O que a Fazenda e o Planejamento fizeram ontem ao anunciar o rombo de R$ 58 bi, além de efetivamente se readequar às perspectivas de crescimento econômico, foi colocar o famoso “bode na sala”.
A prova disso foi a aprovação da terceirização com relativa margem folgada, apesar da contrariedade de aliados do governo e é um balão de testes para os avanços na votação da previdência. Em partes, o governo tenta jogar o ônus do aumento dos impostos nos atrasos do legislativo.
Da mesma maneira nos EUA, a força de Trump é testada no legislativo na tentativa de se retirar o ObamaCare e do substitutivo, o qual dizem deixara mais de 10 milhões de americanos sem cobertura médica.
Após um período muito negativo, com as declarações do FBI e da NSA refutando os grampos tuitados por Trump e reforçando as investigações contra os russos, esta presidência ainda na infância necessita urgentemente de boas notícias para seu lado.
CENÁRIO MACROECONÔMICO
O rombo anunciado de R$ 58 bi ontem pela equipe econômica é o primeiro sinal de que há um atraso consistente nas votações das reformas no congresso, em especial a da previdência.
Ao citar a necessidade de possíveis novos impostos, o governo impõe ao legislativo o ônus deste atraso, porém também de uma projeção de crescimento do PIB acima do esperado em média pelo mercado, forçando à readequação.
Resta agora a expectativa da fonte de tais recursos e o potencial de reduções adicionais de gastos por parte do governo, além dos possíveis recursos judiciais sobre privatizações e receitas, para se minimizar o impacto na economia real de mais impostos.
O avanço da terceirização é mais um passo importante nas reformas, porém seu impacto é na atividade econômica e não nas contas do governo.
CENÁRIO DE MERCADO
Após um dia altamente volátil de mercado em nível global, as aberturas hoje parecem inverter o cenário de ontem. As bolsas na Europa e futuros em NY abrem positivos, na expectativa da agenda pró-crescimento de Trump hoje.
O mercado aguarda a votação da retirada do ObamaCare hoje, como barômetro da força do atual governo americano, principalmente após os mais recentes tropeços.
O petróleo ganha um pouco de força na abertura, porém ainda pressionado para baixo pelos estoques em alta em nível global. O ferro tem queda com os estoques ainda em alta na China, porém o restante das metálicas sobe consistentemente.
Após uma sessão de grandes oscilações, o dólar abre em alta, porém chegou a operar em queda pela manhã, enquanto o rendimento dos US Treasuries continua em alta.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,0879 / 0,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / -0,046%
Dólar / Yen : ¥ 111,06 / -0,090%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / 0,200%
Dólar Fut. (1 m) : 3100,18 / 0,13 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 18: 9,96 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 19: 9,53 % aa (0,53%)
DI - Janeiro 21: 9,99 % aa (0,71%)
DI - Janeiro 25: 10,36 % aa (0,58%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,86% / 63.521 pontos
Dow Jones: -0,03% / 20.661 pontos
Nasdaq: 0,48% / 5.822 pontos
Nikkei: 0,23% / 19.085 pontos
Hang Seng: 0,03% / 24.328 pontos
ASX 200: 0,41% / 5.708 pontos
ABERTURA
DAX: 0,414% / 11953,38 pontos
CAC 40: 0,237% / 5006,53 pontos
FTSE: -0,054% / 7320,79 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 63858,00 pontos
S&P Fut.: 0,166% / 2346,50 pontos
Nasdaq Fut.: 0,130% / 5372,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,05% / 84,71 ptos
Petróleo WTI: 0,65% / $48,35
Petróleo Brent:0,61% / $50,95
Ouro: -0,09% / $1.247,76
Aço: -0,45% / $88,59
Soja: -0,42% / $18,92
Milho: -0,21% / $358,00
Café: -0,49% / $141,00
Açúcar: 0,69% / $17,42