Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Amazon (NASDAQ:AMZN), Apple (NASDAQ:AAPL), Meta e Microsoft (NASDAQ:MSFT), reportaram perdas na casa de US$ 3 trilhões em 2022, culminando em demissões em massas. Tal dicotomia entre recentes lucros exacerbados e demissões em massa, pode ser explicada pelas altas de juros, pois as mesmas (altas taxas) travam o consumo e o investimento em produção, pelas empresas.
Além disso, o mercado acionário está sempre um passo à frente no que tange a precificação dos ativos. Contudo, a iminência de anos difíceis a tais empresas é precificada de maneira a penalizá-las hoje. Ou seja, vive-se um momento único de desconfiança com a bolsa eletrônica Nasdaq.
Portanto, decretar a morte das Big Techs é um erro, assim como, mantê-las é um fetiche do contemporâneo. Ademais, os líderes mundiais e suas decisões sempre equivocadas, parecem a todo o momento nos lembrarem de que o Black Swan (aquele, do Taleb) pode aparecer a qualquer momento!