Lula assina nesta segunda-feira decreto que regulamenta Lei da Reciprocidade, diz Rui Costa
Trump elevou de 10% para 50% as tarifas sobre produtos brasileiros. Enquanto analistas debatem geopolítica, vou direto ao que importa: quais empresas da sua carteira vão apanhar primeiro.
A realidade dos números:
Brasil representa apenas 1,3% das importações americanas. Somos um "anão diplomático" na balança comercial deles. Mas para nós, EUA é o segundo maior parceiro comercial - 12% do nosso comércio total. A matemática é cruel: eles podem nos ignorar, nós não podemos ignorá-los.
As 3 empresas mais expostas
1. Weg (BVMF:WEGE3): A mais vulnerável. Com 25% da receita vinda dos EUA, exporta transformadores e motores que serão diretamente atingidos. Pior: a tarifa sobre cobre (10-20% dos custos) cria duplo impacto. O mercado já está precificando - ações despencaram após o anúncio.
2. Companhia Siderúrgica Nacional (BVMF:CSNA3): Exporta 300 mil toneladas de aço por ano para os EUA. Já sofre com invasão do aço chinês no Brasil, agora perde competitividade nos EUA. Duplo golpe sem base produtiva americana para se proteger.
3. Schulz (BVMF:SHUL4): Possui filial nos EUA e exporta compressores industriais. Exposição menor que WEG, mas ainda significativa para uma empresa do porte.
- Pontos de atenção
Fique de olho em Usiminas (BVMF:USIM5) e Gerdau (BVMF:GGBR4). Usiminas tem baixa exposição atual (<2%), mas pode ser afetada indiretamente. Gerdau, paradoxalmente, pode se beneficiar - tem 13 usinas nos EUA e a concorrência brasileira ficará mais cara.
- O que fazer agora:
Como Consultora Independente de Investimentos, minha orientação para os próximos meses envolve: evitar empresas exportadoras para EUA sem base produtiva local e focar em setores com destino Ásia ou Europa. Se o dólar subir (provável), exportadoras não-americanas podem se beneficiar.
- Minha análise técnica:
Se o Ibovespa cair por causa do Trump, pode ser oportunidade. Mas primeiro, tire da carteira quem vai apanhar direto.
Se eu tivesse essas empresas como pimenta na minha carteira, primeiro eu tiraria quem vai apanhar mais forte. A tarifa é política, mas o prejuízo é real. Proteja-se antes que o mercado precifique completamente.